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RICHARD

Iríamos ao hospital de qualquer maneira pois Chris estava lá, mas levar uma moça desacordada logo após um homem que foi baleado seria muito suspeito.

-Erick você tem exatos 10 minutos para descobrir em qual quarto Chris está, ok? Eu vou esperar no quarteirão ao lado, estacionado. Zab e Joel, vocês entrem na ala farmacêutica e  arranjem um pouco de insulina. Não deixem ninguém notar muito vocês. - Eu disse liberando as portas do carro a medida que chegávamos.

-Mas e se Chris, não estiver bem? - Erick pergunta.

-Nós trazemos ele mesmo assim. Ele não é um zé ninguém. Com certeza a notícia vai se espalhar e virão procura-lo. - Zab me interrompe.

-Assim que encontrar Chris, dispare o alarme de incêndio, esse vai ser o sinal para Joel e Zab voltarem e eu aquecer os motores. - Falo.

- Mas como vou trazer para o carro um homem adulto sem levantar suspeitas? Todos vão perceber. - Erick contesta.

-Eu disse que iria aquecer os motores, só não disse quais...sai pelos fundos Erick. Eu estarei em uma ambulância. Esse carro aqui, nem é importante. Joel e Zab façam o mesmo. 10 minutos, rapazes, 10 minutos.


Um barulho de sirene alto e cinco marmanjos com uma moça em um carro. Na parte de trás estava um caos, já que todo o tempo que os médicos tiveram com Chris foi pouco, até eu admito que uma hora e meia é quase nada para cuidar de alguém baleado. Mas minha vida é assim, emoção, adrenalina e nervosismo, quem dera se a atual situação fosse a pior da minha vida.

Os médicos conseguiram remover a bala, afinal não havia atingido nenhum músculo complicado, mas já previa quando o efeito da anestesia passaria e o quão insuportável seria.

Não sabíamos onde Amy morava nem onde estavam suas coisas, por mim levaríamos ela para minha residência, mas não acho muito ético acrescentar mais um sequestro na minha ficha.

-Onde vamos? - Zab pergunta.

-Não tenho a mínima ideia, mas continuar em Oslo me soa ruim.

-Viajar em uma ambulância é uma péssima hipótese. Voto em voltar ao hotel e encontrar o telefone de Amy, lá deve ter alguma coisa relacionada a sua casa. - Erick palpita.

Assim seguimos, voltamos ao endereço do hotel e passamos despercebidos, ou melhor, arrombando a porta do quarto.

Ninguém havia tocado em nada, o que é bem estranho, mas ignorei os pertences de Chris e comecei a buscar pelo aparelho. Estava na cabeceira da cama. Desbloquear foi fácil, afinal Amy estava ali, era só posicionar o objeto na frente de sua face e...Pronto.

Um de seus contatos mais frequentes era uma corretora de imóveis com uma fama um pouco duvidosa. Claro que era uma cria minha, é ela quem me apresenta os imóveis, e pelo visto Amy fez o mesmo. O endereço da casa estava lá.

Fomos até o local mas em meio do caminho Amy estava acordando. Ela tinha uma cara confusa e ao mesmo tempo assustada e aliviada.

-Onde que a gente tá? CALMA ISSO É UMA AMBULANCIA?! QUEM MORREU? - Ela estava surtando.

-Calma aí florzinha, tá tudo bem. - Soltei fingindo que não me importava. Até parece que vou me esquecer da brincadeirinha dela com o Chris.

-ONDE A GENTE TÁ INDO RICHARD? CADE AQUELES CARAS?

-Demos um jeito em tudo, mas uma coisa é certa. Na Noruega você não fica mais. - Digo bem calmo.

-Você tem zero controle sobre mim. Não pode ditar onde eu vou ou deixo de ir.

-Errada. Eu salvei sua puta vida. Você nem sabia onde estava e qual era sua situação. Se eu digo que você volta comigo, você volta. Pelo menos enquanto parte de mim estiver aí na sua barriga.

Ela ficou em silencio o resto do caminho, quando estávamos chegando ela fala:

- Dá a volta. Não vamos entrar aqui.

-Como não?! Aqui é sua casa!

-Alguma coisa parece errada.   

FALLING - RICHARD CAMACHOOnde histórias criam vida. Descubra agora