Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Minutos antes do jogo
Eu fito o meu celular esperando uma mensagem, uma confirmação, um sinal de que ela viria. O jogo começa daqui meia hora e eu não tenho notícias de Elizabeth a um dia.
Um maldito dia.
Bato a porta do armário com força respirando fundo quando eu me dou conta que ela não iria responder tão cedo, inalo o ar tentando acalmar meu coração. É a porra do dia mais importante da minha vida, era pra eu estar pulando de felicidade, estar rindo e aproveitando.
Mas a minha cabeça está longe daqui, muito longe.
Minha mente está na garota de olhos verdes, que da última vez que eu vi estava calada e quieta. Algo está errado, mas eu não sei dizer o quê. E não saber o motivo só me deixa mais nervoso.
Henry e Luca passam pela porta rindo, Race, entra com o resto dos jogadores se posicionando no centro do vestiário como sempre faz antes dos jogos. Seu corpo alto e forte para a alguns metros de mim, ele digita freneticamente no celular passando a mão nos cabelos escuros ansiosamente. Ele suspira e bloqueia a tela do celular.
É professor, estamos na mesma página. Tal mãe, tal filha.
— Todos aqui! — ele grita, e os burburinhos acabam — Último jogo do ano. O que vai decidir a carreira de vocês. Não vou dar a merda de um discurso de fé e essas baboseiras, vocês sabem que eu não acredito nisso. Eu quero ver garra, porra! Eu quero ver vocês jogarem como a porra de profissionais. Não existe mais nada mãe, pai, filho, irmão e namorada — desvio o meu olhar para o chão — Ou vocês estão aqui com corpo e alma, ou vocês não estão e acreditem em mim quando eu digo que é melhor estarem. Os olheiros estarão no lado sul do campo, e eu acho melhor vocês não fazerem contato visual ou alguma merda. As posições serão as que a gente treinou ontem. Estamos entendidos?
— Estamos.
— ESTAMOS ENTENDIDOS?! — ele grita.
— ESTAMOS. — o time grita de volta.
— Derek, o grito. — ele me chama e eu dou um passo à frente.
— Só pra avisar que quem fazer merda vai se submeter ao porão do Jhonny. — eu ouço resmungos e meu sorriso se torna largo. — FORÇA.
— FOCO.
— SOMOS AS COBRAS.
— E LHE DAREMOS VENENO PARA BEBER.
Batemos os capacetes e corremos para a quadra.
Entro no campo de futebol sério e calmo. Vou para onde Race está para passar as táticas de jogo novamente quando vejo Ryan passar ao meu lado sorrindo enquanto bebe água. Eu o ignoro e vou para o lado de Henry.
— Como sua garota está? — Ryan questiona com arrogância e meus olhos se reviram tão forte que me pergunto como eles não pararam em meu cérebro. — Fala para Beth que eu mandei boa sorte, ela vai precisar. — um vinco se forma em minha testa quando ele ri e corre para a sua posição.
