Uma conexão entre nós

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•Shivani Paliwal

O dia teve uma virada pouco esperada por mim, era para eu estar em casa conversando com os advogados da família sobre como irei depor.

Ou me preparando para a presidência do corpo estudantil, mas depois de tudo acho que isso acabou para mim.

E principalmente o meu currículo perfeito para a melhor faculdade da cidade ou do país.

— Tudo bem mesmo? — Bailey pergunta enquanto assistimos um documentário antigo.

— Relaxa, já é a quinta vez que me pergunta isso — eu digo e ele parece ficar sem graça.

Está um pouco diferente de quando o conheci, parece mais aberto para as conversas comigo.

Porém a verdade é que bem, bem eu não estou, penso em Josh o tempo todo, Nour adoraria vê-lo, o abraçar e conversar com ele.

Mas agora já é tarde para isso. 

E não quero voltar para casa, pois sinto que quando estiver longe do senhor May o medo me rondara com ainda mais força.

— Não podemos ficar tão próximos no colégio — ele diz me tirando de meus pensamentos.

Dou de ombros confusa.

— Isso não é um problema, não temos nada juntos — ele concorda em um suspiro fundo e se levanta, indo em direção a cozinha.

Já anoiteceu, a chuva diminuiu e eu disse para mamãe que estava na casa de uma menina qualquer da sala.

Ainda não sei o que será da minha amizade com Hina e Joalin, mas não posso perde-las, não mesmo.

Me afundo no sofá puxando o cobertor que o meu professor me emprestou, estou com bastante frio, provavelmente por conta da chuva que tomei hoje a tarde.

E Bailey continua sem camiseta, acredito que não preciso nem comentar sobre isso.

Pois só de pensar já estou ficando sem ar.

— Encontrei esses biscoitos — Bay joga um pacote em mim.

Me sento um pouco zonza observando seus movimentos.

— Vai servir, você deveria ir às compras — digo e ele revira os olhos.

— Não enche senhorita Paliwal — dou uma risadinha e nego comendo um dos biscoitos, até que não estavam tão ruins.

— O que acha que aconteceu? — pergunto sobre o caso de Nour enquanto jogo minhas pernas em seu colo.

O meu principal ponto quando comecei a investigar a vida do professor era não me envolver com ele.

Não que isso esteja acontecendo, é só que de pouco a pouco eu sinto que estamos criando uma conexão.

E isso não me assusta mais como antes, eu estou gostando.

— Você é muito folgada — ele diz olhando minhas pernas em seu colo.

— Para de reclamar — levo meu pé até seu rosto de brincadeira e ele o afasta, foi bom passar a tarde ao seu lado — Vai me dizer que não gosta delas?

Afasto o cobertor para longe deixando minhas pernas a mostra, ele abre um sorrisinho de canto e nega.

— Sabe que eu gosto — estremeço quando uma de suas mãos toca meu tornozelo.

Sinto todas as minhas artérias se fecharem em buraquinhos pequenininhos.

— Então não reclame — sussurro mandando uma piscadinha para ele.

Querido Amor Sombrio /:Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora