Capítulo 102

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Ian encontrou Henry exatamente aonde Sophie disse que estaria.

Ele já estava visivelmente embriagado, e o cunhado não conseguiu demovê-lo a parar de beber.

Henry estava em mangas de camisa, falando alto, e pagando rodadas de bourbon e vinho para todos os outros animados companheiros de copo.

A Black Stallion era uma taberna de fama duvidosa, que estava sempre cheia de marinheiros, e jovens aventureiros, que gostavam de afrontar a família, gastando o dinheiro que herdaram com farras e mulheres de má fama.

Ian surpreendeu-se por conhecer este lado do cunhado.

Nunca o vira comportar-se assim, e nem tinha ideia de que era um frequentador deste tipo de estabelecimento.

Quando finalmente conseguiu arrancá-lo da mesa e dos animados 'amigos' que fizera, colocou-o em sua carruagem, em meio a uma profusão de impropérios que ele lhe dirigiu, e outros tantos que dedicou a John, e também ao seu pai.

Quando chegaram a Mansão Hewitt, o sol já nascia e ele estava sonolento; não tinha a menor noção de que chegara em casa. Ian achou que fora melhor assim, pois com a ajuda de Brian, conseguiu colocá-lo em sua cama, e fechando as cortinas o deixou lá, vencido pelo álcool.

John estava com Andrew, que já se encontrava em seu quarto, e descansava mais tranquilo.
Ian reparou no rosto cansado e triste do cunhado, e buscou aliviar sua angústia lhe comunicando que Henry já estava em casa, dormindo em seu quarto.

—Como meu sogro está Johnny? Aliviado do mal estar?

—Sim Ian —John respondeu puxando-o suavemente para que se afastassem do leito do pai —Ele relaxou depois de tomar uma dose de laudano —O informou sussurrando —Mas diga-me, aonde deixou o irresponsável do Henry!

—Está em seu quarto, dormindo sob o efeito da bebida que ingeriu a noite toda. Nossa, eu já estava desistindo de tentar trazê-lo, ele é muito resistente ao álcool; e eu não teria condições de tirá-lo de lá a força, não sozinho! Seu irmão é um gigante —Ian disse olhando para John, apavorado.

—Ele é um imbecil, isso sim! Eu deveria ter arrebentado a cara dele a socos! Fui ser gentil e compreensivo, pensar nos sentimentos 'feridos' dele, sou um parvo! Se alguma coisa vier a acontecer com meu pai por culpa de suas grosserias, nem sei o que faço Ian, sou capaz de matá-lo de pancadas! —John tremia de raiva.

—Calma meu amigo, calma! —Ian pôs as mãos nos ombros de John o sacudindo levemente —Entendo sua indignação, embora não saiba o porque do desentendimento de vocês, mas digo-te que não faça nada de que se arrependa depois! Você precisa ter frieza neste momento, temperança. Porque pelo que vi de Henry na taberna, ele não terá.

—Ian, não sei como agradecer-lhe pela ajuda que deu-me —John falou abraçando seu cunhado —Eu sei que estás certo, precisarei ter muita calma, muita paciência para enfrentar os dias que virão. Quanto ao assunto pelo qual discutimos, eu queria dizer-lhe que...

—Não John! —Ian falou —Não precisa dizer-me nada. Depois que tudo acalmar, se quiser me contar, eu estarei aqui para ouvir-te, cuide de seu pai tranquilo. Por hoje não terás notícias de Henry, acho que ele só conseguirá acordar amanhã.

—Menos mal, pois eu não me conteria se ele me dissesse algo, ou a papá —John respondeu injuriado —Mais uma vez obrigado Ian, muito obrigado.

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Amanda acordou com uma leve dor de cabeça.

Adormecera chorando. Seus olhos estavam ardendo e inchados.

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