Capítulo 67

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Frédéric tomava o chá na companhia da mãe, Lady Edwina Alcott, com uma expressão cansada.

Ele estava exausto fisicamente e esgotado mental e emocionalmente. Lembrava-se, com desalento, que sentira algo semelhante nos dias que se seguiram ao falecimento de Domênica, e que, este sentimento desagradável, permaneceu com ele por muito tempo.

—Querido, sei que estás cansado, mas não posso deixar de perguntar-lhe como foi a conversa que teve com Amy —Lady Edwina perguntava gentilmente, e Frédéric notou que a mãe estava com olheiras e uma expressão tão cansada quanto a dele.

—A pior possível mamã! —Frédéric respondeu pousando a sua xícara de chá no pires —Falei tudo que ela merecia ouvir, e mais um pouco, mas ela permaneceu calada e apática! —E olhando para a mãe —A senhora acredita? Não respondeu-me e nem retrucou; e ignorou por completo as repreensões de Jamie.

—Isso não é bom sinal Frédéric! —Lady Edwina disse franzindo o senho —Amy não é assim. Alguma coisa a aflige sobremaneira...

—Por Deus mamã! —Frédéric exclamou exasperado —É claro que Amy é assim! Só o que ela tem feito nos últimos tempos são malcriações e grosserias.

—Sim querido, eu sei —Lady Edwina continua —Mas não retrucar ou defender-se de correções, é algo que ela não faria e, eu nunca a vi apática desta forma. Confesso que este comportamento está me assustando, parece a calmaria que precede uma grande tempestade!

—Nem diga uma coisa destas mamã! —Frédéric agitou-se na cadeira —Eu a pus de castigo, sem prazo de término. Ou era isso, ou eu teria de cobri-la de palmadas, e sinceramente, acho que este tempo já passou. E como não o fiz quando cabia, achei que estaria incorrendo em um erro mais grave ao fazê-lo agora. —Frédéric suspirou de cabeça baixa —Mas estou fortemente inclinado a trancá-la em um convento.

—Meu Deus! —Lady Edwina disse com lágrimas nos olhos —Não faça isso meu filho, eu lhe imploro! —E agarrou nas mãos do filho, trêmula —Se fizer isso meu filho, a condenará a infelicidade pelo resto da vida. Amanda não nasceu para vestir o hábito, ela não suportará! Você sabe Fred!

—Mamã, eu não quero fazer isso! —Disse o Conde, mirando tristemente nos olhos da mãe —Mas ela não está deixando-me alternativas. Se pelo menos eu notasse um esforço da parte dela, por menor que fosse, eu nem pensaria nesta possibilidade, lhe juro.

—Querido, e se a casássemos? Amanda está mais que na idade de casar-se —Lady Edwina fala animada —Ela teria um marido para cuidar, uma casa. Depois viriam os filhos, e a vida dela teria um propósito, ela se voltaria para sua própria família, amadureceria!

—Mamã... Pensa mesmo que este gênio horrível de Amanda amaciaria com um marido e filhos? —Frédéric riu divertido —Nem sei se ela tem um coração! —Disse amargo —E se tiver, deve ser de pedra! Tenho pena do homem que aceitá-la por esposa.

—Não fale assim meu filho! —Lady Edwina murmurou triste —Ela é sua filha e de Domênica; e não conheci pessoas mais amorosas do que vocês dois querido! Amanda tem coração sim. E eu não estou pensando em um casamento arranjado, com alguém que ela nem conheça, você sabe que não concordo com esse tipo de casamento.

—Mas minha mãe, quem se aproximaria de Amy o suficiente para que possamos esperar uma proposta de matrimônio?— Frédéric falou desanimado.

—Eu me empenharei pessoalmente nesta questão Fred! Aliás, eu já devia ter feito isso. Fui relapsa meu filho, eu deveria ter me dedicado mais a Amy, e ter cuidado de arranjar-lhe um bom rapaz para casar. Alguém que interesse-lhe, por quem ela tenha sentimentos —Lady Edwina conclui pesarosa.

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