Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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— Assim que você chegar você me liga. — minha mãe fala pela quarta vez, me afundo no banco do carro.
— Vai ser só uma semana, mãe. — falo calmamente.
— Eu sei! Mas...me ligue, por favor. Se qualquer coisa acontecer me liga na hora! Não entre no mar sem ter passado protetor! Não faça trilha sem repelente!
— Tudo bem.
— E pelo o amor de deus, Beth! Não faça sexo sem camisinha! — ela diz estacionando.
— Mãe! — repreendo pegando minha mochila.
— Não faça sexo no mar! — ela diz se virando em minha direção — Pode entrar peixe.
Contenho uma risada.
— Não vou. — garanto, antes que eu abre a porta do carro ela pigarreia.
— Eu sei que ainda não conversamos sobre aquilo... mas irá ter um julgamento querida. E teremos que ir. — fico em silêncio encarando os seus olhos castanhos claros — Eu te amo, aproveite.
— Eu também te amo. — digo dando um beijinho em sua bochecha.
Saio do carro colocando os óculos de sol, são oito e meia da manhã e o sol está queimando. Ando pelo o estacionamento indo em direção ao ônibus e ao lado da porta encontro Ben, o mesmo usa uma bermuda florida com uma camisa social branca com os dois primeiros botões abertos, os óculos de sol estão enfurnados em seu nariz arrebitado e seus cabelos loiros estão jogados para trás.
— Bom dia. — murmuro parando ao seu lado, agradeço ao motorista quando ele pega minha mochila. Pego minha bolsa de mão e pego a passagem.
— Bom dia joaninha. — ele fala dando um beijo em minha testa — Está animada? — aceno com a cabeça abrindo um sorriso — São só três horas de carro, vai passar rapidinho.
— Cadê Emily? — questiono olhando ao redor.
— Está tentando enfiar as malas no ônibus, ela trouxe quatro. — franzo o cenho.
— Quatro?! Eu achando que minha mochila estava exagerada.
— É a Emily né minha filha. — ele diz abanando as mãos, entro no ônibus sendo recebida pelo o ar condicionado frio. Coloco minha jaqueta jeans por cima do meu vestidinho azul escuro.
Ben me puxa para sentar ao seu lado, os assentos são só para duas pessoas. Faço careta para ele me deixar sentar na janela, o mesmo revira os olhos, mas cede a cadeira ao lado da janela. Vários alunos estão dentro do ônibus, inclusive Derek e Henry. Os dois estão a dois bancos atrás de nós , meus olhos vão em direção a Derek.
Ele fala calmamente com Henry, os cabelos escuros estão do mesmo jeito de sempre, vislumbro sua roupa que consiste em uma calça jeans preta e camisa preta. Como se fosse um imã seus olhos se encontram com os meus, ele lança um sorriso e uma piscadela e eu retribuo com um sorriso. Contudo, meu sorriso desaparece quando sinto outros olhos queimando em mim, Ryan, está conversando com algumas pessoas do time de futebol, mas os seus olhos âmbares estão em minha direção. Desvio do olhar e me sento na cadeira ao lado de Ben.
