No dia seguinte, as coisas eram dadas como normais, exceto pelas marcas de unha no pescoço de Eleanor. Estava bem melhor do que antes, mas continuava marcada.
Charlie voltou e a tratava da mesma maneira de antes do acontecimento na casa dela, cordialmente.
Sarah não havia mudado de forma extravagante em relação à ela. Tinha entregado os pertences de Eleanor, deixados em sua casa no dia anterior.
Lily e Zach a enchiam de perguntas. Ela queria contar, mas não podia. Pela vida deles e dela.— El, somos seus amigos ou não? Por que você não pode confiar em nós? — Lily perguntou.
— Vocês obviamente são meus amigos, mas não é assim tão simples… Então, por favor, fiquem fora.
— Tá bem. Sem história para nós. Mas não é só isso que você esconde, não é? — Não, nunca foi. — Sempre com a cabeça na lua… Está apaixonada? — Zach indagou.
— O quê!? Não! — Ela estava em uma situação complicada — Querem ir a algum lugar hoje? Não sei, talvez alguma cafeteria ou a casa de algum de vocês…
— Vocês? Lily você diz? — Zach questionava. Tinha um semblante sério.
— Não. Na verdade eu tinha me referido aos dois, mas…— Acredite, você não gostaria de estar naquele cubículo. Tantas coisas acontecem naquele maldito trailer, que você não poderia imaginar — E saiu, sem mais delongas.
— Eu preciso aprender que não devo tocar no assunto “casa” com garotos — disse para si.
— Não foi sua culpa — Lily a consolou. — Ele fica assim desde sempre. Não consegue falar sobre. Nunca quis me contar o que realmente aconteceu. Acho que tem medo...
Zach, um garoto tão incrível com algo o prendendo por dentro.
*
No outro dia, Eleanor preferiu não tocar no assunto, não ainda. Não queria ser invasiva, e muito menos afastar Zach com perguntas.
Eleanor olhou em volta, observando o nunca quis tanto sair de Livermoony. Adelyn estava presente em todos os seus pesadelos ultimamente.
Não era uma batalha justa. Uma das partes morava sozinha, enquanto a outra tinha um exército ao seu dispor. Era claro quem estava em desvantagem.
A governante foi capaz de esconder a própria filha por conta de um sistema político extremamente desnecessário criado por Livermoonys de quinhentos anos atrás.
Vermelhos não podiam controlar seu destino. Seriam sempre assassinos. Talvez, por viverem sempre juntos, um ensinava suas artimanhas maldosas para os outros e eles não tinham escolha. Não existia um Vermelho bom? Deveria existir, sempre há algum infiltrado.
Obviamente haviam Vermelhos infiltrados em outras cores. Ninguém apenas nunca saberia quem é. Mas não existia um Vermelho diferente de todos os outros? Um Vermelho bom.
*
Estavam quase no fim de novembro.
— Como sabem há uma tradição. Todos os anos, em dezembro, o colégio organiza um Baile de Máscaras, como forma de celebrar o Festival de Todas as Almas.Por ser um baile, poderão ir acompanhados. Mas não significa que não possam ir sozinhos também.
Peço que, para os alunos que irão, assinem a lista que vai passar pelas mesas. O baile acontecerá no dia quinze, a partir das dezoito horas para aqueles que querem saber. Enquanto isso abram o livro na página trezentos e sessenta e quatro.
Os burburinhos não paravam, todos estavam excepcionalmente empolgados. Queriam decidir seus pares.
Eleanor agia de forma diferente. Somente esperava pela lista. Não queria um par. Não teria um par.
Charlie cutucava—a.
— O que foi? – perguntou franzindo a testa.
— A lista.
Ah, sim. A lista. Eleanor assinou seu nome e entregou o papel para Charlie, que fez o mesmo.
O nome de Lily estava lá também.
Um baile seria bom para todos que precisavam de novos ares.
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Home by Eleanor -Maria Brandão
Fantasy|HOME BY ELEANOR| Eleanor, uma garota que entrou dentro de um livro pego em uma biblioteca, em um mundo onde pessoas eram divididas pela cor dos seus olhos: Vermelhos, Azuis, Marrons e Verdes. Assim, Eleanor se torna uma Marrom e deverá rapidamente...