Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Era somente uma ilusão; um déjà vu.
Éramos nós dois deitados em uma praia, olhando para as estrelas e eu estava pensando que o sorriso dela poderia conquistar o mundo. Era um mundo perfeito sem qualquer caos. Era um mundo no qual eu poderia ficar para sempre.
Era uma ilusão.
Uma merda de ilusão.
Eu sabia disso porque a última vez que eu a vi, ela estava cheia de sangue. Seu sangue estava espalhado por minhas mãos e o seu lindo rosto estava branco. Uma dor excruciante palpitava em minha perna, assim como no meu coração; parecia estar sendo despedaçado.
Eu pensei que iria morrer.
Pensei que ela morreria.
Pensei que teríamos um final caótico no qual não contam nos contos de fadas.
Mas agora, olhando para o seu rosto com um pouco de cor novamente, apesar dos cortes em sua têmpora, os meus ombros caem, relaxados, e parece que eu volto a respirar. Pego a sua mão e entrelaço nossos dedos, beijando levemente os seus dedos. Vejo os seus olhos tremerem e depois, cautelosamente, eles se abrem.
Antes, o chão tinha desabado. O escuro tinha retornado e aquela solidão invadiu nós dois.
Agora, eu voltei a ter um chão. A luz no fim do túnel brilhou e antes aquele vazio se preenche quando eu a vejo piscar, as íris verdes com respingos amarelados se focam em mim. E eu sussurro:
— Eu te encontrei. — Elizabeth abre levemente a boca, eu vejo seu peito subindo e descendo rapidamente, e seus olhos se encherem d'água. E então ela desaba.
— Você me encontrou. — sussurra.
Ela chora, e posso ver claramente que são lágrimas de arrependimento e de alívio. A puxo para os meus braços e enterro o meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro. Seus dedos trêmulas passam por meus cabelos e depois rosto. Um nó se instala em minha garganta quando ela começa a falar:
— Desculpa... — ela diz, chorando. — Me desculpa por ter dito aquelas coisas, eu disse aquilo com muita dor. Nada era verdade. Eu não podia arriscar te colocar em perigo... Voc-cê é a única certeza que eu tenho na minha vida, e eu não poderia perdê-lo. — seguro seu rosto e eu limpo uma lágrima que escorre. Seus dedos tremiam enquanto ela gesticulava e eu pego a sua mão.
— Você prometeu — limpo a garganta —, você prometeu que deixaria eu te ajudar.
— Eu sei, Deus, eu sei mas... — ela limpa o rosto respirando fundo — Me desculpa — ela chora colocando as mãos no rosto, parecendo não conter as lágrimas de arrependimento. Meu coração retumba em meu peito. — Desculpe fazer isso com você. Eu fiquei com medo, porque Derek... eu não podia te perder. Você me ajudou a ser quem eu sou hoje e quando ele ameaçou... quando ele ameaçou fazer algo com você, meu chão desabou... Eu não poderia perder você, eu não poderia perder a única pessoa que me faz tão feliz. Eu fiquei apavorada e te distanciar era a única maneira de mantê-lo seguro — uma lágrima escorre pelo meu rosto — Porque você é minha vida. Os meus dias ficaram mais bonitos com você, o seu sorriso é o único que eu quero ver e em seus braços é o único lugar que eu quero estar. Me perdoa. Ele tinha mandado fotos e... e falou que você seria o primeiro...
