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Lud: Bru? Por favor, olha para mim? - Pedi já sentindo as lágrimas tomarem conta dos meus olhos em uma intensidade maior.

Olhei bem para ela e fiz pressão contra o seu peito, onde a bala havia acertado. Me virei para trás e vi jorge também caído ao chão com Larissa o algemando, sem deixar seu olhar preocupado sair de mim e papai desmaiar o agente que estava junto de si e vir me ajudar, assim como a mulher, que ao que parece é realmente a mãe dela.

Lud: Pai, liga para ambulância, agora - Pedi voltando minha atenção para ela - Por favor amor, não dorme... Fica comigo... A essa altura as lágrimas já não eram mais algo que estivessem sob meu controle.

Bru: Até que... Não dói tanto... Quanto eu pensei - Disse pausadamente e tossindo um pouco com o sangue já dando um visível sinal em sua boca. O que só serviu para me deixar ainda mais preocupada, isso não pode Ser nada bom.

Lud: Não se esforça muito, Só... fica aqui comigo - Pedi tentando passar confiança, mas era difícil até mesmo para mim acreditar em algo.

Bru: Eu Te Amo - Disse antes de se apagar e meu desespero tomar conta.

Lud: Bru?? Por favor, acorda... Amor, não faz isso comigo... Acorda Bru...

........

Já estávamos a horas na sala de espera do hospital e no ritmo que estava andando de um lado para o outro, iria fazer um furo no chão a qualquer momento Só podia ser muito azar ou o destino deve me odiar. Até parece que sair do Brasil só para essa merda acontecer, não tem nem um dia sequer que estou nessa cidade e já vim parar na merda de um hospital, correndo o risco de perder a mulher que eu amo, por causa de um idiota.

Jorge: Como ela está? - Perguntou ao aparecer na sala com o braço enfaixado, resultado do tiro que papai efetuou.

Sem esperar alguém o responder, apenas caminhinhei em sua direção e segurei em sua camisa, o acertando com uma sequência precisa de cruzado de direita, até senti alguém me tirando de cima dele.

Lud: Como tem coragem de aparecer aqui?! - Falei tentando me soltar - Ela só está nessa situação por sua culpa!

Lari: Ludmilla, se você não se acalmar, vão te expulsar daqui - Ouvir ela dizer, claro que tinha que ser ela me segurando.

Concordei com um acenar de cabeça e assim que ela me soltou partir para cima dele de novo, que dessa vez revidou com o braço bom. Não me importei, só queria descartar a minha raiva e frustração. Depois de acertar bons golpes naquele escrotos e que dessa vez sentir duas pessoas me tirar de cima dele. Olhei para o lado vendo papai em um dos seus seguranças e um pouco mais atrai civil seguranças do hospital se aproximando.

??: A senhorita poderia se retirar por gentileza? - Pediram e eu simplesmente sorrir na cara dura mesmo.

Lud: Sério isso? - Eles assentiram e minha seriedade tomou conta - Não saio daqui nem que tentem me tirar a força - Falei cruzando os braços assim que me soltaram.

Lari: Agente federal - Disse mostrando seu distintivo - Eu me responsabilizo por qualquer ato que ela venha a fazer daqui para frente... Não precisam se preocupar quanto a isso.

??: Tudo bem, mas qualquer novo problema, ela terá que sair - Disse já deixando o espaço logo após ela assentir.

Lari: É tão difícil assim tentar fazer o que pedem ao menos uma vez na vida? - Disse se virando para mim. Lud: Ele se diz pai e mesmo assim atirou na direção dela, sem medir as consequências de seu ato... Queria que eu fizesse o quê? Se nem na prisão, onde é o lugar dele, esse escroto está?

Jorge: O tiro não era para ela - Disse antes que a Larissa pudesse me responder - Você sabe disso... A culpa não foi minha - Levei a mão até o curativo em minha costela, onde a bala passou de raspão.

Lud: É óbvio que a culpa foi sua... Sabia que tinha uma péssima mira e ainda assim disparou. Mesmo depois que mandei baixar todas as porcarias das armas - Dei um passo a frente e rapidamente Larissa entrou em minha frente - Ela só está naquela merda de sala de cirurgia, por sua causa... E eu juro, que se qualquer coisa acontecer com ela... Você já pode ir se considerando um homem morto - Falei dando as costas para ele e saindo daquela sala, queria um momento só para mim, pensar um pouco. E ficar no mesmo ambiente que aquele desgraçado, não iria me ajudar em nada.

Caminhei a passos lentos até a porta da sala cirúrgica onde ela estava, não poderia entrar, mas iria ficar ali até o médico sair. Me encostei na parede e deixei que meu corpo se caísse até atingir o chão, onde abracei com meus joelhos e permitir chorar Tudo o quê não chorei na frente de todos. É meio difícil acreditar que depois de tudo o que já passamos, isso ainda tinha que acontecer. Do jeito que as coisas andam, até parece que alguma força sobrenatural não nos quer juntas, mas sim nos separar a qualquer custo, nem que para isso precise matar uma de nós.

Passadas meia hora que estava ali, conseguir me recompor e me pus de pé assim que vi a porta se abrir. O médico me olhou de cima abaixo e respirou fundo, é meio óbvio o que eu tava fazendo ali, não precisava ser um gênio para descobrir isso.

Lud: E então doutor ? Como ela está? - Perguntei sem deixar de olhar para ele.

Dr: Devido a localização do projétil, a cirurgia não foi fácil... Mas ela é uma garota forte e sem muita complicações, concluímos a cirurgia com sucesso - Disse e eu suspirei aliviada - Ela vai ficar bem, está sedada e será transferida para o quarto, onde ficará em observação por pouco a dias... Poderá receber visitas a partir de amanhã, quando já estiver em melhores condições e mais descansada.

Lud: Obrigada Doutor - Agradeci com um enorme sentimento de gratidão no peito, algo que nunca havia sentido até o momento - Não posso vê-la nem mesmo por cinco minutos? - Isistir e ele assentiu.

Dr: Se for somente você - Concordei e o acompanhei até o quarto onde ela iria ficar - Não vão demorar para trazê-la - Disse já saindo em direção a sala de espera.

Até pensei em ir com ele, mas quero evitar arrebentar ainda mais a cara do Jorge.

Como me foi dito, alguns minutos depois, enfermeiros já estavam a deixando no quarto. Informei sobre o que conversei com o médico responsável por ela. Nem me dei ao trabalho de colocar a cadeira ao lado da cama dela, simplesmente me ajoelhei e tomei sua mão nas minhas. Nunca gostei de hospitais, mas quando alguém por quem você daria a vida, está acamado, a sensação é muito pior, dobra de tamanho.

Lud: Você vai ficar bem amor - Falei olhando para ela - E o seu pai vai receber o que merece... E o meu vai te explicar tudo sobre o fato de sua mãe ainda estar viva.

Em nenhum momento deixei meu olhar tomar outra direção, a não ser aquele belo rosto que tanto amo. A todo momento dizendo algo, fazendo alguma promessa que faria de tudo para cumprir e pensando em como eu quero que as coisas sejam mais fáceis para a gente daqui para frente, chega de tanta dificuldade, chega de pessoas querendo nos matar ou nos separar.

Dado o tempo estabelecido, uma enfermeira veio até mim e pediu para que me retirasse. Mesmo a muito contra gosto, acabei saindo, não iria causar problemas, apesar de não me arrepender e fazer tudo de novo se aquele escroto cruzar meu caminho dizendo asneiras. Até sei o motivo pelo qual ele ainda está solto. Certeza que é por causa da sua patente, um comandante de alto escalão como aquele filho da puta é, não iria ficar sob custódia sem uma prova física e infelizmente ainda não fui prestar queixa e afirmar o que meus olhos viram, então aqui está ele, mas isso não vai durar por muito tempo. Além de o colocar atrás das grades como ele merece, vou garantir que o mesmo perca todos os seus benefícios como um agente federal. O pior erro dele, nem foi se meter comigo, mas sim no meio disso tudo, acabar atingindo quem eu amo. Pois é Jorge , você queria colocar o meu pai na prisão a qualquer custo, não importando os meios que usaria para isso. Agora é a minha vez de fazer o mesmo com você. A única diferença entre nós, é que eu não vou ferir ninguém para alcançar o meu objetivo é também não vou levar mais que alguns poucos dias para conseguir finalizar tudo com sucesso.










Próximo capítulo é
O PENÚLTIMO

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora