Capítulo 72

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A manhã já ia alta quando Lady Susan Dashwood Talbot, Marquesa Westlake, despertou espreguiçando-se languidamente sobre sua imensa cama.

Sua noite fora maravilhosa.

Estreara um novo e jovem amante.

Ah...e ele era maravilhoso, sem dúvidas; bonito e muito vigoroso. Sorriu ao lembrar-se do embate romântico...e carnal que tiveram.

Sem falar, que tê-lo a sua inteira disposição era deveras conveniente.
Seu 'carino', era assim que ele queria ser chamado por ela, era não menos, que o jovem sobrinho italiano do Conde de Clairmont.

Definitivamente, o destino decidira jogar a seu favor.

Através dele, soubera, com falsa tristeza, que o Duque de Greenleaf, quase batera as botas em plena festa de casamento da própria filha.
E que agora jazia muito enfermo, acamado e praticamente desenganado, em seu quarto na Mansão Hewitt.
Que esforço sobre humano teve de fazer para não chorar de tanto rir na frente de Francesco. Ah... Doce e inocente Francesco.

Ela tinha certeza que esta 'doença' era o resultado do conhecimento, por parte do Duque, de que seu intocável primogênito, estava a enroscar-se nos lençóis da própria tia.
Com certeza Robert não tinha tido a paciência necessária para engendrar um escândalo de maiores proporções, pensou entendiada.

Mas o que é isso Susan! Gritou para si mesma em seus pensamentos.

Se isso fora o que levou o Duque a tamanha síncope, imagine o estrago que a terrível descoberta estava fazendo com o resto da família.

Com Lewis.

Se ele já sabia, e é claro que já sabia, devia estar devastado.

Sentou-se rápido em sua cama e abraçando os joelhos sorriu, fechando os olhos e saboreando a sensação maravilhosa que era saber que a decepção que Lewis devia estar sentindo, pela traição da esposa ralé, com o próprio sobrinho, não tinha limites.
Ela o conhecia o suficiente para saber que talvez a tragédia só viesse a se agravar, e talvez, e ela torcia para que sim, a honra dele fosse lavada com sangue.

Tinha de admitir, que não teria imaginado algo assim tão extraordinário, e para os fins que ela tinha sonhado por tanto tempo, ou seja, vingar-se de todos eles, esta pequena tragédia familiar iria servir muito bem.

Ao arrumar-se com maior esmero esta manhã, do que costumava fazer, ainda sentia a mesma e deliciosa sensação de antecipação de que algo muito bom estava prestes a acontecer, e quase podia ouvir a voz esganiçada da irmã a contar-lhe, entre lágrimas, a tragédia que se abatera sobre as nobres famílias.

Ah... Era tudo tão patético.

Mas então, depois deste escândalo, ela e Lewis fugiriam dali, e de todos esses medíocres que os cercavam; viveriam felizes o resto de seus dias em algum paraíso tropical.
Ela tinha terras nas colônias, nas ilhas do Caribe; tinha dinheiro, muito ouro guardado; ficariam muito bem, sem dúvidas.
Seu coração acelerava só em pensar em estar nos braços dele, em  ser beijada por ele.
Passariam os dias e as noites a amarem-se loucamente, como sempre deveria ter sido.

—Milady, com licença? —Romilda, sua governanta, falou timidamente, ao abrir a porta com cuidado.

—O que foi criatura? —Susan respondeu sem virar-se.

—Há uma certa Lady Baldwin que deseja falar-lhe. Eu disse-lhe que Sua Senhoria não costuma receber sem que seja marcada visita com antecedência, mas ela insiste que é algo de extrema urgência e de grande interesse seu, e disse que não irá embora sem que Sua Senhoria a receba. O que devo fazer Milady?

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