Irmandade

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"Não adianta se iludir
Seu copo já tá cheio aqui pra te acudir
Tá viciando outra boca, como fez com a minha
Esse frio na barriga já me pertenceu."
Quarta cadeira - Matheus & Kauan

"Uma bala pode matar de três formas: A primeira é pelas extremidades, errando uma artéria você tem de 10 a 20 minutos antes de morrer por hemorragia; a segunda é em algum lugar no tronco, a bala vai descer, ossos lascarão, o coração ou as artérias...

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"Uma bala pode matar de três formas: A primeira é pelas extremidades, errando uma artéria você tem de 10 a 20 minutos antes de morrer por hemorragia; a segunda é em algum lugar no tronco, a bala vai descer, ossos lascarão, o coração ou as artérias serão atingidos, a pressão cai a zero; a ultima forma é o tiro mortal, no meio do crânio em qualquer ângulo."

Desligo a TV antes mesmo de começar "O ATIRADOR" e me encaminho para ver quem batia em minha porta. Pelo o compasso da batidas incessantes já pressupunha que era Felipe, meu afobado irmão do meio.

- Quem é? - perguntei desconfiado.

-Sua putinha preferida!! - Ele diz na maior cara de pau.

- Qual é a senha? - Perguntei aguardando que ele dissesse.

-Argh!! Eu trouxe brejas filho da mãe!! - Felipe bradou e abri a porta. Ao vê-lo parado em minha frente com os cabelos loiros cortados em estilo militar e um corpo musculoso, surgiu uma nostalgia boa ao perceber como se tornou um homem forte, pronto para reagir com unhas e dentes em qualquer rasteira que a vida lhe desse. Podia me lembrar como se fosse hoje o dia em que ele foi brutalmente espancado no colegial por defender seus amigos, ou quem quer que fosse considerado importante para ele. Eu estava no quarto período na faculdade e meu pai me ligou em completo desespero. Mesmo que ele fosse nossa figura paterna, após a morte de minha mãe, eu era o responsável por eles e carregarei esse dever comigo enquanto eu viver. Nos demos o típico tapinha nas costas como cumprimento e adentramos o apartamento.

- O que te faz vir aqui Felipe?

- Estou passando por umas merdas aí e precisava esfriar um pouco a cabeça. - disse se jogando no meu sofá com uma cerveja na mão.

- Posso saber o que são essas "merdas"? Você sempre sabe que tem duas opções, ou me conta ou descubro sozinho. – Pontuei.

- Mulheres meu amigo... - Felipe e eu somos os mais desencanados com relacionamentos. -Tem um pub aqui perto do teu prédio que quero conhecer. Topa ir comigo hoje à noite?

- Vou ter que fazer o esforço de te apresentar esse lugar. - Ironizei. E quer saber eu vou sim, estava cansado daquela fossa. Após ver Lívia em minha frente dentro da minha sala na agencia, entregando a amostra de sangue para análise forense, eu percebi que senti falta dela. Cacete, senti mesmo a falta dela. O aperto em meu coração pressentia a dor que vinha guardando no peito esse tempo todo por ter me apegado ao sentimento tão imbecil de gostar tanto dela.

- Beleza, vou tomar um banho para tirar esse macuco. - Felipe andou pelo corredor segurando suas malas em direção ao quarto de hóspedes.

O pub estava cheio, típico de todo final de semana, caminhei em direção ao bar e avistei a Cris bebendo e se divertindo em uma roda de amigos desconhecida. Tomei algumas doses de uísque, mas ainda estava consciente, fiz um sinal para Felipe e avisei que já estava indo embora e ele ficou no bar. Cheguei em casa querendo entrar em coma alcoólico na minha cama, mas logo fui impedido por barulhos estrondosos do meu irmão e uma mulher no quarto ao lado.

PERIGO AMOR EMINENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora