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LUDMILLA

Acordei mais cedo do que o costume e não por quê aconteceu algum tipo de milagre, mas sim porque meu pai tava me ligando de novo e mais uma vez eu não ô atendi. Me levantei e fui até o banheiro tomar o meu banho bem demorado. San Diego, tá me ligando, já tem três dias ou mais, mas eu não tô nem aí para ele. A última vez que falei com o mesmo, foi a 5 dias, eu acho. Foi quando ele me pediu para voltar em definitivo para os Estados Unidos e como eu não queria voltar, até porque eu ainda teria quase 15 dias pelo prazo que ele havia me dado, a gente meio que discutiu. Então eu desliguei o celular na cara dele e não tenho atendido suas ligações, o que deve estar deixando ele cada vez mais puto comigo, mas que se foda. Primeiro me despacha como uma mercadoria, sem ao menos me deixar expressar a minha opinião, me liga e poucas vezes atende minha ligações, nos primeiros anos, porque nos seguintes era eu quem não Os atendia e agora isso, tá querendo me obrigar a voltar sem me dar uma merda de motivo que seja, simplesmente diz que é para o meu bem e que sente minha falta, não estava presente e deixou para tomar conta agora? Só pode ser isso, ao menos é a única explicação que eu tô encontrando na porcaria do momento.

Sair do banheiro com a toalha enrolada no cabelo e fui pegar uma roupa para vestir. Escolhi uma calça jeans preta com várias rasgos não muito justa, uma regata branca que quase alcançava meus joelhos, não me julguem, mas essa eu roubei do RS. Calcei meu tênis cano alto também branco e desci para comer alguma coisa. Passei na cozinha e peguei uma fruta qualquer antes de sair de casa. Iria passar na boca para ver como tudo tava andando antes da minha saída, que aconteceria ainda hoje. Depois da última mensagem que meu pai me mandou, já que eu não o atendi, não tem mais como eu adiar mais nada. Segundo ele ou eu voltava logo ou ele mandava alguém só para me buscar e ainda iria espalhar para todos quem eu sou de verdade, então não tenho muita escolha, é por isso tô indo embora hoje.

RS: Não vai mesmo assumir a loira como sua fiel? - Tava de boa andando pelas ruas do morro com o RS do meu lado, já tava na hora de eu ir arrumar a minha mala e vazar daqui e preciso abrir o jogo com ele.

Lud: Não da cara, ela até que é gente boa, mas não tem como assumir algo que não vou ter como sustentar.

Essa é outra que tá no meio desse rolo. Faz alguns dias que não falo direito com ela e nem sei bem o motivo, mas não importa muito, em algumas horas vou tá longe daqui e ela não precisa saber disso, até porque não temos nada.

RS: Tá falando de que menor? Não sei se tô acompanhando essa sua mente de gênio.

Lud: Tô indo embora a cara - Falei de uma vez e ele simplesmente parou de andar - Não dá mais para ficar aqui.

RS: Explica isso aí direito que já tô começando a pensar merda - Me encarou sério e até já sei qual a merda que ele pensou.

Lud: Fica de boa mano, não tem nada a ver com os canas não, é coisa do meu pai.

RS: Como assim coisa do teu pai? Você nunca falou dele, até Achei que nem tava mais vivo - Ri e ele me lançou um olhar mortal, se ele soubesse quem é o meu velho.

Lud: Foi mal cara, mas é isso, ele disse que Preciso que volte e não me deu outra escolha - Voltei a andar com ele na minha cola - Mó sacanagem da parte dele. Mas nada que eu não vá resolver da minha maneira quando chegar lá.

RS: E quando tú vai?

Lud: Em poucas horas - Sorri - Tô adiando essa merda há mais de uma semana. Acho que ele se irritou porque disse que se eu não aparecesse por lá hoje, amanhã alguém viria me arrastar até em casa, como se fosse fácil.

RS: Quem é teu pai menor? Nunca me disse - Questionou ainda desconfiado.

Lud: Não tem porque tú saber, não é importante - Olhei bem para cara dele, antes de abrir a porta de casa - Fica de boa Renato, eu não sou tira, meu velho também não.

RS: Acho bom - Só pude rir dele, já que eu tô aqui na quebrada a mais de cinco anos e nada nunca aconteceu, então se eu fosse uma infiltrada, já era para ele ter descoberto isso, se bem que o cara é Mó ladrão.

.....

Com tudo arrumado e sem falar nada para ninguém, a não ser para o RS, que insistiu em me acompanhar, estava a caminho do aeroporto. O cara é mais desconfiado do que eu e meu pai juntos. Mentira, ninguém supera meu velho. Ele acha que eu não Saquei a idéia, só pode tá mais do que na cara que ele só tá me acompanhando porque ainda acha que eu tô arrumando alguma junto dos canas, mesmo eu deixando claro que isso seria a última coisa que faria, ele ainda dúvida é não é atoa que é o dono da porra toda, desconfia de tudo e de todos, até que os mesmo provém o contrário. Já no aeroporto, fiz o check-in e me sentei em uma área mais isolada dos demais com o poste ao meu lado.

RS: O que eu falo para eles? - Perguntou sem tirar as olhos dos seguranças do lugar.

Lud: Eles quem?

RS: Todos que me perguntarem por onde tu anda - Disse como se fosse Óbvio - O que eu passo para eles ?

Lud: Nada, simplesmente diz que não sabe onde eu tô, que não sabe o que aconteceu ou se um dia eu vou voltar - Também olhei para os tais seguranças que não tiravam os olhos da gente, tô quase indo perguntar o que querem.

RS: Tú sabe que a Dai vai me encher o raio do saco, né? - Jogou o óbvio.

Lud: Ela sabe o que precisa saber, não vai te incomodar com isso.

RS: Mas e a Loira? Tú não quis dizer nem um até logo para ela, e não quero ter que a matar por encher minha paciência - Acabei rindo dele que não disse mais nada.

Lud: Se resolve do jeito que achar melhor, é provável que eu não volte tão cedo - Me levantei, pois haviam chamado o meu vôo- E quando voltar, espero que seja com tudo resolvido com o chato do meu velho e só para avisar, não adianta me ligar, vou me livrar de tudo o que é eletrônico quando passar pela alfândega.

RS: Isso tudo é para sumir do mapa por acaso?

Lud: é algo que eu faço em todas as viagens, não importa para onde seja. Qualquer coisa eu te procuro falei Seguindo para o avião e o deixando para trás vendo que eu não tava Envolvida com os filhos da puta do governo.

.......

Já nos Estados Unidos, dei de cara com dois gigantes, que provavelmente trabalham para o meu pai, me esperando na saída do aeroporto. Deixei que eles pegassem minhas malas e sair andando para o caminho aleatório, até sentir um deles, me segurar pelo braço.

Lud: Se tocar em mim mais uma vez, será a única coisa que fará na vida - Falei o mais calma possível e ele tirou as mãos de mim.

??: Perdão, mas o seu pai pediu para que fosse direto para a mansão.

Lud: Tô pouco me fudendo para o que o meu pai pediu, vou dar uma volta e nada e nem ninguém vai me impedir disso - Voltei com o meu caminho - Pode voltar para casa, depois eu pego um táxi, não preciso de guarda-costa - Avisei sumindo das vistas deles.

Rodei todo o centro da cidade, fazendo um lanche na minha Pizzaria Favorita antes de ir para casa, já que eu não tinha mais o que fazer por hoje e já eram mais de 11 da noite. Chegando em casa até tentei evitar o meu pai, torcendo para ele já estar dormindo ou fora de casa resolvendo algum de seus negócios, mas para minha sorte, ele Foi a primeira pessoa que eu vi quando entrei.

Diego: O que eu disse para você fazer quando chegasse a cidade? - Perguntou me fazendo parar no primeiro degrau da escada.

Lud: Para ficar à vontade e fazer o que eu quiser, já que tem anos que não venho aqui ? - Soltei ironicamente e ele veio até a mim.

Diego: Porque não voltou quando eu mandei?

Lud: Não começa né pai? Você sabe que eu não queria ta aqui, não se faz de idiota agora - Terminei de subir as escadas - Não pega bem para o todo poderoso San Diego.

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora