Capítulo 39

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Júlia não conseguia acreditar que ele estava ali!
Quanto mais que a tinha abraçado! Dizendo que sentira sua falta, e que ela estava linda! Só podia ser um tipo de delírio...

—Você sentiu minha falta Giulia? Está tão séria! —Perguntava John com os olhos fixos em Júlia —Parece assustada! Desculpe se atrapalhei sua prática, é que eu queria muito vê-la... —Fala John, enquanto segura suas mãos.

—Não... — Júlia respondeu, absorta em seu olhar.

—"Não" não sentiu a minha falta, ou "não" não atrapalhei a sua prática? —John argumentava divertido.

—Oh John! —E sorrindo completamente encabulada, Julia respondeu.

—Sim, senti sua falta...e não, não atrapalhou a minha prática —Concluiu baixando o rosto, corada.

—Que alívio! Por um momento pensei que não era mais bem vindo —John falava enquanto beijava sua mão.

—De maneira nenhuma Milorde! Sempre será bem vindo... —Julia disse com um fio de voz.

—Achei que ainda estava brava comigo —John começou a falar enquanto conduzia Julia para sentarem-se no sofá.

—E porque eu estaria Milorde? —Julia respondeu enquanto sentava-se ao seu lado.

—Na última vez em que nos vimos, antes da sua viajem a Itália, você me xingou, lembra-se? —E olhando intensamente para Julia, continuou —Você me xingou em italiano mas eu entendi...

—Desculpe-me por aquela demonstração de meu mau gênio Milorde! —Julia respondeu disfarçando um sorriso —Eu era uma menina tola! Tola e mal educada. Scusate! E baixou o rosto para rir, porque lembrou-se que o tinha xingado de bobo, e burro! E dissera furiosa à ele, que ela não era sua irmã.

John começou a rir com ela! E riram juntos por um bom tempo, até que somente Julia estava rindo, John estava fascinado por seu sorriso, pelo som de seu riso musical!
Encantado pela maneira como ela fechava os olhos e suavemente girava o rosto para o lado, com as faces rosadas.

Julia estava linda! Era linda.
Uma moça, não mais uma menina...Uma mulher!
Seus cabelos levemente encaracolados, estavam soltos, e desciam por seus ombros emoldurando seu rosto...e cheiravam a lírios!
Ele havia aspirado seu perfume ao abraçá-la; sua voz era suave e ela brilhava aos seus olhos.
Não conseguia deixar de olhar para ela como um bobo! Sim, como ela mesma dissera, dois anos atrás...

—Perdoe-me Milorde! Acho que mais uma vez fui mal educada... —Disse Julia parando de rir ao notar que John estava olhando para ela de uma maneira estranha.

—Julia, não estou ofendido, pelo contrário! —John argumentou sorrindo de lado —Você estava certa naquela ocasião, eu não sou seu irmão! E hoje posso dizer que sou grato por isso. — E olhando intensamente para ela de novo continuou: —Mas espero que pelo menos considere-me um amigo...

—Claro Milorde! —Julia assentiu com os olhos castanhos muito abertos —Espero o mesmo de Milorde! Que me considere sua amiga, porque é isso que sempre fomos, não é?

—Sim! Sempre fomos amigos. —John continuou —Por isso tomei a liberdade de comprar-lhe um presente, e espero que goste! —Então, tirando do bolso do colete uma caixinha, colocou-a nas mãos de Julia.

—Oh! Não precisava... —Julia murmurou corando.

—Precisava sim, para selar nossas pazes! Abra, vamos... —John insistiu sorrindo para ela.

Julia rompeu delicadamente o papel de seda azul escuro que envolvia a caixinha forrada com papel imitando brocado, para levantar a tampa, e revelar um lindo relicário de ouro oval, com um pequeno diamante incrustrado bem no centro, com raios gravados em seu entorno.

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