Meia Irmã

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°Bailey May

— Vai ficar cheio de nós na mão desse jeito — escuto por baixo a voz da garota.

Mas ainda assim a ignoro, socando com ainda mais força o saco de box pendurado no teto da sala de minha casa.

Durante todo o resto do dia a senhorita Paliwal ficou martelando em minha cabeça.

Ela com aquele atendente, me olhando de forma desconfiada.

A maneira metida que saiu enquanto conversávamos, me deixando a falar sozinho.

Não gosto quando viram as costas para mim, principalmente quando dedico parte de meus pensamentos a essa pessoa.

Quando tenho uma certa obsessão por ela.

Dou um soco forte de direita, mesmo não usando as luvas necessárias a dor não me atinge.

— Bailey, você vai se machucar... — ela diz novamente, porém estou mais focado em descontar meu temperamento em socos.

Desde que Shivani foi acusada tenho tentado achar um jeito de deixar ela livre dessa culpa.

Não porque eu me importo, mas porque assim que isso estiver feito irei embora da cidade.

Não posso me prender a atração que sinto por ela.

Isso não seria justo.

Ter abrido espaço para ela entrar, a beijado, não foi certo.

E no final de tudo ela está sendo uma bela de uma ingrata, eu tenho realmente me esforçado para achar um jeito dizer inocenta-la, e a garota simplesmente sai e me deixa falando sozinho.

Como se eu fosse um idiota.

— Merda — resmungo em um grito quando sinto meu pulso torcer ao errar o soco. 

— Eu avisei — escuto sua voz novamente, ela estava sentada na poltrona ao lado me observando enquanto comia um prato de tacos apimentados.

— Cala a boca — suspiro com a respiração acelerada, sinto o suor escorrer por minha testa.

Me jogo no sofá, cansado mas não aliviado, não consigo ignorar essa sensação dentro de mim.

— Você está ferrado — ela joga algo em mim — Garota mais nova de novo?

Inclino minha cabeça para o lado a olhando.

Sabina dá de ombros e volta sua atenção para seu prato.

— Vou embora, antes de....você sabe — limpo a garganta — Me envolver completamente.

— É uma de suas alunas? — ela ergue a sobrancelha e eu assinto.

Apesar de Sabina ser minha meia irmã sempre fomos muito, muito grudados.

Em todas as minhas memórias ela está presente, é a única pessoa que confio de olhos fechados.

A única que não me julga como estranho ou um louco obcecado por garotas mais novas como todos começaram a dizer na nossa antiga cidade.

A verdade é que as coisas não são assim, apenas me envolvi com uma garota mais nova onde estagiei da última vez, eu era apenas quatro anos mais velho, não houve sentimentos, foi apenas beijos incompletos antes de seus pais descobrirem.

Porque ela foi fraca demais para esse segredo.

E quanto as alunas, são sempre elas que se jogam aos meus pés, querem ficar comigo mesmo sabendo que não é certo.

Querido Amor Sombrio /:Shivley Onde histórias criam vida. Descubra agora