CAPÍTULO 51

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Jhon Wright

- Não acredito que você ganhou de novo. – Thad falou derrotado, deixando os ombros cair enquanto segurava o taco apoiado no chão em sua frente, e olhava a bola oito cair no buraco pela terceira vez naquela tarde.

Ele havia me desafiado na sinuca e não se cansava de perder em tantas revanche.

- Eu disse para você desistir na jogada passada, para não ficar tão feio. – falei guardando meu taco novamente na parede.

Tio Tom agora conversava com meu pai nas grandes poltronas marrom no canto da sala de jogos, enquanto fumavam charutos.

Eu ainda tinha muita magoa do meu pai e não havia conseguido lhe perdoar, mas eu estava ali por Mary. Ela havia me procurado para tentar me reaproximar do meu pai, e meu pai pareceu ter mudado em alguma coisa, só que eu ainda não estava convencido.

Quando Ash nasceu no começo do ano, eles foram até Novo York visitar minha filha, e já tinham ido várias outras vezes visitar ela e Melissa. Mas como eu ainda não havia conseguido perdoar ele, ficamos evitando muito contato. Ter recebido parabéns por minha filha no dia que ele foi na maternidade, já tinha sido suficiente, então todas as vezes que ele ia ver a neta eu geralmente não estava no país.

Acabei voltando para Nova York mais vezes do que esperava. Não conseguia deixar Ash muito tempo longe nos primeiros meses, então Melissa começou a ir para Berlim levar ela para me visitar.

Eu tinha uma relação legal com Melissa, mas para mim ela não passava da mãe da minha filha. Não consegui mais me relacionar com ela. Melissa era uma parte do meu passado que ainda me machucava. E eu já havia usado muito ela. Prometi a mim mesmo que não me relacionaria com mais ninguém enquanto não me sentisse seguro para isso.

Talvez ter vindo passar o natal com minha família não era uma boa forma de conseguir me sentir seguro. Eu poderia ver Sophie a qualquer hora, pois já sabia que ela viria, e estava me preparando para isso. Mas precisava tentar. Tentar me reconciliar com meu pai, e tentar superar Sophie.

Segui em direção a uma das poltronas perto das mesas de jogos, e me afundei confortavelmente em uma delas, enquanto olhava Thad guarda o taco dele e vir em minha direção.

- Você deve estar treinando todos os dias com aquela mesa em sua sala. – Thad falou sentando na poltrona em minha frente.

- Eu ganho de você desde a universidade, e você ainda se ilude que vai conseguir uma revanche.

Thad me olhou derrotado e eu ri.

Mas antes que ele pudesse me responder, Sam apareceu com uma bandeja de biscoitos, e logo que olhei ao lado dela, encontrei Sophie com uma bandeja com uma jarra de leite e copos.

Eu simplesmente paralisei quando vi seus olhos azuis em mim.

Ela estava com os cabelos castanhos em um corte pouco a baixo do ombro, mas continuavam com as ondas que contornavão agora o seu rosto. Seu corpo parecia o mesmo com aquelas botas curtas de salto, e a calça clara que se ajustava as suas pernas, e o casaco longo marrom desabotoado na frente, revelando a blusa marrom de gola alta que ela usava por baixo.

Ela estava linda. Ainda mais linda do que da última vez que eu a vi. Não tinha como não admirar ela.

- Biscoitos e leite quente para os meninos. – Sam anunciou passando por nós e levando a bandeja até uma pequena mesa que ficava próxima as grandes janelas do outro lado.

- Esses biscoitos são uma delícia. – Tio Tom falou levantando-se e indo em encontro as duas.

Percebi então que me pai me olhava como se esperasse ver minha reação.

ETERNO AMOR - PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora