Capítulo Treze

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Sarah

Último dia de sanidade.

A trágica história começa em primeiro de fevereiro. Quando a família Livermoony decide visitar o maior e mais famoso museu do país. Depois de tanto tempo agindo como animais de circo, era bom para nós ir para um lugar mais privado.

E assim fizemos. Estava animada porque Lou iria conosco, ocasião que raramente acontecia. Por isso me esforcei. Fui a todas as reuniões da manhã, conheci alguns patriotas fanáticos, tudo para passar uma tarde agradável com a melhor parte de minha família. De alguma forma, os ataques vermelhos ficaram infrequentes. Portanto, tínhamos tempo para desenvolver um contra—ataque.

Eu, minha irmã e meu pai ficamos vendo obras de arte por um bom tempo. Quadros e esculturas de livermonianos talentosos. Tudo era tão esbelto que poderia olhar para sempre.

Todos temos medo. Desde o princípio dos tempos fomos destinados a ser covardes. Aquele era algum dos raros dias em que me sentia disposta e corajosa. Não tinha medo de minha mãe aparecer e quebrar minhas costelas ou arrancar a minha cabeça.

—  O que acha dessa, Lou? — Aponto para uma escultura média realmente bem feita, Helm Bolívar quem a esculpiu.

—  Bolívar não me parece bom. Gosto de Berger. — Rio brevemente. Como sabia quem era Berger? Deveria ter perguntado.

Flashes vinham de tempos em tempos. De visitantes do La Ruse em grande maioria. Talvez de alguns funcionários.

Fomos ao outro andar, depois subimos mais degraus. Cinco andares no total. Uma porta de ferro — incrivelmente protegida, eu tinha certeza — nos aguardava. Meu pai andou na frente durante todo o tempo, o guia já não estava conosco. Não percebi quando ele sumiu.

Meu pai tirou uma chave única do bolso. Uma chave normal, não tinha ar velho como nos filmes. Ele gira a chave e a porta estala. Ainda assim digita um código. Ninguém ousou dizer uma palavra.

A sala ampla possuía paredes como a porta, revestidas em metal resistente. A luz era tênue. Uma redoma de vidro no meio da sala, especificamente no meio.

Certo, pensei. Não é grande coisa. Apenas uma relíquia.

—  Então, vai nos explicar o que tem lá? Podemos nos aproximar? — pergunto sem saber ao certo se deveria.

—  Pensei que você já soubesse pela quantidade de livros que você lê. Essa é a Relíquia Livermoniana.

Eu estava certa, afinal, era uma relíquia. Não como eu pensava, nem perto disso.

Provavelmente meu pai viu minha expressão confusa. Não era sensato que não respondesse minhas perguntas pois ele sabia que eu descobriria.

—  Não? Em nenhum livro? Nada mencionando as Sete Relíquias? — Agora ele parecia confuso. — Francamente...

O alarme de incêndio toca, seguido por gritos e passos. O reflexo de meu pai foi pegar a suposta relíquia e colocar em minha mão. Um colar, uma jóia. De pedra verde grande. Uma esmeralda talvez. Não sei.

Ele continua indo na frente. Louise e eu, assustadas demais para pensar, o seguimos. A mão dele se pousa em uma cerâmica do chão que era idêntica às outras. Uma salinha, ligada à sala da relíquia por uma escada, se revela. Como uma passagem secreta.

Sem hesitar, Lou e eu entramos. A sala era ocupada apenas por cadeiras e uma prateleira com uma maleta de primeiros socorros.

E o silêncio se estendeu por longos minutos. Eu sabia do que se tratava — Vermelhos — mas queria apenas fechar os olhos.

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