Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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A primeira semana de aula foi tranquila, bem tranquila na verdade. Os professores não são rudes e foram bem receptíveis.
Também constatei que eu tinha duas aulas na semana junto com Turner: química e cálculo. Mas, o garoto ficou extremamente na dele, e quando eu digo na dele, quero dizer passando a aula inteira ouvindo música ou de braços cruzados prestando atenção na aula.
O que me faz questionar como diabos ele tira notas tão altas. Toda questão que alguém não sabia responder o professor se virava pra ele e perguntava e o maldito sempre acertava. Já eu, ficava quieta na minha e, quando perguntavam, eu respondia tranquilamente e Turner sempre, sempre abria um sorriso de tubarão para mim.
Hoje é uma sexta feira e eu ainda estou na escola.
O mundo está caindo lá fora, a chuva está grossa e alta. Durante todas as aulas eu me via prendendo o foco nas gotículas de água que escorria pela janela.
Já era tarde, estava no fim da tarde e já era para que estar em casa. No entanto, me enrolei com algumas anotações e tive que ir na biblioteca pegar alguns materiais.
Andando pelo corredor frio e vazio vejo o time de líderes torcida entrarem encharcadas. Avisto Emily vindo em minha direção toda molhada.
— Beth!
— Oi, aconteceu alguma coisa? — pergunto preocupada, seu semblante era de cara de choro, seus lábios estavam contraídos e trêmulos.
— Você já vai embora?
— Eu estava indo na verdade. — digo oferecendo meu blazer para a garota, estava muito frio. Suas mãos delicadas pegam e ela lança um olhar de gratidão.
— Eu...eu queria...
— Uma carona? — pergunto. Nunca tinha visto a garota de carro, seu motorista sempre a trazia por isso pensei nessa hipótese.
— Sim...desculpe. É que meu motorista está acompanhando meu pai e...e ele falou para eu pedir um Uber mas — ela corta no meio da frase e suspira — mas eu tenho medo, e tá quase anoitecendo e chovendo. Desculpe eu não quero te incomodar.
— Ei, tranquila não me importo — digo sorrindo.
— Obrigada, Beth. Eu vou tomar banho no vestiário em mais ou menos meia hora estou pronta. Desculpa te fazer esperar. — diz sem jeito.
— Não me atrapalha em nada. Mas...eu ouvi falar que tem uma sala de música aqui. Sabe me dizer aonde é?
Eu estava curiosa, passei a semana inteira estudando ou fazendo exercícios. Eu vi algumas pessoas saindo com instrumentos e falando sobre a aula e fiquei curiosa demais para ver ela.
— Ah, sim. Tá vendo aquela última porta no corredor? — aponta para a porta vermelha — É aquela, está aberta. O colégio deixe aberto para quem quiser praticar ou algo do tipo.
