Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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— Abaixa! — Ben sussurra - gritando e eu semicerro os olhos vendo o carro de Beth estacionar em um galpão, quase meia hora fora da cidade.
— Que porra?! O que diabos ela veio fazer aqui? — Henry questiona com um ponto de interrogação em suas feições.
— A gente seguiu ela pra descobrir, estúpido. — Luca resmunga.
Depois do ocorrido no estacionamento bolamos um plano. Seguiríamos Beth para ver onde ela iria, já que estava óbvio que ela não iria sair com Emi já que a loira só volta amanhã se não me engano. Nisso, veremos no que ela está metida. Depois de chegar em casa e tomar banho, nos encontramos na casa de Ben e de lá fomos para a casa de Beth.
Uma suspeita se formou em minha cabeça.
Arisca, se afastou de todo mundo, não deixa ninguém chegar perto, não dorme — o que é visível por conta das olheiras embaixo dos seus olhos — não come. Um lado meu ficou preocupado é claro, eu sei dos distúrbios alimentares de Beth. Quando começamos a ficar próximos, hora ou outra Beth enrugava o nariz para alguma comida específica. Não por nojo ou algo do tipo, mas parecia aflição... e angústia. Eu sei que ela tratou o transtorno alimentar, mas é um processo demorado e isso acontecia algumas vezes. Então, quando eu a vi na biblioteca encarando seriamente seu sanduíche, eu soube que os hábitos antigos estavam voltando.
Não foi difícil, no entanto, supor que o pai de Beth estava de volta. Os mesmos sinais que ela apresentava no passado voltaram. Eu não disse isso explicitamente para os garotos, primeiro porque não era minha história para contar e segundo porque eu não tinha total certeza, era somente uma possibilidade que eu estava rezando para eu não estar correto.
— Vamos entrar. — Ben diz saindo do carro e eu salto do mesmo parando em sua direção.
— Pirou de vez foi? — sussurro — Se ela nos ver... ou alguém que estiver aí nos ver estamos fodidos.
— Quer ficar aqui parado?!
— Ben, não podemos. — falo calmamente — precisamos ajeitar as coisas — respiro fundo e olho para Luca — Fique no carro com o celular na mão, se eu te ligar é pra você chamar a polícia imediatamente, entendido? — ele assente em compreensão — Ben, Henry e eu vamos entrar. O galpão era para armazenar coisas que não eram usadas...
— Como você sabe disso? — Henry questiona.
— O nome daqui é literalmente "Armazenamento Gols"— aponto para a placa em cima de nós — Deve ser cheio de tralhas e caixas, ali tem uma portinha vamos entrar por ela. — lambo o meu lábio inferior que está seco — Tudo certo?
Eles maneam a cabeça. Aponto para Luca que entra no carro com o celular na mão, chamo com a mão para Ben e Henry me seguirem. Com o meu coração batendo forte em meu peito eu abro a pequena porta. Seria eufemismo dizer que não estou aterrorizado, mas a vontade de descobrir o que está acontecendo é maior. Murmúrios vem do galpão e um baque ecoa pelo local, me abaixo atrás de uma grande caixa assim como Ben e Henry.
