Capitulo 108

119 16 8
                                    

—Meu pai, eu gostaria de dizer-lhe que eu...

—Henry, meu filho! —Andrew o cortou sofrego —Antes que você diga algo, eu preciso dizer-te algumas palavras...

—Sim papá...fale por favor —Henry respondeu, começando a ter aquela tosse irritante, aquela coceira na garganta, que parecia atacar a todos os homens da família, quando ficavam por assim dizer, emocionados.

—Venha aqui próximo a mim —Andrew pediu carinhoso, e assim que Henry se aproximou o suficiente, ele o puxou pela mão e fê-lo sentar-se em sua cama, para que pudessem conversar olhando um nos olhos do outro.

—Eu estou muito envergonhado do que fiz meu filho! —Andrew declarou com os olhos baixos —Eu não tinha o direito de bater-lhe. Você é um homem feito, e eu não podia me descontrolar desta forma; por isso eu peço-lhe as minhas mais sinceras desculpas! E prometo-lhe de que jamais tornará a acontecer. Ao agredi-lo daquela forma estúpida, eu perdi toda razão, e não o culpo por ter ficado irado comigo, eu agi muito mal, perdão!

Henry ouvia tudo com seu coração doendo.

Ele era o responsável pelo soco que levara, pois provocara o pai, e desrespeitara a mãe; além de fazer insinuações sobre sua tia Joanne. Ele sabia que merecera o corretivo.

—Papá! —Henry murmurou agarrando mais firme a mão do pai —Como bem o senhor disse, eu sou um homem adulto, e jamais deveria tê-lo confrontado daquela forma. Eu fui grosseiro e mal educado, e posso dizer que fui pérfido, julgando a todos vocês por uma situação que eu nem posso imaginar como foi angustiante na época. Eu mereci o corretivo meu pai, e aprendi a lição. Me perdoe, por favor! Estou sinceramente arrependido!

Andrew abraçou-se ao filho, e derramou lágrimas silenciosas de alegria, pois estar estremecido com qualquer um de seus filhos causava-lhe grande sofrimento, ainda mais pela circunstância em que ocorrera seu desentendimento com Henry, e pela delicadeza do assunto.

—Meu filho, eu te amo! Sempre te amei, desde o momento em que te vi no berço recém nascido. Você foi um filho muito sonhado, muito esperado; nunca mais sinta-se diminuído por nenhum motivo! —Andrew falava com o rosto de Henry entre as mãos —Sei que não sou um pai perfeito, eu errei muito, e ainda erro, mas nunca deixei de demonstrar o quanto sempre te amei, e nem a nenhum de seus irmãos! Os amo a todos, com todo meu coração, vocês são minha vida!

—Sim papá —Henry respondeu limpando os olhos chorosos —Eu sei, sei que me ama!

—Então meu filho, porque esta animosidade para com teu irmão? Diga-me o que vai em teu coração, eu quero te entender, quero te ajudar!

Henry suspirou, e pigarreou, e ajeitou-se na cama, mas não conseguiu dizer nada.

Tinha muita vergonha da inveja que sempre sentira do irmão mais velho.

Sempre invejara John. Sempre, e em tudo.

Por ser mais velho, e assim ter posição destacada junto a família e a sociedade.

Por ser o herdeiro.

Por estar sempre no centro das atenções.

Por desfrutar da companhia do pai mais que ele.

Por ser o orgulho da mãe.

Pelo carinho e confiança dos irmãos menores.

Por ter sucesso em tudo que fazia.

Pela boa figura.

John tinha as características de seu pai, cabelos pretos, olhos claros, porte atlético; a mesma altura e até mesmo o timbre de sua voz era semelhante a de Andrew.

Sou seu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora