2° Tem. 32 capítulo

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LARISSA

Passados quase um mês desde a minha quase partida para o Além, não aguentava mais ter que ficar fora das minhas tarefas diárias como agente. Ainda não estou conseguindo acreditar que a filha da mãe da Brunna, me suspendeu por um mês inteiro e graças a isso, parece que os dias não querem mais passar. Meu tédio é tão grande, que não dá nem para ser medido. Juro que se estivesse ao meu alcance, ela não estaria mais neste mundo. E como se não bastasse as ordens da minha adorável chefe, ainda tenho uma namorada dos infernos para completar o pacote, em não aceitar a minha presença em certos pontos do meu trabalho, ajudando o encosto da Ludmilla. Dessa forma, tenho passado boa parte dos meus dias presa dentro de casa, isso quando não tenho o prazer ou até mesmo o desprazer em receber a Santoro para torra o resto da minha paciência. Mas sou obrigada a admitir que prefiro quando ela está presente, dessa forma não fico com o humor tão azedo e acabo me divertindo de alguma forma.

Luane: Onde vai? - Ouvir assim que levei a mão até a maçaneta, nesse caso, me virei exibindo um enorme sorriso ao fita-la.

Lari: Não sabia que já estávamos assim? - Provoquei cruzando os braços, recebendo apenas um aceno positivo e as costas viradas em seguida - Quando te conheci você era menos chata e mais educada comentei indo atrás da filha da mãe.

Luane: Digo o mesmo de você, ainda acrescentando o fato de que não sabia o pé no saco que estava colocando ao meu lado e claro, não podemos esquecer a grande teimosia que possui - Deixou claro ao se jogar sobre a cama e se apossar do celular, porém me dedicando sua atenção por um breve momento - Já se esqueceu de que não pode quebrar as instruções médicas durante todo o mês?

Lari: E O que isso tem haver com o fato de sair para dar uma volta? - Questionei realmente achando desnecessário esse modo de agir - Não estou indo soltar de paraquedas ou asa delta.

Luane: Mesmo se fosse, não seria uma surpresa muito grande - Disse ao dedicar seu foco ao celular, o que não me agradou em nada -  Afinal, viria de você tal ação.

Lari: Lari: O que está acontecendo contigo, Lulu? Fazem dias que está agindo de maneira fria comigo - Reclamei algo que vem me incomodando há algum tempo.

Luane: Esse é o problema Larissa, você não percebe a força das ações que escolhe exercer - Disse ainda não me dando atenção, porém era notável a mágoa em sua voz - Não se dá conta do que faz por aí.

Lari: E O que tenho feito? Exatamente nada, até porque, nem posso sair de casa com a mesma frequência de antes. Nem o meu trabalho posso fazer, então não entendo o porquê de tanto drama vindo da sua parte - Falei tudo o que estava preso, enfim conseguindo novamente a sua atenção.

Luane: Não é dramatização, apenas estou tentando fazer com que você siga, para o seu bem, as instruções médicas ao menos uma vez na vida - Mantendo a firmeza em sua voz, se levantou novamente me dando as costas ao sair andando.

Lari: Essas instruções são idiotas ao extremo, não preciso segui-las por tanto tempo, posso muito bem voltar aos meus antigos afazeres - Falei enquanto a acompanhava - A Brunna e você estão exagerando, não...

Luane: A gente quase te perdeu sua idiota! - Perdendo a paciência e me causando um leve susto, gritou ao parar no centro da sala se virando para me ficar - Não é a melhor coisa do mundo ver quem a gente ama lutando pela vida em um dia e brincando com toda a situação no dia seguinte! Tenta entender essa merda! - Suas  palavras foram duras e que me fizeram ficar sem ação. Em meses de relacionamento, ainda não havia visto esse lado explosivo nela e querendo ou não aceitar, eu mereci ouvir cada uma das palavras mencionadas, conhecia isso, porém foi inevitável não me sentir mal com a forma em que foram ditas - Desculpa por isso Lari, mas você pediu por isso  - Ouvindo sua fala, procurei engolir o choro que pedia passagem e passei por ela indo até a porta atender quem quer que fosse.

Lud: Como você estava demorando, decidi subir para ver se poderia ajudar em algo - Disse assim que abri a porta, exibindo um sorriso enorme, que em seguida morreu ao me fitar com mais atenção - Aconteceu alguma coisa?

Lari: Não é nada demais - Mentir lhe dando espaço para que a mesma pudesse entrar - Fica à vontade, não vou demorar - Falei a deixando na presença da amiga, enquanto voltava para o quarto na intenção de melhorar a feição presente no rosto, parecia que alguém havia acabado de falecer, isso sim.

Não era algo necessário, mas aproveitando o tempo no banheiro, acabei tomando um novo banho e indo atrás de uma nova peça de roupa. Estava precisando me sentir mais leve e o tempo gasto aqui dentro, seria muito bem aproveitado pelas duas do lado de fora. Eu não seria nem louca de me meter no assunto dela, já havia feito merda o suficiente e com certeza o que pudesse estar comentando de alguma forma iria caminhar até a mim, era sempre assim, então não precisava fazer nada para impedir algo nesse nível, não sou e nunca serei assim. Apesar dos grandes problemas que acabam aparecendo em nossa relação, estou ciente de que posso depositar toda a minha confiança naquela filha da mãe, da mesma forma que posso fazer com a Brunna e aquela escrota presente a minha sala, ao lado da minha namorada. Sendo assim, terminei com o novo trato, respirei fundo e voltei para a presença de ambas. Ludmilla ainda não tinha o sorriso de sempre, porém estava mais tranquila e a Luane não estava diferente parecia ter se acalmado e perdido a vontade de voar em meu pescoço a qualquer momento.

Lud: Para quem falou que não iria demorar - Provocou já ficando de pé e ali estava o maldito sorriso irônico - Cheguei a pensar que você havia ficado presa na privada ou descido pelo ralo.

Lari: Cala essa maldita boca e vamos logo, preciso respirar um ar puro - Falei a empurrando até a saída - Vejo você mais tarde - Falei forçando um meio sorriso, uma vez que o clima não era dos melhores e não obtendo nem mesmo um aceno, questionei - Vai dormir aqui hoje?

Luane: Não sei se é uma boa idéia Larissa, preciso pensar e com você por perto não vai ser muito fácil - Disse já se explicando.

Lari: Então pelo menos me espera, não vai embora antes da minha chegada. Preciso conversar contigo - Pedi, porém o silêncio prevaleceu - Por favor, não estou pedindo muito.

Lud: Olha se quiser, podemos marcar um outro horário. Não vou me umportar - Ofereceu diante do silêncio da amiga,  mas não era algo aceitável, precisa de um tempo com ela também.

Lari: Vai me esperar? - Voltei a insistir e respirando fundo, ela apenas assentiu - Obrigada, vejo você em poucas horas - Falei a abraçando firme e deixando um curto selinho em seus lábios - Amo você - Com isso, deixei o apartamento arrastando a desgraça em carne e osso junto a mim.

Lud: O que aconteceu entre vocês? - Perguntou ao adentrarmos o elevador e estranhei o fato de ela não saber, achei que a Luane fosse se abrir com ela.

Lari: Tivemos uma pequena discussão - Falei simples e ela sorriu - O que é tão engraçado?

Lud: Sério isso? Uma pequena discussão? - Questionou acionando o alarme de seu carro e percebendo ser uma pergunta retórica, permaneci em silêncio - Conta outra, aquele porre não ficaria daquele jeito por tão pouco. Fala logo o que tá rolando - Foi firme ao dizer, deixando de lado o questionamento e dando espaço a autoridade.

Lari: Não gosto de ficar presa e mandei um foda-se para o que foi dito pelo médico, sendo assim, ela ficou puta comigo, me tratando como um vaso valioso preste a virar nada - Tentei explicar de forma resumida.

Lud: Sei que não esperava ouvir isso logo de mim, mas já se pôs no lugar dela? Imaginou como seria a sua reação, se fosse ela a quase morrer e depois ficar agindo como se não fosse algo grave? - Jogou a questão que só serviu para piorar a minha situação - Não é fácil quase perder alguém que amamos Larissa, assim como eu, você sabe disso melhor do que ninguém - Ouvindo pela segunda vez essa frase, me lembrei de quando a Brunna quase nos deixou, graças ao Jorge.

Lari: Sei que estou errada em não me colocar no lugar dela, mas não sei agir de modo diferente, sempre fui assim.

Lud: Olhando para vocês assim, finalmente consigo ver o que a Brunna teve que aguentar ao meu lado - Sorriu ao ter tal constatação  - Tanto falou de mim, para agora tá agindo da mesma forma, que sempre agir. Lulu, você está física- Como se ela estiver aqui, comentou rindo ainda mais.

Lari: Se não calar essa boca. Vou te atirar para fora do carro...

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora