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AMY

Acordei com o interfone tocando e fui atender, era Michael e mandei ele subir.

-Amy! Já são 10 horas da manhã! E você nem sequer comeu! Você não é de acordar tarde. -ele falou.

-Ontem eu quase nem dormi, fiquei pensando em tudo que está para acontecer, ainda é muito.

-Coma e se arrume, vamos sair para te preparar para hoje a noite, que eu te entregarei.

Enquanto Michael me esperava na sala fui tomar um banho.

Após isso, ele me levou até uma casa que ficava bem distante de Nova York, onde eu moro. A casa, que estava mais para uma mansão, ficava em uma região afastada em colinas, onde você não vê nada além de nuvens e montanhas. Para mim seria minha casa dos sonhos, mas ela era tão bem escondida que não me surpreendeu nada ser onde Michael estava morando.

-Entre,-ele me disse abrindo a porta- vou te explicar tudo o que vai ser feito.

Fomos até a sala principal, que era o comodo do sonhos, o teto era altissimo, as paredes eram de vidro com vista para as montanhas, havia um TV gigante e um sofá que cabia umas 10 pessoas.

-Amy, você sabe o quão dificil foi ganhar a confiança desse pessoal né? Eles ainda acham que sou um mafioso e por isso a partir do momento que eles pisarem aqui, nós somos desconhecidos e você não passa de uma criada. Além disso, você tem novas documentações.

-E quem eu serei?-disse ficando empolgada com o assunto.

-Seu nome é Rebbeca, Rebbeca Marie Gomez. Sua familia vem do México e perdeu seus pais em um acidente. Você trabalha para seu sustento próprio. - ele disse me entregando alguns papéis que comprovariam minha nova identidade.-Nunca deixem que eles duvidem disso, Amy. Sua vida está em risco!

-Eu dou conta, Michael. Eu sempre dou.

-Continuemos, princesa. Antes de trabalhar para eles, você trabalhava para mafiosos europeus, e se eles pedirem o nome, você diz que não pode falar quem é. Isso passa confiança. Eu creio que lá, você será uma simples faxineira, mas lembre-se, evolua! Sempre! Ganhe a confiança deles! Você é bonita, e lá isso é que conta.

-Eu não vou vender meu corpo!- respondi com o pé no chão

-Eu não disse isso, mas seduza eles com palavras, entendeu?

Revirei meus olhos e ele continuou:

-Quando eles chegarem aqui, você já sabe, faça cara de assustada, como se eu fosse um agressor e deixem eles te levarem, não faça movimentos bruscos e faça a típica menininha assustada nos primeiros momentos. Não pergunte nada, você tem alguma dúvida?

-Só onde é meu quarto nessa casona aqui, eu quero uns chocolates e uma coca, já que eu não terei essa liberdade.

-Sobe as escadas, tem um frigobar lá. Ah, e põe a roupa que tá em cima da cama, para eles não desconfiarem.

Subi e fui para o quarto, ainda faltavam 7 horas para a "entrega'', então resolvi aproveitar do melhor jeito. Deitei na cama, que não era uma normal, era quase o triplo de uma cama de casal, e a TV do quarto parecia tela de cinema, pus um alarme no telefone para 30 minutos antes e fiquei lá deitada, aproveitando as unicas horas de prazer que teria antes de embarcar nessa jornada.

Quando o alarme tocou, eu coloquei a roupa, escovei meus dentes, dei uma bagunçada no cabelo e fui falar com Michael.

-Meu deus! Olha você! Nunca imaginei uma Amy nessa roupa! - ele disse rindo.

-Nem eu, quem é a coitada que se veste com uma saia até o joelho, pareço uma babá. Não tinha nenhum jeans, não?

-Acostume com isso e ternos, você vai parecer uma aeromoça daqui para frente.-ele disse- agora desça as escadas e espere no porão, finja que eu te pus lá e que você está assustada, como planejamos, e ah, não se esqueça de que quando chegar lá conseguir um rádio e colocar na linha 0,879, é secreta e saberemos que é você, ok?

-Certo, linha 0,879. Copiado. Mas Michael você ficou rindo de mim e agora é minha vez, que jeito Patricio é esse? De terno, gravata, oculos escuros... nem parece o meu melhor amigo- falei rindo.

-Aham, vai lá, eu não sou Michael, meu nome é Alejandro. Agora vai lá Rebbeca.

Desci as escadas e entrei no porão, onde havia uma cama com um banheiro, a porta trancava automaticamente e esperei os tais "contatos" chegarem.

Haviam passado uns quinze minutos e escuto a porta sendo aberta.

"Hora de virar a Rebbeca", penso comigo mesma.

Dois homens altos entraram na sala, um loiro de quase dois metros vestindo um terno e um oculos escuro e um morenoncom o mesmo traje. Mas o que eu realmente reparei, foram as pistolas debaixo do paletó e uma mala que eles carregavam.

FALLING - RICHARD CAMACHOOnde histórias criam vida. Descubra agora