Capítulo 57

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"Não queria deixá-la meu amor...mas está amanhecendo..."

"Eu virei vê-la..." "Não posso mais viver sem você Amanda..."

Ah...Amanda suspirava, lembrando das palavras cheias de carinho de Robert, envolta nos lençóis que ainda continham o perfume dele...

Como pudera esperar tanto tempo para viver a consumação do seu amor por Robert... Se tivesse a minima idéia de como seria, de quanto prazer e felicidade podia compartilhar... Sorriu sentindo as faces ficarem vermelhas, à simples lembrança de tudo que vivera nesta noite mágica!

Sentia-se até feliz por ter brigado com o pai, assim todos pensavam que ela estava brava, e por isso se trancara no quarto. Coitados! Nunca poderiam imaginar que ela transpirava felicidade, e estava radiante!

Sentia uma felicidade pura e genuina, como a muitos anos não sentia!
Amava Robert! O amava perdidamente...loucamente...pensava com o coração acelerado.
Queria ter Robert em seus braços o quanto antes, não poderia mais ficar longe dele, de forma alguma!
Ter seus beijos, seus abraços, ter seu corpo junto ao seu...ser completamente dele...para sempre...

Só conseguia pensar no momento em que ele entraria em sua casa para pedir sua mão!
Seria uma surpresa para todos. Iria marcar logo uma data, e também ia querer uma bela festa de noivado...
E um casamento tão pomposo quanto o que Sophie ia ter com o Conde de Meadow. Afinal ela era filha de um Conde e Robert o futuro Visconde Whiteshore, não mereciam nada menos do que isso!

Sorrindo levantou, e lembrou de comer algo, estava faminta!
Com certeza já deviam ser umas quatro horas da tarde ou mais...Mas quem se importa? Ela é que não!
Deu de ombros, estava feliz e de ótimo humor, o resto não importava! Nada mais importava.

Ao levantar-se reparou surpresa que os lençóis continham uma pequena marca de sangue...
Nunca imaginou que isso pudesse acontecer!
Que o ato de amor deixasse marcas...Além das que deixara nela...
Mas ela sabia tão pouco sobre isso, pensou...
Sentou-se novamente, envolta em seus lençóis, sem saber o que fazer e instintivamente pousou as mãos sobre o ventre...
Ali dentro, naquele exato momento, a semente de Robert poderia estar germinando nela!
Estaria ela engendrando uma vida? Uma pequena vida em seu ventre?
Um pouquinho dele...um pouquinho dela...Um filho!
Pensou surpresa! E riu. Riu alto!
Seus olhos encheram-se de lágrimas!
Mas eram lágrimas de alegria, de pura felicidade!

Jamais pensara em si mesmo como uma mãe!
E era um sentimento novo, um pouco assustador, mas ao mesmo tempo maravilhoso!
Pensar em ser mãe era maravilhoso, mas porque o pai seria ele, Robert!
Porque se ela fosse mãe um dia, teria que ser de um filho dele! Do seu amor, de Robert.


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—Eu estou surpreso Mary Ann! —Andrew, Duque de Greenleaf, dizia a esposa, enquanto tomavam o chá, em seu gabinete.

—Achei que ficaria querido —Mary Ann respondeu —Mas acho que mais surpresa que nós, ficou nossa filha! Você tinha que ver Andrew, ela ficou branca como cera e tremia como se estivesse congelando! Eu fiquei até apreensiva, tive a nítida impressão de que ela fosse desmaiar.

—Minha pobre filha! —Andrew murmurou pondo a xícara no pires —E você sabe meu anjo, se ela tem algum interesse, se ela tem sentimentos...

—Ela tem Andrew! Tenho certeza, ouvi de seus lábios! —Mary Ann responde, acenando positivamente com a cabeça —E posso dizer-lhe, sem a menor dúvida, de que ela nutre este sentimento já a algum tempo.

—Como pudemos ser tão cegos em relação a isso meu anjo? —Andrew fala focando o rosto da esposa muito sério —Sinto-me um relapso... Estando com Frédéric quase todos os dias e com Agnes,  e nunca ter notado nada.

—Acho que ele despertou para esse sentimento a menos tempo, já Agnes, desde o ocorrido com David, ela tem sido mais reclusa socialmente, mais quieta, e desviou toda sua energia e sua dedicação aos outros, ao ponto de não notarmos as nuances  de um interesse romântico —Mary Ann concluí.

—E então, ele virá hoje, para jantar e falar comigo? —Andrew sorriu divertido —Isso será demais, confesso que será muito constrangedor, mas divertido!

—Por favor querido, não fale assim! Agnes está uma pilha de nervos, quase recusou... —Mary Ann ralha séria.

—Você está certa! —Andrew responde —Eu vou conversar com ela, depois de ouvi-lo, é claro; e se ela o aceitar, darei minha bênção! Mas você há de convir comigo meu anjo, que é algo deveras estranho! —Conclui segurando o riso.

—Nossa família não é nada convencional Andrew! —Mary Ann o olha séria —Poderia dizer, que somos muito peculiares! —E bebe mais um gole do seu chá, ocultando um sorriso.

—Sim...eu concordo! —Andrew diz reflexivo —Talvez por isso meu anjo, sejamos tão felizes! —E com seu sorriso torto, beija a mão de Mary Ann carinhosamente.



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Robert não conseguira dormir muito, somente descansou em um sono leve, que foi interrompido muitas vezes, por sonhos...
Sonhos com a noite de amor que passara com Amanda!

Sonhava com ela em seus braços, a suspirar...
Os beijos e carícias que trocaram...
Ainda podia ouvir sua voz rouca de paixão a dizer que o amava e que era sua!

E como era linda sua bruxinha! Pensava deitado em sua cama fitando o teto... Ela era linda e muito apaixonada!
Lembrava a maciez da sua pele tão clarinha...seu perfume...e as formas sensuais de seu corpo esguio...
Não tinha conseguido resistir à ela, não quisera resistir!
Também a desejara loucamente, e entregou-se a esse desejo...
Estava perdido! Se já vivia aos seus pés sem tê-la tido toda para si, completamente entregue em seus braços, o que seria dele agora, que tinha experimentado o céu ao seu lado?

Queria estar com ela, sempre, em todos os momentos de sua vida!

Mas de repente, um pensamento lhe surgiu!
Na verdade, uma lembrança antiga, de quando era um rapazola.

Eles estavam todos passando o verão em Whiteshore, e por diversão tinham ido acampar com o pai e seu padrinho Andrew para pescarem, ele e John, Henry e Matt, que na verdade só deu trabalho a eles todos, pois era um menino pequeno e  muito teimoso!

A memória veio tão vivida, que o assustou...

Seu padrinho Andrew falava com o semblante muito sério, enquanto assavam os minguados peixes que haviam pescado na fogueira.
Ele dizia que se qualquer um deles, um dia, por ventura viesse a entregar-se as loucuras do amor com uma jovem pura, se eles fraquejassem... Se não pudessem evitar...e sucumbissem a tentação, que tivessem uma aliança de noivado no bolso, ou saíssem daquele ninho de amor e fossem correndo comprar uma, porque não havia outra atitude a ser tomada como homens de honra!
E era isso, homens de honra, que ele e meu pai esperavam que nós nos tornássemos.

Não tinha entendido muito bem na época, e não lembrava como o assunto fora parar em passar à noite com uma moça pura, mas agora o motivo caía-lhe na cabeça,? ou melhor, na memória,  como um raio!
Lembrava perfeitamente da expressão séria e triste do padrinho, e de como o pai corroborou tudo o que ele disse. Agora ele entendia perfeitamente!

Sabendo o que ocorrera entre seu padrinho e a sua própria mãe, ele entendia que o padrinho usava o exemplo do que vivera para ensiná-los, e que ele estava certo!

Então, decidido,  levantou-se ligeiro, pensando em qual joalheria devia ir para encontrar um magnífico anel de noivado para sua amada bruxinha!

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