PERIGO AMOR EMINENTE

Plano B

- Eu exijo aprender a mexer nesse troço!!! – Me contorço em uma birra entre as pernas de Afonso enquanto ele pega o controle da minha mão e continua a partida. – Eu sei atirar a 40 metros de distância com alvo em movimento com uma Glock 9mm mas não tenho a destreza para decorar uma sequência de botões????

- Pelo visto, não! – Sinto seu peito desnudo e cheiroso chacoalhar após soltar uma gargalhada gostosa atrás de mim. – Mas eu te ensino. – Ele inspira profundamente afundando o nariz em meu pescoço e eu decreto falência naquele momento.

- Eu... – desse jeito fica impossível raciocinar com seus dedos se infiltrando dentro da camiseta larga, que eu roubei dele na cara dura, e apertando meus seios com a precisão que apenas ele sabe fazer – só sei jogar Super Mario Bross.

- Uhum... e o que mais? – Ele continua sua tortura gostosa brincando com minha aureola enquanto salpica beijos molhados pelo meu pescoço. Deus, como eu amo sua boca em mim.

- Não pare!! – Sinto sua leve risada timbrada em meu ouvido antes de me virar para ele em um solavanco. Com a destreza firme de um experiente lutador de jiu jitsu. Amo como domina meu corpo, como me dedilha, como me lê.

Sua blusa é arrancada e lançada em algum canto da sala, estou apenas com uma calcinha azul bebê minúscula e rendada.

- Por que tão gostosa assim? – Sinto um tapa na bunda seguido de uma ardência prazerosa – Por que me provoca tanto? – Aperta minha nádega ainda quente e esfrega meu quadril em sua ereção e meu interior pulsa em ansiedade apenas com o atrito – Você me enlouquece mulher.

Entramos em combustão juntos assim que nossas bocas se unem em um beijo afoito, selvagem e intenso. Ele me entregava tudo e eu fazia o mesmo. Era uma troca justa e gostosa, embora nunca me desse sem ressalvas a nenhum homem - nem mesmo com Nicolas. Possuía minhas ressalvas, inseguranças e medos. Porém, além das últimas vezes, em que existia apenas o mais puro prazer e rendição, naquele momento havia algo a mais. Arrisco dizer que pela primeira vez deixamos nossos sentimentos à borda. Era entrega. Daquela vez não era uma mera foda, era amor. Seus olhos transmitiam seus pensamentos e seus toques me diziam o quanto apreciava o momento, o quanto era precioso o que estávamos vivendo ali. Suplicavam para que o óbvio fosse dito, para que extrapolasse a racionalidade e deixasse o mais poderoso dos sentimentos vencer.

Eu caí em um precipício e só me restava apreciar a vista, porque infelizmente não sabia se o meu delegado estaria pronto para me segurar e me impedir de me destroçar ao chão. Não sabia se ele me perdoaria pelo o que fiz e contínuo fazendo.

- É pra te atazanar melhor. – Imito a voz do lobo mau. – Pra te ver assim, à minha mercê. – Arranho seu abdômen, adentrando minhas mãos por dentro de seu moletom e agarrando sua ereção em um movimento lento de vai e vem.

— Você não fez mais nada além de me deixar duro desde o dia em que te conheci. – Seus olhos reviram com a minha masturbação lenta, mas ele não fica para trás, pois logo seu dedo médio encontra meu clitóris e eu vejo estrelas quando penetra dois dedos de uma vez em mim.

Seria lindo se eu pudesse senti-lo entrando e saindo de mim por completo com a pressão e força suficientes para me fazer gemer e me contorcer até a completa exaustão pelo resto da manhã.

Ficamos cara a cara e ele sussurrou emburrado – Se as circunstâncias fossem diferentes eu te foderia pela casa inteira pelo resto do dia e depois ficaríamos de preguiça na cama....

Eu me levanto sem deixar de esconder minha frustração pela profissão, pela primeira vez, vir em segundo plano. Era como tirar o doce da boca de uma criança, porra!! Eram incontáveis as vezes em que abandonei um flerte barato no meio de um bar, em que saí embolada em lençóis tentando alcançar minhas roupas para cumprir uma missão ou ajudar na captura em flagrante.