Sombria Paliwal

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•Bailey May

Os dedos de Shivani tremem enquanto ela bebe água em um copo de vidro, suas emoções estão tão explícitas que quem a encontrasse juraria que ela tinha feito algo muito ruim.

Mas a verdade é que tudo isso é apenas um reflexo de quem ela realmente é.

Afasto para longo o saco de box, ando em direção ao quarto em busca de uma camiseta, desisto de vesti-la quando percebo que estava suado de mais para isso.

— Se sente melhor? — Sabina pergunta com toda a serenidade do mundo.

Senhorita Paliwal entrega o copo para ela.

— Sim, obrigada — um sorrisinho fraco e nada verdadeiro escapa de seus lábios.

Minha irmã me olha do outro lado do sofá como se perguntasse: "O que devo fazer? Me ajude seu idiota".

Respiro fundo o ar e me sento ao outro lado vazio de minha aluna.

— Pode ir Sabi, obrigada — ela faz uma careta e eu devolvo uma mais feia ainda — Por favor — insisto e ela cede indo para a cozinha.

O que não muda muita coisa porque sei que dali conseguiria ouvir nossa conversa.

— E então, o que tá rolando? — pergunto e Shiv permanece calada.

Ela passa a mão pelo rosto puxando os fios do cabelo bagunçado para trás.

— Desculpa — sua voz é trêmula — Eu não queria incomodar a essa hora e muito menos causar toda essa confusão — a garota se levanta — Eu já vou indo e peça desculpas a sua irmã pelo que eu disse e pensei sobre ela, é só que não sabia que era realmente sua irmã.

Percebo que ela se atrapalha com as palavras mas ainda assim continua tentando se justificar.

— Senhorita Paliwal — me levanto — Onde pensa que vai?

Ela se vira com toda certeza confusa.

— Embora — ela morde o lábio — Eu sou uma idiota professor, é isso — seu tom agora é calmo e ela dá de ombros.

Eu queria deixar ela ir, queria não ter que impedi-la mas não posso, mesmo não gostando de sua atitude de mais cedo preciso mantê-la por perto.

Porque tenho certeza que não está bem.

— Não diga isso, porque não senta e me conta o que está te deixando assim? — ela suspira outra vez e olha em volta, como se estivesse prestes a desabar.

Ali mesmo, na minha sala.

— Você fuma? — não consigo segurar o riso quando ela faz uma careta e muda totalmente o clima da conversa.

— Isso importa? — ergo uma sobrancelha e ela passa a mão pela nuca.

— É um agente, sabe dos riscos e ainda assim fuma? — ela devolve e eu assinto.

— Vai me julgar agora? — seu olhar está fixo na bituca meio acesa na mesinha de centro e no cheiro vazio de fumaça na sala.

— Acredito que esse papel não seja meu — Shiv diz e eu sorrio em aprovação.

Ela me olha, depois verifica os próprios pés, me olha novamente, puxa as mangas do moletom preto, me olha mais uma vez e abaixa a saia jeans amarelada no estilo xadrez.

— O que está te incomodando? Acho que vamos ter uma terapia de aluna e professor agora, no meio da noite.

Ela revira os olhos mas acaba sorrindo.

Querido Amor Sombrio /:Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora