Capítulo 100

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-Mary Ann, por favor meu anjo, nos deixe a sós, eu preciso conversar com Henry -Andrew disse, olhando para Henry com a testa muito franzida - E iremos demorar um pouco, por isso, vá atrás de John e o acalme, depois falarei com ele.

-Mas Andrew, eu acho que você não deveria se esforçar tanto meu querido -Mary Ann tentava demovê-lo secando as lágrimas -Você ainda está convalescendo, o Doutor Philips não o liberou e...

-Por favor meu anjo -Andrew aproximou-se e beijou-lhe a testa com carinho -Confie em mim, sei o que estou fazendo, vá e acalme John, sim?

-Está bem meu amor, eu irei -Mary Ann respondeu cabisbaixa -Prometa-me que não vai exagerar...

-Eu prometo! -Andrew disse com um sorriso torto -Pode ir tranquila.

Mary Ann saiu da biblioteca lentamente, e virou-se para ver Andrew fechar a porta dizendo:

-Agora nós vamos conversar sobre os seus direitos Henry!

Mary Ann caminhou ligeira pelo corredor e indo em direção ao salão de jantar, encontrou-se com Sophie que vinha com um semblante preocupado.

-Mamá, o que aconteceu? Vi John subir as escadas quase correndo, o chamei para ir ao salão de jantar, Janet já serviu a ceia -Sophie perguntava tensa -Ele nem me olhou! O que houve mamá, posso ajudar?

-Oh minha querida -Mary Ann murmurou triste -Seus irmãos se desentenderam, estou indo acalmar John.

-Johnny e Hank? Mas porque? -Sophie estava atônita.

-Sophy, depois que a poeira baixar, eu prometo que explico-lhe tudo, por hora volte ao salão e jante normalmente. Quanto menos alarido se fizer sobre esse desentendimento, melhor - Mary Ann pediu aflita.

-Sim mamá, conte comigo! Voltarei ao salão e jantaremos normalmente!

-Te agradeço minha filha -Mary Ann respondeu abraçando-se a filha -Agora deixe-me ir até John, ele precisa de mim.

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John entrara em seu quarto como uma tempestade.

Tirou a casaca e a gravata, enquanto passava as mãos pelo rosto com raiva, tentando deter as lágrimas que insistiam em pular de seus olhos.

Foi até a janela e afastou as cortinas, para respirar o ar fresco do início da noite.

Respirou fundo buscando acalmar-se, esforçando-se para ser racional, pensar somente com o cérebro, não com o coração.

Seu coração estava partido. Estava em cacos.

Embora ele mesmo tivesse sempre tido esse incômodo em relação a ser declarado filho natural e primogênito dos Duques de Greenleaf , não imaginara que seria tão dolorido ouvir de outra pessoa, o que ele somente pensara.

Bastardo.

John sempre pensara que era um bastardo, e que mesmo a revelia da sua vontade, tomava, usurpava o lugar que por direito seria de Henry.

Ele era o filho da Duquesa, o filho da esposa legítima de seu pai.

Não uma criança como ele, que foi gerado em pecado, fruto de uma noite de paixão; um filho ilegítimo, um bastardo.

Bastardo.

Henry disse o que ele, e claro, muitos outros, só ousaram pensar.

Mas, essa era a verdade. A sua verdade. Não tinha como fugir dela.

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