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BRUNNA

Como vem acontecendo com muita frequência ultimamente, acordei mais uma vez antes da Ludmilla, que dormia profundamente. Me levantei bem devagar na tentativa de não acordar ela, mas foi em vão.

Lud: Tú não acha que tá muito cedo para sair da cama não? - Perguntou com uma mão no meu pulso e a voz abafada pelo travesseiro.

Bru: Estava sem sono e quis adiantar as coisas aqui - Digo me deitando sobre ela, que se limitou a sorrir e do nada inverteu as posições, ficando assim: Ela por cima, no controle como a mesma gosta e eu juro que não me importo.

Lud: Vou fingir que não é porque tú queres falar com a Larrisa antes de mim - Disse e eu sorrir culpada.

Bru: Talvez você tenha uma ponta de razão - Saiu de cima de mim, já seguindo para o banheiro - Mas só talvez.

Lud: Sei disso - Sorriu - Tú vem?

Sem dizer mais nada, apenas me levantei e a seguir. Tomamos um banho rápido e sem sacanagem, o encontro que ela marcou com a Lari seria bem cedo, então ela já estava quase atrasada, o que não é novidade. Terminamos de nós arrumar e descemos as escadas já seguindo até a garagem, onde sem nem precisar de uma discussão, entramos no carro dela com a mesma na direção.

Bru: Eu vou poder participar dessa conversa tão importante? - Perguntei pronta para receber um não como resposta.

Lud: Claro - Disse dando a partida - Só não poderia se eu ainda estivesse mantendo isso em segredo - Sorriu - Mas mamãe fez questão de expor tudo, então não vejo problemas.

Bru: Eu amo a sua mãe - Falei e ela Sorriu em negação.

Lud: Só espero que não ame ela, mais do que a mim - Comentou e eu sorrir um pouco sem graça, o que é óbvio que não posso despercebido por ela - Aconteceu alguma coisa? Eu disse algo de errado?

Bru: Não, não é nada com você... Eu só me lembrei de algo importante - Olhei para ela e dei meu melhor sorriso - Daqui a pouco passa, não precisa se preocupar... Esse papel é meu.

Lud: Com certeza é - Concordou sorrindo, como sempre - Mas se quiser dividir, sabe que não vou me importar - Assenti e deixei o silêncio tomar conta do restante do percurso.

Ouvir ela brincar com aquela frase, me fez lembrar que eu nunca disse isso diretamente para ela, nunca disse com todas as letras que amo. O que chega a ser um pouco engraçado, porque todos que nos olham podem ver que ela é bem mais reservada do que eu, o que leva a crer que sempre serei eu a me abrir primeiro em qualquer situação, o que não aconteceu. Tá certo que ela só disse as três palavras uma única vez e em um momento nada especial, mas não negou quando mencionei o que a deixa em vantagem em relação a mim. Não sei o que acontece, eu simplesmente travo na hora de dizer e ela não parece disposta a repetir a não ser para retribuir.

Lud: Bru? - Sou tirada dos meus pensamentos pela mesma - Chegamos - Olhei em volta e vi uma lanchonete, sério que não podia ser mais longe da agência? Três quadras de distância apenas, são de fato duas louças - No que tanto pensa? Ficou sem dizer nada durante quase todo o percurso. Não precisa esconder nada de mim, sabe disso - Sorriu orgulhosa - Principalmente porque eu sou boa em desvendar mistérios.

Bru: Não esse - Falei já descendo do carro, ele fez o mesmo vindo atrás de mim.

Lud: Isso é o que veremos - Me deu um beijo na bochecha e tomou a minha frente já avisando a Lari com aqueles olhos de águia que ela tem, nunca vi igual - E aí? Como vai a tira mais pé no saco que conheço? - Disse cumprimentando e a Lari sorriu em negação.

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora