Inaê narrando.
O clima tava bom. Mas aquele ditado insistia em mostrar que realmente existia: "Tudo que é bom, dura pouco."
O rádio do VT começou a tocar, ele resmungou e continuou me beijando e me puxando pra mais perto dele.
Mas logo o celular se juntou com o rádio, e fogos de artifício. O mesmo me soltou as pressas, pegando o rádio.
VT: qual foi porra? - falou sério, vestindo uma calça, uma blusa e colete, e logo calçando o tênis.
WP: invasão, caralho. Achei que nem ia atender essa geringonça. - VT negou.
VT: os cana ou favela? - colocou seu boné. E pegou umas armas.
WP: favela do lado pô, tá pesadão.
VT: segura aí, manda todo mundo ficar na ativa mermão. Tô chegando. - o mesmo desligou. Pegou tudo o que precisava. - Não sai daqui, fica com Graziela.
Eu apenas concordei. Não falei nada. Queria saber da minha mãe. Meu Deus, que aperto no coração.
Respirei fundo, precisava manter a calma.
Depois de alguns minutos, era tiro pra tudo quanto é lado.
Tiro, rojão, gritaria. Eu mal conseguia respirar.
Grazi: Fica calma. - a mesma apareceu, com um copo de suco. - nunca presenciou ? - neguei. - estranho, uma moradora nunca viu essas loucuras?
Inaê: eu trabalhava, Graziela. - revirei os olhos. - não tinha tempo pra ficar em casa.
A mesma concordou. Ficamos em silêncio, e logo pude escutar barulho de porta sendo esforçada para ser arrebentada. Olhei pra Grazi assustada.
Grazi: porra. - a mesma saiu correndo, e logo voltou com duas armas. - pega.
Inaê: eu não... - ela fez sinal pra ficar em silêncio, e me puxou para uma parte do quarto.
Eu nem sabia que existia aquilo. Era o closet, e nele tinha um tipo de passagem, que dava acesso pra baixo da casa.
[...]
Xxx: não tem ninguém aqui porra. - xingou, uma voz super grossa.
Xxx: mas disseram que a dondoca estaria por aqui. - disse, uma voz mas suave.
Xxx: foda-se, ainda falei que era missão arriscada. Vamo vazar, porra, bora bora.
Encarei Grazi, enquanto a mesma analisava tudo. Minha cabeça girava. Não fazia sentido. Estavam atrás de mim?
Depois de um tempo, VT e WP chegaram, Grazi saiu do buraco indo em direção deles.
Gago: vieram aqui? - Grazi apenas concordou, abraçando WP.
VT: você tá bem? - eu neguei. - o que houve, te machucaram?
Inaê: eu quero ir embora. Quero minha casa. - falei, sufocada. - você tem noção que estavam atrás de mim? - senti meu rosto queimar e minha garganta fechar. - eu não vou ficar aqui correndo risco de ser pega. Eu quero minha casa. - falei, extremamente nervosa.
Eles ficaram me olhando. E eu senti meu rosto se molhar com meu choro.
WP: calma aí, pequena. - me abraçou, tentando me acalmar. - não vai te acontecer nada, fica calma.
Inaê: eu quero ir embora, quero ver se minha mãe tá bem. Eu não... - neguei, tentando me acalmar.
Grazi: não fica nervosa, não vamos deixar eles tocar em você. - concordei, enquanto WP alisava meu cabelo.
VT me olhava, com uma expressão de culpa. Fechei os olhos, não estava preparada para encarar ele.
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Entre nós: Amor e crime.$2
Teen FictionA vida nunca foi fácil, e não será agora que irá ser. Uma história conturbada, cheia de emoção, ódio, rancor, mas o amor sempre vence tudo. Inaê, doce e amada por onde passa. Victor, odiado e destemido por toda favela. Será o que o destino planeja p...