Capitulo 88

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James estava furioso.

Caminhava desnorteado pelo jardim, tentando acalmar-se para poder retornar para dentro da Mansão Hewitt.

Sua mente ainda não tinha conseguido organizar tudo que tinha acontecido nestas poucas horas.

O que Amanda tinha feito? Porque ela agira assim. Porque era tão perturbada e imprudente.

Amanda estava totalmente equivocada em relação a Robert.
Ele não a tinha abandonado. Não tinha sido um aproveitador.
É claro que ele não aprovava a indiscrição que cometeram, mas isso já estava acertado entre eles.

Todo erro começara no maldito baile de máscaras da Marquesa Westlake.
Amanda a beijar-se escondida nas sombras do jardim com Robert. Dois parvos.

E caíram nas garras da insidiosa Susan Talbot.
Ela estava por trás de quase tudo que houvera de errado nesta noite, ele sabia.

Agora ele sabia quem enviava os bilhetes, e a quem eles recorriam para que pudessem se encontrar. Ela era uma péssima influência e sem dúvidas não era amiga de nenhum deles. Ele lembrava muito bem de como ela costumava falar mal de sua mãe.

James sentou-se e respirando mais calmo, concluiu preocupado que também tinha contribuído para este fiasco que fora, ou o que era para ser, uma linda reunião aonde suas irmãs contraíriam um compromisso, com homens, que ele sabia, elas amavam profundamente.

Lembrou-se do que havia dito para o pai alguns dias antes, de que Amanda facilmente o enrolava, e lembrou-se muito pesaroso também, de que a poucas horas atrás, havia prometido ao pai que ele podia viajar tranquilo, pois ele cuidaria de tudo.

Ah! Doce ilusão.
O pai e Agnes ainda nem tinham embarcado, e tudo que eles haviam combinado, caíra por terra.

Ele devia ter intervido há muito tempo, refletiu triste.
Não devia ter se divertido com a situação. Fora demasiado irresponsável e soberbo.

Sua mãe deveria estar decepcionada com ele.

Ah! Se ela ainda estivesse aqui tudo seria mais fácil, para todos eles.
Sentiu os olhos queimarem pelo peso das lágrimas que a lembrança dela evocara.

James quase nunca tocava no nome dela. Doía demais lembrar-se.

Lembrar-se de seu sorriso, do tom caloroso de sua voz, da maciez de suas mãos a acariciar a sua face, do seu perfume suave e pungente.
Doía lembrar-se de vê-la jazer inerte e ensanguentada, depois de uma noite inteira de agonia, em um parto doloroso de uma criança natimorta.
Seu irmãozinho...o pequeno Simon...
Que não tivera a dádiva de ver o rosto dos próprios pais, e nem a luz da manhã de seu nascimento.

Não! James pensou, passando a mão pelo rosto para limpar os olhos, não podia entregar-se a dor dessas memórias.
Não podia permitir sentir-se órfão novamente.
Ele era um homem agora. E como homem, devia consertar seu erro e o de Amanda, e se possível, ensinar-lhe que ela não devia nunca mais fazê-lo de bobo, pois se ela era ardilosa e vingativa, ele era esperto e hábil o suficiente para dar-lhe o troco a altura.

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Lewis e Joanne saíram da festa um pouco antes dos outros convidados.

Desde o início, ele não sentia-se bem, apesar de estar muito feliz por Agnes, a quem amava como uma filha, e por sua própria filha Louisa, que não  parava de sorrir desde o momento em que recebera o pedido de casamento.
A felicidade pura e genuína delas, havia amenizado, em partes, a angústia que sentia desde que soubera o que seu imprudente filho tinha feito.

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