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CHRIS

flashback on

-Como assim? Eu não posso abandonar isso tudo do nada! -Falei com um tom indignado.

-Você precisa. Vai passar uns meses em isolamento, preciso da sua ajuda. Agora mais do que nunca. Escuta Chris, vai fazer o que eu mandar sem reclamações. Minha paciência não é das melhores e depois de ver você xeretando na porra do meu quarto eu tô puto.

-Manda. Que você quer que eu faça?

-Eu recentemente descobri uma doença. É hereditária, toda a família do meu pai tem, exceto pelo meu irmão que deu a sorte de nascer imune. Ela pode ser assintomática, por isso eles estão bem, mas eu não. Ela começou a se expalhar e isso fode com todo o resto da minha vida. Se eu tomo as pílulas diariamente eu controlo ela mais facilmente, mas eu já estou noticiando que faltam algumas. Preciso de mais. Você vai buscar pra mim. - Ele falou se levantando.

-Como? Okay, eu acho. Onde que fica isso?

-Ai que vem sua parte. Descobre! São caras e raras. Eu tenho o dinheiro e você vai descobrir onde que eu arrumo mais. A companhia que traficava foi pega e substituída por outra, mas eu não conheço ninguém de lá. Você vai resolver tudo isso pra mim. - Ele caminhava e abria uma gaveta trancada a cadeado que tinha uma maleta, mais lacrada ainda. - Toma. Leva isso. É o dinheiro. E vou te passar alguns contatos, aproveita que seu irmão é bom nisso e pede ajuda. Pode ir agora.

Eu caminhava a porta com a cabeça cheia de dúvidas e surpreendido com a notícia, mas Richard logo me parou e com um tom de ameaça disse:

-Já sabe né? Ninguém pode saber o porque das pílulas. - Ele me mostrou a arma e deu uma piscada. Eu saí em silêncio.

flashback off

Eu já sabia onde ir, porém não exatamente. Eu havia conseguido um número para ajudar a contatar Amy. Ela me disse que poderia me encontrar em uma cafeteria desde que eu estivesse só.

-Hei, hva kan jeg få for deg? - (Oi, o que posso te oferecer? via translate, norueguês.) A garçonete chegou me perguntando.

-Perdão, não falo seu idioma. - Tentei sinalizar com as mãos tentando fazer com que ela entendesse, mas vi que sua cara continuava confusa.

-La det gå, Janet. (Deixe quieto, Janet. via translate, norueguês) - Uma moça em um casaco falou. - Om en liten stund vil vi bestille. (Daqui a pouco fazemos o pedido. via translate, norueguês).

-Amy? - Olhei para a tal moça.

-Chris! -Ela abriu um sorriso e me abraçou. - Saudades de você.

-Amy, volta por favor! Ninguém aguenta mais o Richard. - Falei.

-Eu não volto. - Ela falou com um ar decidido. - Ele que venha até mim. Se o que você queria era me convencer, não deveria ter vindo.

Percebi que ela não ia ceder, pois o pequeno sorriso que tinha antes em seu rosto desapareceu fazendo-se agora uma cara séria, então mudei de assunto.

-E o bebê? Como estão vocês dois.

-Olha. - Ela abriu o casaco mostrando a blusa colada em seu corpo que dava vista a sua barriga. - Não cresceu muito em duas semanas, mas não é mais um brotinho. - Ela continuou empolgada. - Eu preciso ir ao banheiro rapidinho, me espera e por favor, não tente se comunicar com os funcionários. -Ela falou saindo.

Amy estava diferente, eu não sei se foi o tempo ou o fato dela não estar mais com Richard, mas algo nela chamava atenção. Parecia renovada. Mesmo com a gravidez ela não estava inchada ou cansada, na verdade ela parecia bem atrativa.

"Mas que isso Chris? Porra! É a mulher do seu amigo." Isso era o que falava um lado da minha cabeça. "Se bem que ele a deixou e aí tem uma brecha."

No fim acabamos jogando papo fora porém sempre que eu tentava descobrir uma pequena dica da nova vida de Amy ela mudava de assunto. Não sei o que deu em mim mas eu acabei perguntando.

-Você ainda sente algo por Richard?

-Não posso esquece-lo, é claro, não em duas semanas. Mas também não o quero. Porque?

-Nada. O que acha de sair daqui? - Sugeri.


FALLING - RICHARD CAMACHOOnde histórias criam vida. Descubra agora