41| Sempre

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Sua respiração calma bate contra o meu rosto e eu só consigo olhar para os seus traços delicados

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Sua respiração calma bate contra o meu rosto e eu só consigo olhar para os seus traços delicados. Acho que finalmente depois de dois dias esse é o único momento em que eu me dou liberdade de pensar em qualquer outra coisa que não fosse Lia.

Só de pensar nisso um nó se forma em minha garganta.

Minha Lia, minha irmãzinha...está doente.

E eu fui o último a saber.

Quando cheguei da viagem eu estava tão radiante por ter falado sobre o meu namoro. Sobre como Elizabeth Foster se tornou minha vida e minha ruína em tão pouco tempo, eu estava tão feliz que quando minha mãe desabou em lágrimas e quando Tony, meu padrasto que voltou de uma viagem recentemente, deixou lágrimas escorrem pelas suas bochechas marcadas...eu achei que era alguma brincadeira.

Fiquei atônito nos primeiro minutos, mas logo corri em direção à minha mãe que soluçava copiosamente no chão da sala. E quando ela me contou, eu perdi o meu chão. Minha visão escureceu, minha garganta ficou seca, meu corpo ficou trêmulo, minhas mãos começaram a suar e eu achei que poderia morrer bem ali naquele momento para tirar toda dor do meu corpo. Eu daria qualquer coisa para nunca ouvir isso soar da boca da minha mãe.

Lia está com câncer. Leucemia.

Minha irmã linda, que sempre vê o lado bom das coisas, que sempre nota os mínimos detalhes, que corre atrás de uma borboleta quando vê, estava perdendo as forças.

Um mundo colorido e cheio de fantasias estava ficando escuro. E meu mundo caiu quando eu a vi com um tubo de oxigênio, e eu quase perdi a luta contra o choro quando eu vi um sorriso brotar em seus lábios quando ela me viu e correu para me abraçar puxando a mochila de oxigênio.

Meus joelhos ficaram fracos. E pela primeira vez depois de muito tempo eu queria gritar. Queria chorar. Queria sentir dor.

Eles viajaram para outro estado em procura do melhor médico, que está localizado por lá. E eu fiquei, pois eu não queria ouvir se a doença era tratável ou se ela não tinha jeito; se já estava em um estado avançado.

E fiquei, principalmente, para desabar. Para me afogar. Para ficar nos destroços que a vida ofereceu. E eu não tinha um pingo de força e nem vontade para me reerguer.

Minha mãe disse que começou a ficar preocupada e notar os sinais quando ela caiu no chão do nada há algumas semanas. Depois disso ela percebeu que Lia ficava sem ar, depois veio a perda de apetite. Foi aí que ela a levou ao médico e descobriu tudo isso. Pelo o que me disse na ligação breve que tivemos, nossa família tinha alguém com histórico da maldita doença.

E eu me perguntei por que não poderia ser eu?

Levanto da cama deixando minha namorada adormecida e vou direto para o banheiro para tomar uma ducha para dispensar os pensamentos que não param.

ARE YOU WITH ME? (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora