Capítulo 21

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Todos estavam perfeitamente elegantes. Pessoas a olhavam pelo canto dos olhos quando entrou no salão interior. O lado de fora estava coberto por neve, o que deixava o clima aconchegante.

A decoração estava incrível. Uma mesa longa no fim do salão tinha os comes e bebes. Não haviam bebidas alcoólicas ali, mas do lado de fora, mesmo estando frio, um grupo de alunos as distribuíam, de todos os tipos, das mais fracas às mais fortes.

Apenas os lustres e candelabros estavam acesos. Alguns buquês de rosas brancas estavam espalhados. A música estava alta.

— Você bebe álcool? – Charlie sussurrou em seu ouvido. Ficou realmente charmoso naquela máscara.

— Já experimentei algumas vezes.
Um homem, que Eleanor supôs ser o coordenador do Clube de Música falava com Lily. Ela iria tocar.

— Vou buscar algo para nós então.

— Sem problemas, vou estar atrás do palco. Lily vai tocar.

— Tudo bem – Lhe depositou um beijo na bochecha e saiu.

Percebeu que Lily não estava mais na pista de dança como antes. Seguiu para a parte de trás do palco. Lily estava ali ouvindo as instruções do tutor.

— Entendido, Senhorita Monroe? – perguntou.

— Sim. Tudo entendido.

— Vou ligar os microfones. Lhe darei um sinal quando puder subir ao palco – Ela apenas assentiu com a cabeça. Todo seu nervosismo era nítido agora.

— Estarei aqui. Vai dar certo – Eleanor disse e ela assentiu novamente.

O tutor fez o sinal, e quando percebeu, Lily já estava sendo anunciada.

— …E agora ao som do piano, Lilieth Monroe!

Lily subiu e as palmas ecoaram pelo salão. Ela se sentou rapidamente na banqueta e uma melodia suave ecoou. Ela era incrível. Seus dedos pareciam deslizar sobre as teclas.

O fim da primeira música estava próximo quando sentiu algo gelado tocar seu ombro. Charlie tinha duas taças em mãos.

— Ela está indo muito bem – disse baixinho Eleanor assentiu. Ainda apreciava Lily fixamente. Deu uma goleada na bebida. Sentiu o gosto amargo.

Seus pais a desprezariam profundamente se vissem aquela cena.
Lily acabou a música, resultando em várias palmas. Começou outra.

— Quer dançar? – Charlie oferece.

— Por que não? – Ele pousou as mãos em torno de sua cintura e ela ao redor de sua cabeça.

Tudo parecia estar acontecendo em câmera lenta.

Eleanor queria estar ali. Queria muito.
Quando os últimos acordes terminaram tudo parecia voltar ao mesmo clima monótono de antes.

Lily desceu os poucos degraus rapidamente. Eleanor  desconhecia como ela conseguia fazer aquilo de salto alto.

As garotas trocaram um cumprimento que não durou tempo suficiente. O instrutor do Clube de Música vinha falar com Lily.

Charlie e Eleanor voltaram ao salão. Parecia ainda mais cheio agora. Não sabia exatamente o que fazer. Nunca tinha ido a um baile antes.

— Então. O que quer fazer? – Charlie perguntou.

— Não faço ideia. Quer procurar Zach e Sarah?

Talvez eles saibam de algo interessante para fazermos.

— Não acho que os encontraremos em meio a essa multidão — De certa forma, era verdade.

— Prefere apenas sentar e conversar então? – Da última vez que fizeram isso, há alguns meses, não haviam tido a melhor experiência.

— Tudo bem – Se dirigiram até um sofá vazio encostado em uma parede e se sentou.

— Então, sobre o que quer falar? – Charlie indagou quando se sentou ao seu lado.

Eleanor tentava se lembrar de um tópico interessante no qual eles pudessem conversar.

— Sua pintura, só quero que saiba que ela é realmente linda — começou, esperando que não dissesse algo desagradável.

— Não é apenas o artista que deve ser bom. A obra deve fazer sentido para ele, e entrar em harmonia. O que não é tão difícil quando se tem uma inspiração tão bonita – sentiu–se corar um pouco e olhou para seus pés.

Quando levantou a cabeça, se sobressaltou com um grito vindo de Charlie. Impressionantemente, nenhuma das pessoas do salão pareceu notar.

— Droga!

Ele exclamou tirando sua máscara e se levantando rapidamente. Tapou o olho esquerdo com uma mão fechada em punho.

— Está tudo bem? – Eleanor disse, tentou se levantar também mas ele logo interrompeu seu ato.

— Não venha atrás de mim nem que o mundo esteja acabando a seus pés! – E saiu, deixando–a ali, sozinha.

Temia ter feito algo errado novamente, mas dessa vez não acreditava que a cena tivesse algo a ver com ela.

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