Capítulo 64

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—Cordélia... Por favor querida, eu não estou lhe entendendo!

Mary Ann falava com  paciência —Poderia repetir o que disse, agora com mais calma? —A Duquesa argumentava com Lady Baldwin, que estava transtornada.

Cordélia havia conduzido Mary Ann e tia Bess até a sala de estar para que tivessem uma conversação em particular, mas ela encontrava-se tão nervosa e nitidamente alterada, que tia Bess temia que ela viesse a desmaiar; notou, com preocupação, que mais uma vez, sua pele adquirira aquele tom esverdeado que  vira a alguns dias atrás, quando Portia manifestou abertamente seus sentimentos por John.

Talvez fosse melhor que ela mesma se incumbisse de tranquilizar Cordélia, e assim, Mary Ann poderia voltar para festa e circular entre seus convidados tranquilamente.

—Mary Ann, querida —Tia Bess começou —Volte para a festa, eu fico com Lady Baldwin. Tenho certeza que depois de conversarmos um pouco, ela sentir-se-a melhor, e ambas lhe encontraremos no salão; pois ainda não provei do bolo e nem do excelente champagne francês, e não me recolherei sem antes fazer isso! —Tia Bess terminou sorrindo convincentemente para Mary Ann que a olhava entre assustada e intrigada.

—Tem certeza tia Bess? —Perguntou Mary Ann.

—Sim querida! Pode ir tranquila.—Tia Bess insistiu.

—Você se importa Cordélia? —Mary Ann inquiriu preocupada —Sinto que você ainda está muito aflita.

—Eu ficarei bem Lady Hewitt! —Cordélia respondeu com um sorriso desajeitado —Não é correto da minha parte monopolizar a sua atenção, afinal ainda não cumprimentou ou falou com todos seus convidados. Pode ir Milady, faço questão! —Disse Cordélia apertando afetuosamente as mãos da Duquesa.

Depois que Mary Ann convenceu-se de que Cordélia ficaria bem e que tia Bess tinha pleno controle da situação, despediu-se afetuosamente, e foi para o salão, pois estava ausente tempo demais da festa e de seus outros convidados.

—Vamos nos sentar Cordélia —Tia Bess falou sorrindo, apontando com a bengala, para a poltrona em frente sua —E fique a vontade querida, tenho todo tempo para lhe ouvir; e sou conhecida por ter este talento! —Falou divertida.

—Tenho certeza disso Lady Gordon e sou lhe grata por ter esta disposição —Cordélia falou muito encabulada —A senhora tem sido muito bondosa para comigo e minha filha. Embora, nos conheçamos a tão pouco tempo —E olhando com olhos muito abertos para tia Bess —Aliás, vocês todos teem sido extremamente gentis —E voltando o rosto para o lado, limpou uma lágrima furtiva.

—Querida, somos família agora! —Tia Bess fala sorrindo —E mesmo que não fossemos, nossas famílias tem cultivado uma respeitosa amizade, e já há muitos anos posso dizer. Embora não tenhamos convivido tanto como passaremos a conviver agora —E olhando gentilmente para Cordélia, continuou —Por favor Cordélia, eu desejo ajudar-lhe...Diga-me o que lhe aflige? —E aproximando-se de Cordélia, pegou em suas mãos frias para confortá-la.

—Lady Gordon...eu...eu...vi uma pessoa no salão... —Cordélia começou titubeante —Mas...essa pessoa...ela...ela não poderia estar aqui de forma alguma... —Enquanto falava Cordélia começou a tremer —Essa pessoa fez... Fez um grande mal... —Cordélia continuou quase sem ar —Um mal irreparável a minha família!

—Por isso você está tão abalada querida? —Tia Bess disse preocupada —Mas que pessoa é essa Cordélia? A quem você está se referindo? E que mal irreparável foi este feito à sua familia?

—Oh! —Cordélia exclamou inconsolável —Esta pessoa foi quem levou meu filho Michael à morte! —E cobrindo o rosto com as mãos, chorou desconsolada.

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