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AMY

Mas que merda foi aquela que ele acabou de me falar? Eu não sou mulher de aturar desaforo e nem de correr atrás. Ele começou, ele que termine.

É claro que aquilo doeu em mim. E como doeu, afinal estávamos juntos, faltou o senso nele? Mas que bom que ele me contou.

Eu tinha lágrimas nos olhos, aquilo me bateu como um carro, mas fui logo secar e lavar o rosto pois não queria preocupar ninguém para que não esragasse o casamento, que seria amanhã.

Me tranquei no primeiro banheiro que eu vi e comecei a pensar. Eu não era dependente de Richard, eu tinha meu negócio e meu dinheiro, mas meus pais eram. Tirara eles da casa nas montanhas doeria e eu não teria onde coloca-los.

Peguei meu celular e disquei o número de uma corretora para me ajudar. Eu não queria ficar com aquele homem sabendo do que ele pensava.

-Alô Kátia? Aqui é a Amy. Você se lembra?

-Amy? Quanto tempo querida. Com o que posso ajudar? Mais uma casa para o casal? - Ela falou com a voz doce.

-Na verdade, uma casa para mim. E você já sabe como eu gosto. - Falei com medo da reação dela.

-Para você? Sozinha? O que aconteceu honey?

-Não se preocupe. Quais países você recomenda? - Falei já que ela sabia da minha situação de procurada.

-Você quer praia ou frio?

-Frio. Já deu de praia.

-Europa. Noruega. Tenho a casa perfeita para você. - Ela falou se animando.

-Você pode me mandar a foto, né? - Falei me animando também.

-Claro. E eu fiquei sabendo que você está grávida, lá é perfeito para criar os filhos.

-Sim!

Ela me mandou a foto e eu apaixonei na hora, a casa era linda. Não era uma mansão, porque não sou exagerada, mas não era pequena. Era uma casa na montanha, cheia de vidro, em um lugar alto, com teto alto e três andares. Eu estava deslumbrada.

-O endereço mantenha no sigilo. -Pedi a ela. - Não conte para ninguém sobre nossa conversa. A casa está livre?

-Sim. Em três dias arrumo ela mobiliada para você. E os móveis são de melhor qualidade. - Ela falou.

-Perfeito. Você quer marcar uma visita a casa? Está na Noruega? - Perguntei.

-Estou na França. Mas posso ir para lá amanhã. - Ela disse.

-Segunda eu te encontro então. Te conto tudo. - Respondi e me despedi.

Pronto! Minha vida seria na Noruega, minha vida com a minha filha. Resolvi guardar para mim mesma e esperar que a noite chegasse para ver o que Richard diria.

Saí do banheiro sem mais lágrimas no rosto mas com o pensamento de que por um homem que nem me quer mais, eu havia manchado minha imagem no mundo., a polícia estava atrás de mim, como eu fui burra.

Comecei a pensar em como seria minha vida. Onde eu colocaria meus pais? Eu criaria aquela criança sozinha? E se eu não conseguisse? Será que Richard ainda gosta de mim? Terei que me despedir das minhas amizades que fiz?

Eu andava com raiva em direção a praia, pretendia fazer uma longa caminhada para tentar esfriar a cabeça, afinal, eu poderia estar tomando decisões precipitadas. Talvez ele não havia sido sério? Ou ele foi muito sério? Não quero nem saber, não vou me afundar por conta de homem.

FALLING - RICHARD CAMACHOOnde histórias criam vida. Descubra agora