Desde pequena eu sempre gostei de ir à escola. Ao contrário de algumas pessoas eu gostava de ir ver meus amigos. Eu gostava de ficar rindo por qualquer coisa que eles falavam, do menino chato da turma implicando com a garota quieta, do bagunceira tacando bolinha de papel para o outro lado da sala.
Eu gostava.
Digo, depois que comecei a ter problemas em casa comecei a me afastar de muita gente. Muita mesmo. E ao longo do tempo os sorrisos, as gargalhadas foi se transformando em solidão. A menina que ria e se divertida foi ficando introvertida a cada dia. Os sorrisos ficaram raros e amizades foram se dissipando.
Acho que a escola pode ser a salvação de muitas pessoas. No meu caso foi até certo ponto, me distraia das...das coisas que aconteciam. Mas também foi a primeira a dar indício da minha queda.
Sempre fui uma aluna excelente, por parte eu era aquela que fazia o trabalho com uma semana de antecedência, que estudava duas semanas antes da prova e que ajudava meus amigos com as matérias. Parcela disso foi culpa de minha mãe, ela nunca foi de me dar as coisas de mão beijada.
Se eu queria alguma coisa eu teria que merecer. Era o que ela sempre falava. E também ela sempre foi rígida com notas, por exemplo, se eu tirar nota baixa ela tirava alguma coisa de que eu gostava, quase sempre era o celular. Ou me fazia refazer a prova inteira para aprender o meu erro.
A partir do primeiro ano minhas notas começaram a cair de dez para seis, de seis para três e de três para zero.
Não era porque eu queria, mas porque eu não tinha força de vontade ou porquê eu estava muito muito cansada. A escola se comunicou com minha mãe que, claro, perguntou o que estava acontecendo. E eu não respondia, porque ele dizia que se eu contasse iria feri-lá. E usava as notas como mais uma desculpa para me bater.
Minha mãe começou a perceber a partir da ai, tirou meu celular e eu não reclamei só assenti e fui dormir...
Mas depois de tudo o que passou, consegui recuperar as notas e bom agora estou aqui e pretendo voltar a minha rotina.
—...mas assim tem umas pessoas que eu queria te apresentar. — Emily indaga se sentando ao lado da minha cadeira.
— Desculpe, mas o que disse?
— Que tem uns amigos que queria te apresentar. Por você está tudo bem? — seus olhos azuis me fitam mas ainda sim com um sorriso no rosto.
— Problema algum.
Assim a professora entra na sala de aula, e graças a Deus, não me pede para me apresentar somente assente para mim e começa dar sua aula.
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ARE YOU WITH ME? (FINALIZADO)
RomanceTraumas são dificilmente esquecidos ou superados. Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...