2° Tem. 38° capítulo

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BRUNNA

Perdendo a paciência mais uma vez no dia, acabei derrubando tudo o que se encontrava sobre a minha mesa. Não sabia mais o que fazer, estava me sentindo completamente perdida, sem ação diante ao que acontecia ao meu redor, queria poder sumir e só reaparecer quando tudo tivesse voltando ao normal, mas  essa não era a opção possível e com certeza o olhar de preocupação sobre mim toda vez que me fitavam, já havia se tornado algo fora do comum, não aguentava mais isso.

Roger: Brunna, Você está bem? - Perguntou entrando sem a minha autorização e diante o desastre que encontrou, simplesmente se manteve em silêncio e veio até a mim, me ajudando com a bagunça que eu mesma causei.

Todos sabiam de como era do meu costume me enterrar no trabalho, sabiam muito bem como a minha melhor escolha para me desfazer do mundo lá fora, era me prender a minha sala. Mas apenas duas pessoas sempre souberam os  meus reais motivos para agir dessa forma um vez ou outra, e hoje uma delas está bem aqui a minha frente, tentando me ajudar da melhor forma possível, enquanto a outra simplesmente desapareceu do nosso radar juntamente a única pessoa que eu já amei na vida, a quase uma semana. Sabendo que já fazia todo esse tempo, era o que já fazia todo esse tempo, era o que mais me deixava para baixo e preocupava de todas formas existentes, as pessoas dariam a vida por mim. Mas o que eu podia fazer? Era a minha melhor amiga e a escrota da minha ex, que não é mais tão ex assim, que estavam sob o poder de um filho da puta exonerado de suas funções do exército.

Roger: Sei que você é a chefe por aqui, mas acho que deveria ir para casa e descansar, Brunna - Disse ao se sentar na cadeira a minha frente, assim que deixamos tudo tudo organizado outra vez - Algo que já fazendo quase quatro dias - Alertou como se eu não soubesse dessa conta - Sua mãe não para de me pedir ajuda para te tirar daqui, já que proibiu a entrada dela - Ainda tinha isso, mas ela não me deu escolhas, estava a todo momento me tirando da minha linha de raciocínio, tentando me levar para casa, mesmo depois que deixei claro que não iria a lugar algum enquanto não obtivesse ao menos uma pista que fosse, sobre o local onde elas poderiam estar.

Bru: Não vou repetir mais uma vez, Roger e se não quiser ser dispensado, até que eu consiga resolver esse problema, acho bom que não vfvolta mencionar algo parecido - Deixei claro voltando as análises sobre a ficha do tenente Sulivam, enviada a poucas horas pelo gabinete do coronel Zyan, seu antigo superior.

Roger: Se for para te ver bem, não me importo com as consequências - Disse se pondo de pé e indo até a porta, a abrindo cedendo passagem para uma Luane tão abatida, quanto eu. E é óbvio que já possuía em seus motivos para estar aqui - Espero que a escute, na que parece não ouvir mais ninguém - Jogou no ar ao cumprimenta-la antes de deixar minha sala. Ato que me fez respirar fundo e ir de imediato até ela, sendo recebida em um forte abraço.

Bru: Por favor, me diz que veio até aqui, porque conseguiu algo? - Essa com certeza não era eu. Praticamente implorei por uma resposta positiva, a qual não veio e mais vez uma vez, aceitei o seu abraço.

Luane: O nosso pessoal ainda está trabalhando nas buscas e com a ajuda da Patrícia, que acabou de chegar de viagem, estou certa de que finalmente irão chegar a algum lugar, afinal, a mina é uma gênia dos computadores - Sorriu ao comentar, mostrando o quanto gostava da palhaça, da mesma que Ludmilla e no fim, ela era mesmo uma ótima amiga para ambas e sem dúvidas, se existia alguém no mundo que poderia encontrar tal localização, esse alguém era ela. Porém a minha felicidade por saber que ela estava nos ajudando, não tirou a minha vontade de ficar por aqui, trabalhando em possíveis estratégias para uma ação que possível. Mas a pessoa a minha frente, possuía outros planos em mente e sendo ela quem é, não sei como reagir, então apenas me foquei em sua fala - Mas que realmente me trouxe aqui, foi o fato do Roger e sua mãe não pararem de me ligar e dizer que você não estava se cuidando como deveria, então decidir vir checar por mim mesma - Sorriu colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha ao me fitar - E vejo que eles não exageraram tanto assim.

Bru: Eu estou bem - Falei me desviando de seu toque e voltando a me sentar em frente ao computador, que era a única coisa realmente intacta nessa sala - Mas e você? Não estar podendo falar muito de mim.

Luane: Eu tenho tido algumas horas de sono e outras mais de descanso, pois sei que não posso fazer nada, se acabar ficando doente - Disse simples me deixando completamente desestruturada, pois não esperava essa resposta - Agora você, não parece se importar em fazer nada do tipo, não é mesmo? - Jogou a direita se colocando a mínima distância possível, o que me causou um leve desconforto, pois não seria fácil encontrar uma desculpa aceitável com ela me lendo de tão perto - Precisa descansar, tirar um dia de descanso, dormir para repor as energias, sem falar sobre a rotina alimentar que deve voltar a ser mantida e sabe disso melhor do que qualquer um.

Bru: Não quero perder tempo com esse tipo de coisa, quando cada segundo pode ser importante e...

Luane: Pode parar por aí - Disse vindo até a mim e praticamente me arrastou para fora da sala, o que causou o olhar de todos os meus agentes.

Bru: O que pensa que está fazendo? - Joguei ao me soltar de sua mão, o que a fez soltar um um suspiro de frustração, mas a minha resposta não veio - Eu sei que você é a namorada da Lari e melhor amiga da Ludmilla, mas isso não te dá o menor direito de agir dessa forma comigo - Deixei meu ultimato, já lhe dando as costas - Agora se me der licença, eu tenho mais o que fazer e você conhece a saída - Estava para voltar a minha sala mais uma vez, porém o seu aperto em meu braço me impediu e notando os vários olhares sobre a gente, não disse nada, apenas me conduziu contra a minha vontade, até o lado de fora do prédio, onde me soltou já ao seu lado e não me dando espaço para voltar a adentrar a agência, cruzou os braços não direcionou o olhar sobre mim, um minuto que fosse, não estava a vontade com o momento, podia perceber isso - Será que não entendeu nada do que eu acabei de dizer? - Joguei a indireta e parecendo ter perdido a paciência, respirou fundo se colocando ao meu lado depois de socar a lateral do automóvel, o que me causou um pequeno susto, pois não esperava por esse tipo de reações.

Luane: É você que não entende, brunna - Disse com enorme pesar ao finalmente me ceder a intensidade de seu olhar - Eu prometir a ela que iria sempre cuidar de você, quando a mesma não estivesse em condições de o fazê-lo. Te manter bem, é mais do que uma obrigação para mim, é um dever, um favor a única pessoa que realmente se preocupa comigo, sem nem mesmo me conhecer, sem conhecer a minha história - Disse abrindo a porta do carona e me dando conta da burrada que estava cometendo, respirei fundo e me coloquei para dentro do veículo, já prendendo o cinto de segurança - Desde o momento em que me aceitou como sua parceira nos negócios, algo ficou muito claro para mim - Sorriu se pondo ao meu lado e dando a partida em seguida - Qualquer tipo de ação sempre seria levada em consideração, dependendo de uma gravidade, é claro. Mas se em algumas delas, chegasse até ela que você havia sido ferida ou algo próximo a isso, as consequências seriam sempre imediatas - Sorriu em negação - Poderia ser eu a cometer tal erro, não haveria conversar. Ao menos era o que a mesma me dizia todas as espécies em que iríamos sair em algum trabalho, mas eu sabia que as coisas não eram assim, ao menos não comigo.

Bru: A ligação entre o vocês, é igual a que tenho com a Lari, transcede a amizade e mesmo que ela não diga isso, essa é a verdade - Comentei a vendo assentir com um sorriso nos lábios - Me desculpa por tudo o que vem acontecendo, deveria facilitar as coisas para o seu lado - Voltando ao assunto principal, falei sem deixar de a olhar - Mas não é fácil carregar  o título de melhor agente em atividade e não poder fazer muito por quem se ama.

Luane: Tudo bem, eu te entendo mais do que imagina e sua ação não é nada de outro mundo. Qualquer pessoa agiria da mesma forma e por isso não posso te deixar assim - Disse não perdendo o foco do que fazia, prestando atenção em tudo o que  se passava no trânsito - Da mesma forma que a certeza de que ela fará de tudo para manter o bem estar da Lari, farei o mesmo por você, não importando o quanto tente me afastar...

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora