CAPÍTULO 39

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Jhon Wright

No dia seguinte do casamento decidi deixar Melissa em casa e ir até a minha casa. Eu precisava de um tempo para mim.

Sentei na areia em frente ao mar. Aquele costumava ser meu lugar predileto pela paz que eu sentia ali.

Enquanto olhava as ondas quebrarem em minha frente tentando esvaziar minha cabeça ouvi passos nas escadas logo atrás de mim. Me virei para saber quem era o intruso, esperando ser um dos meus amigos, e vi Sophie em um short jeans e uma camisa branca, enquanto segurava as sandálias na mão e seu longo cabelo escuro balançava solto ao vento.

Ver ela assim me levou a alguns anos atrás. Ela continuava linda e conseguia mexer comigo, exatamente da mesma forma. Se minha tentativa era me manter longe dela e das lembranças eu estava falhando muito nesse momento.

- Oi – disse ela se aproximando com um sorriso sem jeito.

- Oi – respondi olhando ela se aproximar.

Sophie veii ao meu lado e sentou-se na areia, enquanto eu lhe olhava. Confesso que tanta proximidade fez meu coração disparar.

- Não deveria deixar a porta sem trancar. – ela falou enquanto me olhava com um sorriso torto.

- Poucos sabem que deixo a porta aberta.

- Mesmo assim é perigoso. – ela deixou as sandálias ao seu lado e voltou me olhar – Toquei a campainha e não me atendeu, mas vi seu carro na entrada da garagem, deduzi que estaria em casa com a porta aberta.

- Ai decidiu invadir. – brinquei com ela e Sophie sorriu.

O sorriso dela era magico e espontâneo como eu me lembrava. E relembrar isso fez meu corpo reagir além do esperado.

- Sim! – ela concordou junto com a cabeça.

Sorri para ela mas sabia que não deveria ficar lhe olhando tão de perto. Ter ela tão perto, apenas para mim, fazia eu ter vontade de beijar sua boca e ir além disso.

Disfarcei voltando a olhar para o mar, para tentar esquecer sua boca tão perto sorrindo para mim. Meu objetivo ali era justamente organizar minha cabeça e ela parecia ter sido mandada pelo inferno para me atormentar.

- Vejo que aqui ainda continua sendo seu lugar preferido. – Sophie falou, mas eu continuei olhando para a frente e apenas concordei com a cabeça – Aqui também era meu lugar preferido.

Desta vez não consegui me conter e olhei para ela depois do seu jeito tão doce de falar daquele local.

Sophie olhava o mar e não me olhou, mas pude ver em seus olhos como ela estava sendo sincera, e que ela sentia a mesma coisa que eu por aquele lugar.

Ver ela daquela forma mexeu comigo que eu precisava saber o que ela queria antes de fazer algo que me arrependesse depois.

- O que você queria? – eu sei que minha pergunta foi meio rude, mas eu não consegui pensar em nada melhor.

Sophie me olhou como se tivesse voltado de pensamentos profundos.

- Nossos pais. – ela falou enquanto me olhava quase seria.

- O que tem? – perguntei quase não querendo saber.

Naquela altura já não me importava mais com meu pai, e não sabia se ainda queria me importar, não depois do que ele fez com nossas vidas.

- Estão vindo para cá. – ela então ficou em silencio por um instante que quase pareceu um minuto – Eu não sei se você quer encontrar com seu pai então achei melhor te avisar antes que eles cheguem.

Realmente encontrar com meu pai não era uma boa ideia, e se ele estava vindo pra cá, com certeza ele ia ficar aqui em casa e eu não queria estar aqui quando ele chegasse.

- Obrigado por me avisar. – falei respirando fundo pensando que agora precisava de um plano de fuga.

- Tentei te ligar, mas não me atendeu, então achei melhor vir avisar pessoalmente.

Me lembrei que realmente havia deixado meu celular junto com minha camiseta na sala antes de descer para a praia.

- Fez bem de vir avisar.

Sophie sorriu satisfeita e então pareceu olhar em meu braço, mais especificamente em minhas tatuagens.

Em todos aqueles anos longe, minhas tatuagens haviam aumentado, agora com mais desenhos de lugares por onde passei. Foi então que os olhos de Sophie se encontraram. Eu soube exatamente quando ela encontrou a tatuagem de mais de seis anos. Seus olhos congelaram ali e pareceu que sua respiração parou surpresa.

Deixei Sophie observar os detalhes até seus olhos se erguerem e encontrarem os meus.

- Eu não pensei que você realmente faria. – a voz dela era baixa e nervosa.

- A primeira coisa que fiz ao chegar na Alemanha.

A tatuagem que ela se referia era aos olhos azuis que refletiam o azul do mar da praia que estivemos juntos da última vez.

Em nossa última tarde juntos, a seis anos atrás eu disse a Sophie que tatuaria seus olhos refletindo o mar, exatamente como eu havia visto naquele dia. Era minha forma de guardar aquela praia e seus olhos para mim.

Sophie sorriu um pouco nervosa então voltou a olhar a tatuagem.

Naquele momento minha vontade era pegar ela em meus braços e lhe beijar exatamente como fizemos naquela época. Cada pedaço do meu corpo desejava Sophie com uma intensidade muito maior hoje. Ela me tirava do meu mundo e fazia eu querer um mundo com ela, coisa que eu sabia que jamais poderia ter, e saber disso me destruía em milhares de pedaços.

Eu queria Sophie pra mim e eu não podia. Isso também não era justo com Melissa. Eu precisava me afastar, eu precisava ficar longe de Sophie.

Me levantei dali deixando seus olhos em mim, e fui para dentro de casa subindo direto para o meu quarto onde me tranquei. Eu sabia que havia deixado Sophie sozinha sem respostas, mas ela também não me perguntou nada. Ela deve ter entendido que não dava para a gente ficar tão perto e sozinhos. Me trancar em meu quarto era um jeito covarde, porem, seguro de me manter longe dela e da minha vontade de tê-la. Só não sabia por quanto tempo ia conseguir ficar longe, minha vontade de ficar perto era maior. Eu ainda amava e não poderia mais negar meus sentimentos.

 Eu ainda amava e não poderia mais negar meus sentimentos

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ETERNO AMOR - PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora