Trinta e cinco.

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Inaê narrando.

Chegamos em casa, me joguei no sofá enquanto Grazi foi pra sei lá aonde.
VT e WP foram pra boca e eu? Surtando com tudo que estava prestes a acontecer.
Foram exatamente 45 minutos pra doida reaparecer, com uma sacola com dois testes dentro.
Grazi: vai. - jogou em mim.
Inaê: tu só pode tá tirando com minha cara. - ela revirou os olhos. - tô indo, que saco.
Fui para o banheiro, e me tranquei ali. Fiquei uns 5 minutos encarando aqueles testes. Meu c* não passava uma agulha.
Fiz o que mandava no dois, e fiquei esperando.
Grazi: e aí? - bateu na porta. - tem mais de 20 minutos, inaê.
Inaê: calma. - abri a porta. - eu nem vou ver isso, porque sei que é negativo. - sai dali dando as costas.
Suspirei e logo ouvi o grito da Grazi.
Grazi; MENTIRA. - parei de andar na mesma hora. Não. - amiga do céu.
Meu mundo parecia que ia desabar. Senti tudo girando e no final, só senti meu corpo se colidir com o chão, causando um belo estrondo.

_

Minha cabeça doía, tudo em mim doía. Que sonho bizarro.
Tentei me levantar e fui impedida com agulhas no meu braço. Forcei as vistas e logo me dei conta que estava no hospital. Tinha uma prancheta do meu lado, com vários exames e um deles era o beta hcg.
POSITIVO.
Fechei os olhos tentando me controlar. Eu não podia estar passando por aquilo.
Eu não sou uma boa pessoa, eu não vou ser uma boa mãe.
Mais que caralhos era aquele? Explodi. Comecei a chorar e sentir que tudo ao meu redor poderia estar desmoronando. Aquela gravidez não era planejada. Eu não queria aquilo.
Meu corpo estava todo trêmulo, e eu não sabia o que fazer, apenas sentir.
Vi o médico entrando com duas enfermeiras, uma delas colocou algo no meu soro e logo senti meu corpo entrando em um estado de tranquilidade, mas não era aquilo que minha mente dizia.
Dr: fica calma. - olhou a prancheta. - tem visita pra você.
Assim que o mesmo se calou, ele estava ali, todo cheio de si, com um olhar de preocupação.
Eu não tinha nem cara pra olhar a ele, eu tava me sentindo uma inútil. Meu coração tava pequenininho, e logo a culpa de não ter sido cuidadosa caiu em peso nas minhas costas.
Ele se aproximou pegando na minha mão, e dando um beijo no topo da minha cabeça.
Ele já deve estar sabendo né ? Respirei fundo.
Inaê: já tá sabendo? - ele concordou com um certo brilho nos olhos. - o que eu vou fazer? Victor, eu não queria. - senti as lágrimas queimarem meus olhos.
VT: toda ação, tem uma reação. - ele disse apenas isso, ignorando tudo que eu havia dito. - iremos dar um jeito.
Só isso? Um jeito? Ele parecia bem pensativo, ou não.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora