Vinte e quatro.

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Inaê narrando.

Dois meses depois...

E se eu falasse que minha vida tava uma uva, eu estaria mentindo. Tudo piorou. Todo dia uma confusão nova, e eu já estava farta daquilo tudo.
Minha mãe vive nos segredinhos, tenho até medo.
Grazi tá firme e forte com WP. Pelo menos isso.
VT? Aí que tá meu karma. Na minha vida passada, eu devo ter sido uma pessoa muito insuportável. Devo merecer isso mesmo.
Depois de todo o acontecido, do término de algo que nem tínhamos, a coisa ficou feia. O homem não saia da minha cola, em todo lugar que eu ia, o doido dava o ar da graça, com direito a escândalo e ciúmes. E até mesmo, querer sair me arrastando dos rolê. Cansativo demais, tô exausta.
Grazi: tem certeza? - me olhou, na esperando de quê, eu falasse que iria. -
Ela e WP estava querendo ir para a praia, mas pra quê eu iria sendo que, só ia passar ódio?
Inaê: fica tranquila comigo. - forcei um sorriso. - seu irmão virou um carrapato na minha vida, sugou toda a minha energia.
Grazi: da vontade de matar um humano daquele. - falou nervosa, passando a mão pelos cabelos. - não te conto quem foi atrás dele.. - ela me olhou apreensiva, mas eu nem dei bola. - a Bruna.
Eu encarei a mesma, não acreditando no que a mesma falava. Não era possível. Ele tava com o queijo e a faca na mão, e ainda sim, não saia do meu pé.
Inaê: isso me cheira a problema. - bufei.
Grazi: já é o problema puro. - encarei ela. - desde que essa garota pisou na boca, tá um inferno lá em casa.
Inaê: por isso eu evito sair. Pra não passar essas emoções. VT deve tá a um ponto de explodir, e quando isso acontecer, não quero nem tá perto. - falei, séria.
Grazi apenas concordou. Passou uns minutos, WP chegou e nos despedimos.

[...]

Fiquei a tarde toda deitada. Não aguentava mais essa rotina.
Tomei um banho, e vesti uma roupa leve pra poder ir na sorveteria.
Calcei minha havaianas, peguei meu celular e o cartão.
Conceição: tá saindo? - falou, me assustando.
Inaê: Ah, sim. - falei, rindo com a mão no peito.
Conceição: Toma cuidado, minha filha. Essa favela não tá muito confiável esses tempos. - falou, seria. E eu apenas concordei.
Sai, fechando o portão, e logo vi Gaguin e galego.
Gaguin: Quem é vivo sempre dá o ar da graça né? - falou rindo.
Inaê: só porque eu tô na vontade de um sorvetin viu. - brinquei de volta.
Galego: pô morena, mó saudades das paiaçada. - me abraçou de lado.
Inaê: fala não viu, galego. Eu tô num tédio que só. - bufei.
Gaguin: e nois trampando mais que fi da peste. - eu gargalhei. - serio po, patrão tá obcecado em fazer dinheiro.
Apenas concordei. Não ia dá muita estia, se não, já era.
Nem; e aí bando de corno. - apareceu, com uma fuzil atravessada no corpo.
Inaê: teu pai que é. - dei dedo.
Nem: ainda bem que nem tenho pai. - deu de ombros
Inaê: ainda é órfão de pai, uma peste dessa. - todo mundo caiu na gargalhada
Gaguin: Nam pô, bora tomar uma loira ali no samuca. - encarei o mesmo.
Galego: rapaz, a garota tá só geração saúde hoje. - eu ri, negando
Inaê: não vou nem recusar. - rimos e fomos em direção ao barzinho

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora