Capítulo Nove

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Zach

Sabe aquele ponto do dia onde você fez tudo o que podia fazer e de repente só lhe resta dormir? Então, estou assim e com insônia. O que torna as coisas piores.

Tentei ler. Não deu certo. Minha leitura é horrenda.

Fui estudar. Estou de férias por tempo indeterminado.

Assistir um filme? Não tenho um DVD bom. Sem dinheiro para ir ao cinema.

Ou seja, o tédio reina.

Sair um pouco de casa parece uma boa opção. Will e Emma estão dormindo, nada me impede de dar uma volta.

O frio diminuiu um pouco. Pouco demais, considerando que estamos na metade de janeiro.

Fyre possui um mercado, uma farmácia, uma escola pública, um hospital, algumas poucas casas e trailers. Nada para fazer nas redondezas.

Considero voltar, o carteiro me impede. Sim, o carteiro. Às cinco da tarde. Um Marrom. Deve ganhar mais por isso, imagino. Não que precise.

Posso tentar trabalhar lá algum dia. Não posso viver só com o "Auxílio para Vítimas" que o governo cedeu.

— Zacharias Carter? — Como me conhece? Começo a pensar que pode ser um Vermelho. Espero que seja paranoia. A rua está deserta.

— Sou eu.

Ao me ouvir, ele tira uma caixa da bolsa, mais ou menos aberta e me entrega. Mas eu não pedi nada. Vendo minha expressão, o carteiro responde minhas dúvidas.

— Uma Vermelha agendou como presente de aniversário. Olhamos no registro e mandamos para a averiguação. Consideraram que não era perigoso, por isso lhe entregamos.

O dedo do homem se move para o selo: Lilieth A. Monroe.

Não que precisasse ler para saber que era dela. Nunca deixou meu aniversário passar em branco. Considerando que nos conhecíamos há dois anos, foi um feito enorme.

Então me lembro:

— Faço aniversário em agosto.

— A ação foi rápida. Não vimos porque segurar o pacote.

Burocracia, é claro.

— Certo.

Dei as informações necessárias para o homem assinar a ficha e volto para o trailer. Observo a letra cursiva desenhada. Sempre mais bonita que a minha.

Feliz aniversário Zach!

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