• Romance ficcional •
Um reencontro entre ex namorados regado à paixão e desejo. Ariadne sempre quis ser independente. Após o sonho em cursar medicina ir por água abaixo, se tornar uma farmacêutica lhe parece uma boa opção para iniciar uma carreira...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Fecho o porta-malas do jeep em um baque seco. Precisávamos chegar ao aeroporto em 30 minutos ou Felipe perderia o voo em direção ao porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Nunca vi uma pessoa tão enrolada para sair quanto o meu irmão caçula. Encaro o celular mais uma vez para me certificar de alguma mensagem e me jogo dentro do veículo enquanto o esperava. Mesmo com a brisa fria, o dia estava um pouco mais ensolarado. Respondo alguns áudios e e-mails naquele meio tempo e sigo a harley de Felipe até o aeroporto.
Não saberia quando o veria novamente. Suas idas e vindas eram sempre repentinas, as missões da marinha geralmente duravam meses e até anos. Não me surpreenderia ficar sem vê-lo durante um tempo considerável. Receber ligações via rádio era uma merda, e ele fazia questão de dar, ao menos, um sinal de vida – ou de fumaça - antes de sair em alto-mar. Após a festa na casa de Murilo, ele não sorria e nem falava livremente com a mesma intensidade e frequência. No dia seguinte, saiu para comprar algumas peças de roupa e voltou para o quarto calado. Queria dizer a ele que guardar os sentimentos apenas para si poderia ser fatal a longo prazo, mas preferi apenas estar ali, caso ele decidisse falar o que de fato vinha acontecendo – o que não foi o caso.
- Foi bom te ver irmãozinho... – Felipe me abraça dando leves tapinhas em minhas costas.
- Vou estar sempre aqui no mesmo lugar. – Disse sabendo que entenderia o duplo sentido da frase. Ele apenas concorda com a cabeça e ergue o olhar em minha direção uma última vez com um pequeno sorriso murcho e segue seu caminho pela ala de embarque. Coloco ambas as mãos nos bolsos da calça jeans escura e o observo desaparecer lentamente no meu campo de visão. Felipe poderia me zoar e implicar com o meu mau humor por uma mulher específica, mas ele também estava bastante encrencado. No fundo eu sabia que aquela garota do relógio branco fez um belo estrago naquele coração livre e calejado.
Dirijo até a agencia, passo pela identificação facial e, logo após inserir meu cartão credencial, me direciono até os extensos e conturbados corredores. Avisaria Ariadne hoje sobre a missão que faríamos em uma semana. Dois dias após o seu aniversário. Li cada detalhe de sua ficha entregue pelo serviço de inteligência. Seu cheiro ainda permeava meus sentidos, como eu queria fechar os olhos e me entregar ao seu toque doce e suave dentro daquele elevador – sem contar em seu gosto.
Céus... aquela mulher será a minha ruína.
Era como estar caminhando em direção a um precipício cada vez em que me aproximava de seu corpo. Eu simplesmente não conseguia me conter. Não me preocupo em barrar uma queda livre caso caísse, para ser sincero. Queria apenas aproveitar cada segundo perto dela. Suas caras e bocas enquanto conversa com a agente bezerra ou quando esfrega as mãos na nuca visivelmente nervosa me intriga e, às vezes, chega a ser até engraçado. Tudo que a envolva me faz ficar ainda mais perdido por ela.
Homens devem ser respeitosos? Com certeza. Mas tudo que é exagerado atrapalha. A última coisa que um homem deseja ouvir é a palavra "fofo" vindo de uma mulher. Das duas, uma: ou você é cabaço e, por isso, ficará na friendzone ou vc é sem atitude. Se estávamos nesse jogo de flerte, já possuía mais liberdade de tocá-la e agradeceria aos céus por isso. Não iria desperdiçar a chance de ir em sua direção como um caçador em direção à sua presa ou de tentar beijá-la. O cão e gato sempre foi a parte divertida.