Capítulo 16

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Lewis ainda tinha a sensação do corpo de Joanne nos braços, e em sua camisa as marcas de seu sangue.
E isso o aturdia!
Mas ver Joanne jazer inerte em sua cama sem demonstrar nenhum sinal de melhora, era assustador!

Todos estavam apavorados!

Mary Ann lacrimejava sentada a cabeceira da amiga.
A jovem Agnes acorrera ao quarto assim que soube do acidente, mas fora instruída por Mary Ann que voltasse a ala infantil e que de maneira nenhuma permitisse que o pequeno Johnny soubesse do acontecido, muito menos que ele presenciase tal cena.
A menina anuiu triste e saiu às pressas choramingando...

A Senhora Finnes e Anne, a criada pessoal de Joanne, correram para trazer água morna para limpar o ferimento, que só foi notado quando ele, Lewis, delicadamente a deitou na cama, com a cabeça recostada no travesseiro.

Mas o mais chocante se deu no momento em que Andrew entrou no quarto, praticamente em desespero!
A impressão que Lewis teve era de que ele ia abraçá-la e cair em lágrimas.

Achegou-se a cama em um rompante, com o rosto transtornado e os olhos marejados; mas ao visualizar Mary Ann na cabeceira da jovem, estancou imediatamente.
Lewis notou que eles se entreolharam intensamente e então ele respirou fundo e perguntou com a voz embargada: —O que houve Mary Ann? Como ela se machucou? Alguém chamou o doutor Gilbert? — Inquiriu enquanto revistava Joanne com os olhos, a procura de sinais de possíveis machucados.

—Eu já mandei Owen às pressas a casa do doutor Gilbert, eles já devem estar chegando —Mary Ann respondeu triste e baixando os olhos, buscou a mão de Joanne que entrelaçou nas suas —Ela tinha ido buscar maçãs para fazer uma torta, Johnny amanheceu com vontade de comer torta de maçãs! —E olhando para o marido com lágrimas nos olhos, continuou —Mas ao passar pelas estrebarias foi atropelada por Sansão que fugia novamente — Terminou fungando.

—Eu devia ter dado um tiro neste cavalo! —Esbravejou Andrew vermelho de raiva —Um tiro! —Repetiu, e caminhando nervosamente, saiu pela porta a fora quase correndo.

—O que você vai fazer? Andrew! —Gritou Mary Ann da porta do quarto apavorada, e voltando-se para Lewis implorou: —Por favor primo, vá atraz dele, ele vai fazer uma loucura! Não deixe ele matar o animal!

—Sim eu vou! Acalme-se, ele não vai fazer nada! Eu vou falar com ele! —E virando-se, Lewis sai as pressas atrás de Andrew.

Lewis foi direto ao escritório, pois sabia que se Andrew tivesse uma arma, com certeza estaria lá.
O encontrou furioso, tentando colocar as balas na pistola, mas como as mãos tremiam, estava falhando no intento.

—Pare com isso primo! Não há necessidade de tamanho destempero. Você vai se arrepender se matar esse animal! Foi um acidente, um triste acidente... —Argumentou enquanto se aproximava dele com fingida calma.

—Cale a boca Lewis! Vou me arrepender é se não o fizer! —Declarou com o olhar raivoso —Ela pode morrer! E tudo por causa deste demônio que já poupei antes. Mas agora chega! —E terminando de carregar a arma, fechou o tambor e encaminhava-se em direção a porta resoluto, quando Lewis se pôs a sua frente.

—A Senhorita Archer não aprovaria que este animal fosse sacrificado, tenho certeza! —Falou firme.
—Eu compro o animal! —Lewis falou num rompante —Levo ele embora! Nunca mais vai vê-lo. Faça seu preço! —Propôs com seus olhos fixos nos do primo, percebendo que ele titubeava em sua decisão.

—Você não fala a sério! É um animal muito caro. E é irascível!  Ninguém consegue domá-lo, ele não aceita ser adestrado! Vive fugindo e pondo todos em risco. Este terrível incidente foi a gota d agua! —Argumentou o Duque com uma expressão decidida e com a pistola em punho.

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