ETERNO AMOR - Predestinados

CAPÍTULO 32

Jhon Wright

Seis anos de trabalho duro, totalmente longe de casa, tentando construir uma outra vida longe de tudo que um dia eu fui.

Levei semanas para religar meu celular depois de sair de Palm Beach, e não tive coragem de ler nenhuma mensagem, ou ouvir qualquer mensagem de voz. Eu queria me afastar por completo de tudo o que aconteceu.

Meu pai me mandou para a Alemanha no primeiro vôo que ele conseguiu. Ele me obrigou fazer toda a parte burocrática e a parte chata. Desde alugar uma sala para o meu escritório, até acompanhar a construção do local da empresa. Ele não me tratava mais como filho, e eu não o tratava mais como pai. Ele agora era meu chefe, e eu manteria assim até conseguir superar o fato de ele me obrigar a abandonar Sophie.

Também nunca mais falei com Mary, sempre me perguntei se ela soube de alguma coisa, se meu pai lhe disse algo, mas nunca tive coragem de perguntar ou falar com ela. Eu era um covarde, porque nem coragem de enfrentar um natal em família eu tive mais. Ainda mais sabendo que Sophie estaria lá. Ela ia querer respostas, e eu não conseguiria dar nada a ela, não sem fazer ela ficar magoada com o meu pai. Talvez um dia que ela não fosse mais dependente dele eu lhe contasse toda a verdade.

Em seis anos me vi completamente longe da minha antiga vida. Eu era um cara mais centrado e focado no trabalho. Alguns amigos mais próximos do meu pai, que eu ainda mantinha contato, falaram que eu estava exatamente como ele, e pode ser que isso tenha acontecido, e eu tenha me tronado o cara que eu não queria.

A única coisa que eu consegui manter foi minha amizade com o Thad e com o Alex. Thad havia vindo me visitar em meu novo país, e com Alex conversávamos apenas por mensagem, e poucas ligações para saber se estava tudo bem, principalmente depois dele passar por alguns problemas e eu o ajudar a distância.

Scott simplesmente se afastou. Eu sabia que era por Sophie. Eu praticamente esfreguei minha relação com ela na cara dele depois dele assumir seus sentimentos por ela. Eu fui um canalha com meu melhor amigo, mas naquela época eu não pensava isso, eu apenas queria Sophie para mim. Eu estava perdendo meus amigos aos poucos.

Até que chegou o convite de casamento do Alex. Estava feliz por ele se casar com Deby, mas eu não sabia se conseguiria ir. Era muita coisa do passado para encarar novamente, e eu não me achava preparado até Thad ligar me convencendo. Alex e Deby foram meus amigos, era o dia mais feliz da vida deles depois de tudo que passaram, e eu precisava estar presente, eu o ajudei quando eles estavam nos piores momentos.

Aceitei o convite e logo veio Sophie em minha cabeça. Ela estaria lá, eu sabia que estaria. Ela havia se tornado uma das melhores amigas da Deby, e com toda certeza seria uma das madrinhas.

Eu não tinha muitas notícias dela, mas sempre que conseguia uma eu ficava feliz. Ela estava crescendo, se tornando uma mulher. Comemorei sua formatura e seu novo escritório. Estava feliz por ela se tornar uma ótima advogada. Eu estava torcendo por ela.

Mas retornar para aquela cidade não seria facial, eu sabia disso, encarar tudo o que eu deixei pra trás seria a pior coisa.

Logo que entrei na minha casa e olhei tudo exatamente como eu sempre gostava que ficasse, me deu uma sensação de paz. Aquela era minha casa, o lugar que eu me sentia bem.

Deixei minhas malas na sala e fui em direção a varanda. Olhei toda aquela vista, e senti como se enfim eu estivesse onde queria estar. Eu estava todos esses anos no mesmo apartamento que comprei na Alemanha, mas ele nunca se tornou inteiramente meu, eu não via como meu lar, porque aqui era o meu lar.

Segui em direção a praia e fui até a areia perto do mar. Tirei minha camisa e deixei o sol aquecer a minha pele e senti a maresia tomar conta de mim. Fechei meus olhos e percebi o quanto o sol e a maresia me faziam falta. Desejei nunca mais sair dali, mesmo sabendo que seria impossível.