61°

593 61 7
                                    

BRUNNA

Assim que desliguei o celular, já o guardei e montei na moto seguindo o mais rápido possível sem me importar com quem estava a minha frente ou com os faróis fechados, só precisava chegar o quanto antes em casa e confirma que ela estaria bem, assim como a deixei quando sai.

O que será que aconteceu? Por que raios Diego me ligaria assim do nada fazendo essa pergunta? É óbvio que tem um motivo, mas qual?

Ainda com esses pensamentos em mente e não encontrando resposta que possam me ajudar, deixei a moto do lado de fora mesmo, não iria me dar ao trabalho de guarda-la na garagem. Então já desci praticamente correndo até a porta sem ligar para o barulho que poderia causar ao quase arrombar a coitada.

Lud: Aaahh! - Ouvir assim que levei a mão a maçaneta, não precisava ser um gênio para saber do que se tratava. A Lud estava deitada no sofá com as duas mãos  fazendo pressão contra a cabeça e a Dai ao seu lado, sem saber muito o que fazer.

Dai: Que bom que você chegou - Disse assim que me ajoelhei ao seu lado - Não sei o que aconteceu... Ela simplesmente começou a gritar do nada, sem conseguir dizer uma palavra - Relatou o mais breve que conseguiu - Renato me chamou para ficar com ela, enquanto ia buscar o carro.

Bru: Lud, Ei? Tenta olhar para mim? - Pedi depois de Assentir entendendo tudo o que a Dai me disse - Vai Lud, por favor, faz um esforço - Tentei, mas não adiantou, o que significa que dessa vez a intensidade da dor é muito maior do que as outras, mas por que? Isso só acontece com frequência quando ela tenta acessar alguma memória muito distante e a mesma sabe das consequências, por isso não faz nada do tipo, mas isso não explica a magnitude com que veio dessa vez - Ele vai demorar muito?

Dai: Não, já saiu tem alguns minutos e deve estar a caminho - Disse com olhar de preocupação visível - O que tá acontecendo com ela? Essas crises já aconteceram algumas poucas vezes, mas nunca desse jeito - Disse e eu me lembrei de quando a Lud disse que elas começaram a incomodar de verdade. Foi um ano depois que a mesma veio para cá, mas não se importou muito, o que de fato foi um erro, mesmo os médicos não conseguindo um prognóstico concreto. Mas pelo menos eles poderiam receitar algo para ajudar a aliviar um pouco, não temos como saber.

Bru: Nem sei por onde começar a te explicar - Falei tentando manter meu foco concentrado em quem importava - Mais não dá para ser agora - Assentiu me entendendo.

Lud: Bru? - Disse com a voz tão baixo que eu quase não consegui ouvir - Tem alguma coisa fora do normal... A dor tá insuportável... Ahhh... Não dá para tentar controlar como antes - Disse fazendo longas pausas para respirar fundo - Ahhh, que merda!

Bru: Fica calma, ok? Tô aqui com você e não vou te deixar sozinha - Falei tomando uma de suas mãos para mim - Vamos descobrir o que é e resolver tudo, juntas - Deixei um beijo em suas mãos e em nenhum momento ela conseguiu abrir os olhos por causa do impacto que estava sendo a dor física - Só tenta ficar acordada... Tenta não desmaiar - Pedi e em resposta ele apenas apertou a minha mão.

Renato chegou cinco minutos depois dessa nossa conversa e sem ao menos tentar discutir, a pegou no colo e a levou até seu carro, deixando a mesma no banco de trás, onde eu praticamente me joguei e ela se apoiou no meu colo. Fizemos todo o percurso em silêncio e o mais rápido possível, enquanto me mantive focada nela e fazendo um leve carinho em seus cabelos, na intenção de passar algum alívio, o que talvez pudesse estar dando certo.

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora