Capítulo 2

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Nem bem o dia tinha amanhecido, Andrew Hewitt, o Duque de Greenleaf, deixou sua propriedade rumo à casa de Joanne Archer para trazer seu filho.

Mesmo já viajando a quase uma hora, a idéia parecia-lhe cada vez mais estapafúrdia.
Mas para momentos desesperadores, cabiam atitudes desesperadas, ele refletia.

Ao chegar ao pequeno vilarejo, aonde Joanne havia se estabelecido como costureira, ele pediu ao cocheiro que o aguardasse ali, longe do casario. Pensava em manter-se o mais discreto possível, por ele e por Joanne.

Ainda de longe, a avistou a abrir o portão para uma senhora que saía carregando dois pacotes, com certeza uma cliente, ele pensou.
E então, como se pudesse ler seus pensamentos, Joanne olhou para ele enquanto fechava o portão, e parou estática com os olhos muito abertos, como se a visão do Duque fosse como estar vendo um fantasma.

Ela estava ainda mais linda do que ele se lembrava.

Seus cabelos escuros, muito longos, emolduravam sua face de pele extremamente clara, que o Duque constatou corar imediatamente.
A maternidade fizera-lhe muito bem, deixou-a ainda mais atraente em suas formas...Pensou.
Mas recriminou-se instantaneamente por dar vazão aos seus instintos masculinos.

—Vossa Graça! —Ela se apressou em dizer, enquanto fazia uma suave reverência —O que o traz aqui? —Perguntou curiosa.
—Entre, vamos... —Convidou-o abrindo o portão e virando-se, conduziu-o para dentro da pequena e graciosa casa.

—Desculpe-me por vir sem avisar-lhe Joanne, mas o assunto que me traz aqui é de nosso interesse e extremamente urgente! —Disse Andrew ao mesmo tempo que sentava no sofá, que Joanne lhe indicou na sala de visitas.

—O que houve Vossa Graça? Assim o senhor me assusta! —Disse Joanne puxando a poltrona para ficar em frente ao Duque.

—Como está o pequeno John? Gostaria de vê-lo... —Andrew falou nervoso, tentando ganhar tempo e organizar as idéias para poder escolher as melhores palavras para usar com ela.
Não tinha imaginado como seria estar tão próximo, e nem como esta proximidade lhe afetaria tanto.

—Ele está muito bem Vossa Graça! Cresceu muito neste último ano! —Joanne falou sorrindo, visivelmente orgulhosa e feliz. 

—Ele saiu com Agnes para comprar maçãs, eu prometi-lhe que faria uma torta, e ele acordou animado com a idéia! —Continuou sorrindo, mas foi ficando séria ao notar que o Duque se mostrava tenso, embora sorrisse, seu sorriso não chegava aos olhos, aqueles lindos olhos azuis que ela conhecia, e que sabia, estavam tristes e preocupados.

—Fico muito contente em saber que ele está saudável e feliz! —Sorriu; e ajeitou-se na cadeira visivelmente incomodado com a situação.

—Vossa Graça aceitaria uma xícara de chá? Ou um suco talvez? — Joanne inquiriu gentilmente —Eu tenho biscoitos e bolo, e o leite está ainda quente —E levantando-se em direção a cozinha disse: —Eu vou servi-lo, com certeza Milorde ainda não tomou seu desjejum e...

Neste momento, Andrew levantou- se rapidamente e segurou-a pelo pulso, fazendo com que ela estacasse de soco e virasse para ele com uma expressão de choque.

—Por favor Joanne —Ele disse —Não precisa me servir nada, apenas sente-se aqui comigo e me ouça... —E a puxou lentamente enquanto também sentava.

Joanne estava estática, sentada muito ereta na cadeira, como se suas costas tivessem sido amarradas a uma tábua.
Ela custava a acreditar no que o Duque lhe falara na última meia hora.
Não era possível. Talvez ela ainda estivesse dormindo e tendo um sonho muito ruim por ter comido demais antes de deitar.

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