Limite

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O clima estava nublado, com uma chuva constante, fina e leve

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O clima estava nublado, com uma chuva constante, fina e leve. Perfeito para ficar embaixo das cobertas o dia todo com alguém. Falando nela, meus olhos seguem a procura de seu belo corpo esguio andando ao meu lado com as mãos entrelaçadas as minhas.

Eu estava parecendo um adolescente bobo andando pelos lugares com a primeira namorada. Seria difícil voltar a realidade e desacostumar a sentir seu toque macio. Ela era toda macia. Droga.

-Você já avisou alguém, que chegamos? – Ela se vira para mim com um sorriso torto.

- Felipe está a nossa espera. – Apontei para o meu irmão a 10 metros a frente, de pé e encostado lateralmente à lataria de uma BMW branca. Duas peças de moletom cinza cobriam seu corpo de cima a baixo. O boné preto clássico, e o tênis branco estavam impecáveis e limpos. Assim como ele. Sempre foi o mais vaidoso de todos nós.

- Aquele dali é o seu irmão? – Ari enruga a testa apontando para ele, que estava com a cabeça abaixada distraído em seu celular. Ela gargalha e nega com a cabeça. – Tá de brincadeira.

- O que foi? – Pergunto sem entender.

- Acho que já o vi saindo do nosso prédio quando Murilo me trouxe do trabalho uma certa vez. – Meu rosto se contraiu em desgosto assim que ouvi o nome de agente Cardoso. Essa seria a minha chance de provar o contrário para ela. Provar que eu valia a pena. Não daria brecha para qualquer coisa que envolvesse o nome dele. Não sem necessidade, como agora.

- Ainda está com fome? – Mudo de assunto.

- Eu sempre tenho fome. – Ela diz com o tédio estampado em sua voz e sorrio com a constatação sincera.

- Sempre soube que daríamos certo. – Deixo a frase solta pelo ar antes de pararmos frente a Felipe.

- Bom dia princesa, poderia avisar que viria acompanhado. Teria limpado o carro. – Ele pisca para Ariadne com os óculos apoiados na ponta do nariz apenas para me tirar do sério e reviro os olhos. – Prazer, moça. Meu nome é Felipe. Como pode perceber, é duro ter que aguentar esse enjoadinho.

Duro. Era a palavra perfeita para descrever como eu estava após ver Ariadne se esticar e inclinar para dentro do carro ao colocar sua mala de mão em um dos bancos. Ela fazia questão de empinar aquela bunda redonda e grande dentro de uma calça jeans que apenas a valorizava ainda mais para prender a minha atenção. Eu caía feito um patinho toda vez.

- Prazer, eu sou Ariadne. – Ela sorri lindamente enquanto acena brevemente para o meu irmão e meu coração dispara, pela milésima vez.

- Pelo visto alguém anda passando muito bem. - Ele movimenta as sobrancelhas sugestivamente para mim.

- Se continuar, daqui você irá direto para o hospital. - Solto quase rosnando, sabendo que só o atiçaria ainda mais. Ele se comportava pior do que uma criança de três anos quando queria.

PERIGO AMOR EMINENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora