Capítulo 6

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A claridade da manhã entrando pelas cortinas da janela tocaram o rosto do Duque, e ele relutantemente moveu-se na cama, lembrando que John estava deitado em seu braço esquerdo, que por sinal, ele mal sentia.

O menino havia dormido razoavelmente bem, choramingara umas duas vezes, mas ele conseguiu acalmá-lo murmurando uma canção de ninar que lembrou ouvir de sua babá.
John se recostara sonolento e continuou dormindo.

Foi algo muito prazeroso poder cuidar do filho, Andrew pensou.

Nunca imaginara que uma criança podia transmitir tanto afeto, e também nunca imaginara, que dar afeto ao filho, lhe traria tanta felicidade.
Este pensamento o levou a outro.
Podia ter uma leve noção do sofrimento de Joanne agora ao pensar em se separar do filho.
Não era justo com ela.
Ela tinha enfrentado tudo sozinha, toda provação de esperar um filho sem pai.

O menino era tudo que ela tinha.

Ele havia cuidado das necessidades prementes que ela tivera ao comprar a pequena casinha e mandar a mesada para eles, embora Joanne insistisse em trabalhar e guardar toda mesada para a futura educação de John.

Ela era tão inocente...pensou, porque a riqueza que possuía sustentaria muitas geracões de Hewitts, sem que precisassem sequer pensar em trabalhar.

Envergonhou-se muito de ter-se imposto agressivamente e decidiu que tentaria demover Mary Ann de ficar em definitivo com o menino.
Orou a Deus em pensamento, para que essa idéia terrível pudesse ser apagada da mente dela.
E sentiu muito medo de Mary Ann estar definitivamente afetada por alguma doença que lhe tirava o bom senso.

—Mary Ann —Sussurrou Andrew —Acorde querida! —Disse carinhosamente, beijando-lhe os lábios —Eu preciso levantar, tenho muitas coisas que necessitam de minha atenção, mas o menino ainda dorme, e você precisa cuidar para que ele não se assuste e caia da cama.

—Sim Andrew —Mary Ann sorriu, e esfregando os olhos, disse:—Pode ir tranquilo! Já estou acordada. Vou cuidar dele. Ao sair peça que Angélica venha me ajudar sim?

—Claro!

Andrew levantou-se dolorido e pegando sua casaca e os sapatos, deu um suave beijo no rosto de John e saiu do quarto da Duquesa pela porta de ligação com o seu.
Lembraria a si mesmo de que era uma péssima idéia dormir vestido com roupas de passeio e atravessado na cama.

Tocou a sineta para chamar seu valete Brian, assim que adentrou em seus aposentos.
Brian surgiu como um raio.
Ele era um rapazola magro e ruivo, que tinha a fama de falar demais...
Mas hoje, o Duque desejava uma amostra desta sua característica, pois queria saber sobre os possíveis comentários que já andariam circulando pela mansão, sobre a chegada do seu filho...e da mãe dele.

—Vossa Graça deseja que prepare um banho? Quer que providencie seu desjejum com Milady, ou descerá para o salão matinal? —Brian falava enquanto apanhava a casaca que Andrew largara em cima da cama, e o colete e a gravata que ele tirou enquanto se espreguiçava.

—Sim para o banho! —O Duque declarou, sorrindo de lado —E bem quente! Porque a viajem e a noite mal dormida estão cobrando os juros hoje. E descerei, mas vou tomar apenas um chá no meu escritório, tenho que por em dia uma série de assuntos.

—Pois não Vossa Graça! Providenciarei tudo agora mesmo.

—E Brian, peça para a senhora Finnes que acorde a senhorita Archer, nossa hóspede, e a leve até o meu escritório, preciso falar com ela com uma certa urgência. E também diga a Angélica que Milady precisa del...

—Milorde a senhorita Archer já desceu, ela e sua pequena acompanhante. Elas tomaram o desjejum conosco, e agora ela, a senhorita Archer, está na cozinha com Lucy, e disse que quer fazer uma torta de maçã... —E olhando para Andrew com uma expressão de cumplicidade, sussurrou —Ela disse que vai fazer esta torta para o seu filho, ou seja, o dela...ou o jovem mestre John...bem o menino que Vossa Graça buscou —E desviando os olhos, coçou a cabeça encabulado.

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