2° Tem. 20 capítulo

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LUDMILLA


Mas que merda é essa que eu estou sentindo o que foi que aconteceu comigo?

Não sabia como reagir, me via acordada, porém não era capaz de abrir os olhos. Tendo a certeza de que isso não era possível, procurei me acalmar, respirei fundo varias vezes, até ouvir o som de um disparo e realmente me despertar sentindo uma enorme falta de ar. Estava sozinha em um quarto que não me pertencia, o que só serviu para piorar ainda mais a minha situação. Sentindo o pânico tomar conta de mim, olhei ao redor e sem pensar em nada, apenas desconectei todos os fios que se encontravam ligados à mim e o som emitido por um deles, me fez levar imediatamente ambas as mãos aos ouvidos. Queria muito saber que porcaria era aquela, mas a falta de ar e junto ao enorme incômodo na cabeça, não me permitiam raciocinar. Como estava desorientada, não tenho muita certeza, mas foram questão de poucos minutos para que alguém me prendesse em um abraço apertadinha intenção de me passar alguma calma ou até mesmo sensação de segurança.

??: Está tudo bem, VOCÊ está bem - Ouvir me dizer, porém não conseguia acreditar e nem mesmo entendo porquê  - Procura se acalmar, respira devagar para recuperar o ar perdido - Instruiu mantendo o contato sem se afastar nem mesmo um centímetro e bem lá no fundo eu agradeci por isso - Estou aqui com você - Disse firme e só então conseguir enfim seguir suas instruções, voltando a ter o pleno controle da minha respiração, alcançando desta forma, a acalmar para não surtar. Não estava me reconhecendo, na verdade não me lembrava de ter sofrido ataque de pânico alguma outra vez em toda a minha vida, estou certa de que isso nunca ocorreu antes.

Foram longos minutos presa dentro daquele abraço, talvez até mais de 1 hora. Já estava me sentindo muito melhor, me sentindo acolhida dentro daquele abraço, os quais me pareciam muito familiar, porém ainda não havia tido a curiosidade ou até mesmo coragem para me distanciar e fitar a pessoa responsável por me ceder tamanha ajuda. O carinho recebido foi essencial para me passar a confiança necessária e já estava na hora de avradecer, percebi isso quando o silêncio foi quebrado.

??: Se sente melhor? - Perguntou quebrando devagar o contato estabelecido ao tomar uma breve e curta distância, só então pude fita-la com atenção.

Lud: Brunna? - Saiu como num sussurro. A surpresa por tê-la aqui em minha frente era muito grande, porém não ultrapassava a felicidade. Mas a curiosidade se fez presente em questão de segundos.

" O que ela estava fazendo aqui?"

Com essa pergunta rodando a mente, me coloquei a analisar todo o quarto com a grande atenção, desta vez tendo noção do que estava vendo e novamente uma nova questão se fez presente, assim que me dei conta de que estava em um dos quartos da casa dela.

" O que eu estava fazendo aqui?"

Essa sim era a questão certa a se fazer. Sendo assim, analisei com uma atenção maior ainda, a cama e os aparelhos ao lado dela, que a pouco tempo se encontravam ligados à mim e em um reflexo instantâneo, minha mão direita rapidamente foi até o meu peito, onde abri a camisa de botões que vestia e observei um traço cirúrgico em processo de cicatrização, porém não lembrava, não do que poderia ter me causado tal ferimento.

Bru: Não se lembra do que aconteceu? - Questionou chamando a minha atenção para si, depois de longos minutos de silêncio e observações sem nenhum fundamento lógico. E diante de tal pergunta, tentei viajar ao passado para ver se algo se encaixava, mas isso não foi possível. Não fazia ideia de nada, então apenas neguei , ao virar minha atenção para ela, me esquecendo do ferimento - Você foi baleada durante uma operação da CIA em conjunto com o FBI - Disse mantendo a seriedade e a tristeza no olhar, não a entendi, mas a conhecia muito bem, ainda conseguia ler muito de si - Era para ser uma missão simples, apenas executar uma prisão que no fim das contas nem faria muito sentido, já que teríamos de liberar você é a sua equipe ao ser provado que aquela era uma ordem governamental - Exibiu um sorriso irônico ao desviar o olhar - Eu não devia ter arquitetado aquela tarefa - Disse mais para si, do que para mim, porém me mantive em silêncio. Estava óbvio que ela ainda não havia terminado de dizer o que queria - O FBI não compartilha a minha opinião, e mesmo estando sob meu comando, se recusaram a seguir as minhas ordens, o que resultou na perca de um dos agentes deles e a sua quase morte - Com essa conclusão, mais uma vez voltei a olhar para o traço cirúrgico.

Lud: A quanto tempo eu estou aqui? - Foi a única coisa que consegui perguntar, nada mais vinha em minha mente.

Bru: Agradeço por não ser um muito longo - Exibiu um sorriso sincero ao voltar a me fitar - Hoje estava fazendo uma semana - Concluiu se colocando de pé - Vou pedir para trazerem algo para você se alimentar - Disse já deixando o quarto, sem esperar uma resposta, Mamãe entrou em seguida.

Sil: Que bom que acordou meu amor - Disse ela com seus olhos tomados pelas lágrimas ao me ceder um forte abraço - Me deu um susto enorme.

Lud: E pelo o que a Brunna me contou, nem mesmo foi culpa minha dessa vez - Sorrir ao comentar e ela me olhou preocupada, o que fez meu sorriso morrer imediatamente. O que é?

Sil: Não se lembra de nada do que houve? - Neguei e a feição dela mudou completamente, porém o assunto morreu por ali mesmo - Tudo bem, o que importa é saber que você está melhor.

Lud: Mãe, por que raios eu estou na casa dos Gonçalves e não na nossa ou no meu apartamento? - Questionei realmente não entendendo o porquê dessa decisão.

Sil: Foi o que a Mia julgou ser procedente no momento. Ela precisava te manter por perto e ter todos os meios necessários para uma estabilização, caso fosse preciso - Disse dando sua explicação - Por isso te trouxeram para cá, assim que conseguiu uma estabilidade fixa. Não seria eu a ir contra, ela é uma grande amiga e estava salvando a sua vida.

Lud: Não estou criticando dona Silvana - Comentei sorrindo dos seus argumentos finais.

Sil: Acho muito bom mesmo, até porque não iria adiantar muita coisa, já que você vai ficar aqui por mais uns três dias - Disse rindo, enquanto eu fiquei boquiaberta com a notícia. Lud: Como é?

??: Não posso te liberar até ter certeza absoluta de que está de fato completamente bem - Disse Mia fechando a porta logo atrás de si - E para isso, você deve se contentar em passar mais três ou quatro dias de molho aqui, no momento.

Lud: Por que parece que vocês estão sempre ouvindo atrás da porta, apenas esperando uma brecha para entrar em determinado assunto? - Questionei ao me deixar cair de costas - Estão até parecendo o papai.

Mia: Por que você não está com os fios de monitoramento? - Perguntou ignorando o meu comentário.

Lud: Eu posso ter tido um ataque de pânico quando acordei e ter me livrado deles da maneira que julguei ser necessária - Falei como se não fosse nada e diante dos olhares que recebi que não devia ter falado daquela forma.

Sil: Você nunca teve isso antes - Comentou realmente preocupada.

Mia: Como aconteceu? - Perguntou me reconectando aos aparelhos.

Lud: Não entendi muito bem, Parecia que eu havia acordado, porém não conseguia abrir os olhos e quando achei que iria conseguir, ouvir um disparo e me levantei de súbito, sentindo muita falta de ar e uma dor de cabeça insuportável - Fiz um breve resumo enquanto a observava.

Mia: Isso se deve a junção deste acontecimento com os já passados. Sua mente e seu corpo se sentiram ameaçados, não se Esqueceram dos traumas causados, então é possível que isso possa vir a ti seguir de agora em diante - Disse vídeo e com uma seriedade de outro Mundo - Não posso fazer muito para lhe ajudar nesse momento, porém esses casos costumam possuir uma espécie de gatilho, então tente descobrir qual é e quando conseguir, evite-o ou seja forte para supera-lo e seguir em frente - Sorriu deixando a mão pousada sobre meu ombro - Faça deste momento, mais um, de vários aprendizados Ludmilla. Sei que pode passar por isso com facilidade, não deixe o medo de se ferir novamente, te parar. Porque é justamente isso o que imobiliza - Levando mamãe junto a si, caminhou até a saída onde parou e disse seu complemento, entes de deixar em definitivo o quarto - Sua mente é quem controla o seu corpo e não o contrário. Então cabe a você, esquecer tudo de ruim que aconteceu, enquanto se apegar a isso, o gatilho sempre te levará para exato momento em que  te feriram...

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora