Capítulo 29

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Agora, não podia fazer nada para se impedir de chorar. Ele estava morto. Morto pelas mãos dela.

Não era justo que ela estivesse ali, e ele morto.

Só se deu conta de que sua mãe chamava por ela no andar de baixo depois de um tempo.

— Já estou indo mãe! – gritou de volta e secou suas lágrimas, mas a vontade de chorar não tinha cessado.

Não estava em Livermoony. Não mesmo. Desceu. Ainda era o primeiro dia de aula.

Tinha esperanças de olhar para o sofá e ver Anne brincando com Emma e Will. Zach na sala de jantar com o cabelo bagunçado, e Lily na porta com um sorriso de orelha a orelha no rosto.
Nada disso estava lá. Só era visto seu pai com um terno de trabalho, e sua mãe com um vestido elegante. Ambos com nenhuma vontade de sorrir.

— Andou chorando? – seu pai perguntou checando o relógio.

— Nem se preocupe. Deve ser algo com aqueles livros idiotas dela – sua mãe disse com o mesmo tom frio de sempre.

— Tenho aula. Vamos.

Não estava com vontade de conversar. Seguiu até o carro, onde seus pensamentos eram seu pior inimigo. Por que raios tinha voltado? Não queria sobreviver ali, preferia morrer em Livermoony.

Entrou no estabelecimento, o sol quente de uma tarde de verão batia em seus olhos, quase a cegando.

Se sentou no banco em frente à porta principal e os sinal tocou. Não teria nem um tempinho para respirar.

Adentrou cada corredor em passos rápidos, fitando o chão, não queria que ninguém visse que ela chorou.
Seu plano tinha dado certo, até que trombou com alguém. Levantou os olhos. Não acreditou no que viu. Não podia ser real.

— Charlie? – indagou sem saber se aquilo era uma alucinação ou não.

— Perdão? Nos conhecemos?

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