Capítulo 12

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A semana que se seguiu ao marcante jantar foi sem dúvidas muito atarefada para Joanne, Mary Ann e até mesmo para a senhora Finnes!

Elas entraram em uma espiral de aulas de etiqueta!

Como se deve sentar, como levantar...

Como se deve fazer uma reverência corretamente...

Como manusear talheres e copos a mesa...

Assuntos apropriados em ocasiões diversas...

Ah! E o chá! Sim, muito importante!

Como servi-lo, como tomá-lo e principalmente a pontualidade!

Também iniciaram as aulas de francês, que Joanne gostou muito, pois fizeram-na recordar a mãe que falava perfeitamente o idioma.

—Que interessante Joanne! —Falou a Duquesa —Sua mãe era francesa?

—Não que eu saiba Milady! —Respondeu Joanne pensativa.

—Mas como ela pode lhe ensinar estas palavras e expressões? No mínimo ela estudou a língua. Saberia se por acaso ela frequentou alguma Escola de Moças? —Inquiriu Mary Ann curiosa.

—Minha mãe? Ah não Milady,  não acredito que ela tenha frequentado uma escola de moças!  Nossa origem é muito humilde.
Meu pai foi marinheiro, ele trabalhou muitos anos em um navio mercante; e assim que ele conheceu mamá eles se casaram, então ele comprou a estalagem e se estabeleceram.—Concluiu.

—E você sabe algo sobre a família de sua mãe? —Perguntou Mary Ann.

—Nada Milady! Ela nunca falava sobre a família dela; depois que ela se foi, meu pai nunca tocou no assunto...Eu perguntei a ele algumas vezes,  mas ele disse que ela não tinha família, então eu aceitei e parei de perguntar —Disse conformada.

—Ela morreu jovem Joanne, a sua mãe? —A Duquesa perguntou.

—Sim, muito jovem...e muito derrepente! Eu tinha oito anos quando aconteceu. Ela era linda Milady! Era gentil e carinhosa!—Joanne falou sorrindo, com os olhos brilhando —Todas as pessoas a queriam bem, foi muito difícil viver sem ela... Meu pai sentiu tanto a sua falta que quase também morreu de tristeza! —Refletiu Joanne, melancólica.

—Minha mãe também —Disse Mary Ann com o olhar vago —Ela morreu muito jovem...Mas meu pai casou-se novamente seis meses depois, ele dizia que eu precisava de uma mãe...

—E ela era boa para si Milady? Sua madrasta? —Indagou Joanne preocupada.

—Não Joanne, ela me detestava! —Respondeu a Duquesa cabisbaixa —Ela dizia que eu era muito semelhante a minha mãe, e que eu fazia meu pai lembrar-se dela constantemente...— Sussurrou.

—Que triste Milady! Quantos anos a Senhora tinha quando sua mãe se foi? —Joanne perguntou.

—Acho que de cinco para seis anos... Não lembro bem, mas assim que completei sete anos, minha madrasta providenciou que eu fosse para um colégio interno. Eu vinha para casa apenas uma vez ao ano —Suspirou...

—Desculpe dizer-lhe Milady, mas ela era uma mulher muito má! Como seu pai permitiu? Que coisa horrível de se fazer à uma criança tão pequena! —E indignada Joanne continuou falando —E Milady não tinha outros parentes? Ninguém mais no mundo? —
Perguntou com o rosto afogueado.

—Sim Joanne —Respondeu Mary Ann, dando um sorriso agradecido pela solidariedade de Joanne —Quando minha Tia Elisabeth, irmã do meu pai, soube que eu praticamente fora afastada da família, resolveu assumir minha educação, e assim acabei indo morar com ela em Edimburgo.

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