A Marquesa Westlake, Susan Dashwood Talbot, voltava para casa em sua carruagem, acompanhada por sua irmã, Lady Reginald e sua sobrinha Isabela.
As duas conversavam animadas sobre as compras, o passeio e principalmente, sobre terem encontrado as amigas e o senhor Hewitt.
Susan fingia atenção, mas sua mente estava distante, muito distante dali.
Ela estava, ainda, sob o efeito do que vira, e principalmente do que ouvira daquela bela jovem, Portia Michaela Baldwin.Portia lhe contara, em poucas palavras, que era a filha caçula de Cordelia e Alfred Baldwin, e irmã do atual Conde Meadow, Ian Baldwin.
Que nascera alguns meses depois do triste acidente que vitimara seu irmão mais velho Michael, e por isso seus pais o homenagearam dando a ela a forma feminina de seu nome.
Portia era linda! Gentil e doce.
Susan percebia a sua aura de pureza e bondade. Um verdadeiro anjo.
Susan sentiu seu coração mover-se, e surpresa, descobriu que ainda tinha um coração batendo em seu peito.
Seu coração gelado e morto para os sentimentos, bateu forte e com carinho por aquela menina; bateu forte com um desejo de protegê-la, ampara-la, cuida-la; queria levantar-se e estreita-la nos braços ali mesmo e cobrir seu rosto de beijos.Ajoelhar-se aos seus pés, e pedir-lhe perdão.
Perdão por não tê-la procurado.
Perdão por ter acreditado naquele homem miserável, seu marido Peter Talbot.
Maldito. Desgraçado.
Peter tirou-lhe a única oportunidade de ser mãe; a única chance que teve de amar; amar de verdade, sem limites e sem receios.
Quando ele descobriu que ela estava grávida de Michael, viu neste fato, a oportunidade de livrar-se da pecha de estéril e incapaz.
Eles já eram casados há anos e ela nunca engravidara dele.
Peter a acusava dizendo que a culpa era dela. A ridicularizava em frente aos amigos e até de seus familiares.Muitas vezes foi comparada por ele a uma mula, por que dizia a todos que ela era incapaz de procriar.
Miserável.
Susan nunca se arrependeu de tê-lo traído todas as vezes que pode.
E foram muitas. Com homens... com mulheres.
O que lhe fazia feliz era humilhá-lo, sem dó. Não importando quantas vezes ele descobrira e a castigara, forçando-a a estar com ele, a entregar-se a ele, até mesmo com uso da violência.Michael Baldwin foi um sopro de frescor em sua vida, um sopro de esperança.
Jovem, bonito, inocente.
Ela foi sua primeira mulher, e ensinou-lhe tudo.
Ele era apaixonado, totalmente apaixonado por ela.
A sensação de dominá-lo, tê-lo a seus pés, era enebriante. Ela não conseguia resistir a fazer dele o que quisesse, e se divertia com isso.
Fazer-lhe ciúmes com outros amantes, fingir que já não o queria, mandá-lo embora de sua cama de madrugada apenas para vê-lo chorar desolado e humilhar-se, pedindo de joelhos para ficar.
Susan não sabia o que lhe dera mais prazer, se fora ser amada ardentemente por ele em sua cama, ou se fora vê-lo assim, sempre rastejando por ela, implorando sua atenção, mendigando seu amor; vivendo somente para servi-la.
Hoje ela tinha noção de que Michael era um rapaz inocente, que a amou muito. E algumas vezes, poucas na verdade, sentira falta dele.
Depois do fatídico dia em que Peter deu cabo da vida de Michael, ela descobriu-se grávida, e por incrível que pareça, não pensou em tirar a criança.
Ela já tinha estado grávida antes, de outros amantes, mas nunca deixou que fosse adiante; livrava-se do incômodo assim que descobria.
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Sou seu destino
Historical Fiction"Você me deve isso Júlia! " Gritou Amanda totalmente transtornada; "Eu amo Robert e é com ele que vou me casar! Você vai fazer o que eu estou mandando, vai me ajudar a fugir com ele." 'Sou seu destino' narra a história de três nobres familias, e de...